AS PINTURAS RUPESTRES DA PEDRA PINTADA NO MUNICÍPIO DE IATI / PERNAMBUCO

A Pintura Rupestre ou Arte Rupestre é o termo que denomina as representações artísticas pré-históricas realizadas em paredes, tetos e outras superfícies de cavernas e abrigos rochosos, ou mesmo sobre superfícies rochosas ao ar livre. As pinturas acima estão todas em várias pedras no Sítio Boi Branco em Iati.
Esse granito está no leito do Rio Garanhunzinho. Você percebe na foto acima, a formação de caldeirões, pequenas poças arredondadas feitas pela força da água e do vento. Imagine no período de cheias do rio, como é a rotação da água que escorre pelas pedras. Isso acontecendo, a pedra fica bem lisinha, num acabamento que nem a mão humana vai conseguir deixar assim.

Nas pedras que ficam no entorno da Pedra Pintada, as pinturas rupestres aparecem de várias formas e tamanhos como essa que mais parece um pirulito. 

A palavra IATI é de origem indígena e significa Casa Nova. Devido a influência ( língua, hábitos, costumes ) da fusão dos índios Carijós e Tupiniquins, na época situados na Serra dos Cavalos. Estudiosos da região, afirmam que essas pinturas devem ter em torno de 16 mil anos atrás.
A arte rupestre é a mais antiga manifestação artística que se tem conhecimento. Para se ter uma ideia, esta forma de arte surgiu ainda no período Paleolítico (40.000 a.C.). De fato, as artes sempre foram um retrato do mundo que cerca o homem.
A dúvida maior é saber se essas artes rupestres foram feitas pelo homem primitivo ou pelos índios que descobriram essa região. É bom lembrar que as pinturas eram feitas de restos de carvão, pigmentos de planta e da terra, que eram misturados ao sangue de animal. Como pincel os homens das cavernas utilizavam ossos e pelos de animais ou mesmo as próprias mãos.
No local onde tem a Pedra Pintada, já que na lateral do leito do rio, pude ver o quanto a última enchente deixou de resto de vegetação em cima das pedras. Na parte superior das pedras tem muita cabeça-de-frade, macambira, palma selvagem, Xique-Xique, mandacarus e muita vida animal.
Esse lago é temporário. Logo, toda a água acumulada sairá por evaporação, devido as altas temperaturas no solo. Se o poder público local tiver interesse, não tenha dúvida que muito aumentará o fluxo de visitante no Assentamento Boi Branco.
Somente a preservação ambiental poderá por muito anos pela frente, da a oportunidade para as próximas gerações conhecerem esse lugar muito rico para a geologia do estado. Não custa nada o poder municipal, sinalizar todo o trajeto até a Pedra Pintada. Repito, hoje, para chegar ao local, somente quem realmente gosta de natureza.
Me aventurei pelos lajeiros (afloramento de rochas à superfície do solo, de extensão variada; lajeado, lajedo.) cheios de urtigas e macambiras e demais plantas da caatinga, para conhecer a Pedra Pintada.
Por aí passa o caminho rumo a Pedra Pintada. Uma vegetação que merece respeito e atenção quando for passar. Muito pedregulho, espinho e pequenos lagartos que vivem nas pedras.

Esse é o leito do Rio Garanhunzinho que joga água no principal. Esse rio nasce na região do agreste pernambucano, passando pela cidade de Garanhuns, em Pernambuco e desemboca na Lagoa Mundaú, em Alagoas.

O município de Iati está distante 282 km da capital do Estado com acessos pelas BRs 423 e 232, via Garanhuns. Está situado na região do Agreste de Pernambuco e localizado na Microrregião de Garanhuns com uma área territorial de 565 km ². 
PARA CHEGAR NA PEDRA PINTADA
Da cidade de Iati, você passa pela Bela Vista, que está às margens da BR-423, anda 100 metros, entra a direita numa estrada de terra e percorre pelo menos 10km, depois pega-se a direita e anda mais 800 metros e chega na comunidade Assentamento Boi Branco.
Daí, somente pedindo informações aos moradores locais.

