A
Secretaria de Saúde de Alagoas (Sesau) confirmou, nesta quinta-feira
(22), os dois primeiros casos de dengue tipo 4 e teme uma grande
epidemia no Estado. Os pacientes foram descobertos em duas cidades do
interior e o isolameto do vírus aconteceu no último dia 16. Ele não
circulava no Brasil há, pelo menos, 28 anos e ressurgiu em agosto de
2010. Desde então, nove unidades da Federação já registraram o
existência dele: São Paulo, Roraima, Amazonas, Pará, Rio de Janeiro,
Piauí, Bahia e os vizinhos Pernambuco e Sergipe.
Os dois pacientes
infectados estão sendo monitorados pela Sesau e se recuperam bem. Após
suspeitarem da doença, eles procuraram os postos de saúde de suas
cidades e, após a coleta de sangue, o Lancen conseguiu isolar o vírus
tipo 4.
Os dois homens, um de Palmeira dos Índios e outro de
Piaçabuçu, segundo a Secretaria de Saúde, podem ter importado o subtipo 4
dos estados de São Paulo e Sergipe, respectivamente, haja vista que
ambos chegaram