A PEDRA PINTADA É UM DOS PONTOS TURÍSTICOS DE IATI, FALTA A PARTICIPAÇÃO DO PODER PÚBLICO


O Projeto Poeta Viagens e Aventura chegou no município de Iati, agreste meridional de Pernambuco. Na tarde desse sábado, 09/06, estive visitando e conhecendo a Pedra Pintada. O Projeto de tornar o Sítio Boi Branco num sítio arqueológico pelo jeito ficou apenas no sonho.  
Nem parece que o Instituto do Patrimônio Histórico Nacional - IPHAN, esteve no Sítio Boi Branco, zona rural de Iati, para reconhecer a existência de um sítio arqueológico. Esse blogueiro esteve no local, que inclusive, teve dificuldades de chegar ao local onde existe a Pedra Pintada e um grande lajeiro com várias pinturas rupestres, justamente por que não tem nada sinalizando.
No meio de uma vegetação de caatinga, pude ver in loco o quanto o lugar tem potencial turístico, mas, pelo jeito o poder público atual não tem interesse, até porque, se quer uma placa sinalizando a existência de um sítio arqueológico, não existe. Não é difícil chegar ao Sítio Boi Branco, mas, para chegar até a Pedra Pintada, não é tarefa fácil.
Às margens do curso do Rio Garanhunzinho, há vários lajeiros com muitos cactus em cima e a marca da existência do homem pré-histórico na região por todos os lados. Peguei um fim de tarde maravilhoso. O rio que passa pelas pedras que tem pinturas rupestres é temporário.
Em um dos lajeiros ainda há restos de vegetação trazida pela última cheia do Rio Garanhunzinho. Em cima das pedras, há muitos cactus, plantas nativas do sertão e uma temperatura amena. O por do sol é um espetáculo a parte. Deixa qualquer um relaxado e inspirado.
No curso do Rio Garanhunzinho há uma queda d'água interessante. Chama atenção o acabamento da grande rocha encontrada no leito do rio, graças a força da água e do vento. Recomendo que vale apena conhecer esse lugarzinho da zona rural de Iati.
São várias as pedras no Sítio Boi Branco que tem pinturas rupestres e uma coloração diferenciada, onde muitas rochas tem pigmentos de várias tonalidades. O local deveria ao menos ser sinalizado, coisa que não existe.
O entardecer de cima da Pedra Pintada é inesquecível. Fiz essa imagem do fim de tarde. O sol vai aos poucos se escondendo por trás das serras que ficam no entorno do Sítio Boi Branco.
Segundo levantamento de historiadores da região, há pelo menos 16 mil anos atrás o homem pré-histórico esteve nessa região. As pinturas nas pedras que tem o seu simbolismo e significado, marcam claramente a importância da preservação ambiental do lugar.
Numa reportagem de 2015, quando uma equipe do IPHAN esteve no Sítio Boi Branco, surgiu a ideia de se criar um Parque Municipal Arqueológico, porém, pelo que vi, está distante essa realidade, já que não existe nada que identifique que naquele sítio tenha uma preciosidade arqueológica que poderia alavancar o turismo na região.
Com poucas informações cheguei até o Sítio Boi Branco e onde está a Pedra Pintada, onde há outras pedras talhadas pelas mãos do homem primitivo.
Fiz questão de registrar o por do sol em vários ângulos, onde o embelezamento está nos raios que dividem espaço com a vegetação. O município de Iati, que no próximo mês de agosto completará 54 anos de sua emancipação, tem sua identidade de origem indígena, onde os índios Carijós e Tupiniquins foram os primeiros a chegarem na comunidade de MUCAMBU (primeiro nome de Iati) que significa CASA NOVA.
Durante minha andança pelo Sítio Boi Branco e pelo leito do Rio Garanhunzinho, um pequeno lado se formou em formato de um olho, justamente por que a água acumulada ficou coberta por uma pequena vegetação. 
Essa água é o que sobrou da última enchente do rio, como não tem por onde ela escorrer, a água acumulada sairá por evaporação (processo físico que consiste na passagem lenta e gradual de um estado líquido para um estado de vapor, em função de aumento natural ou artificial de temperatura).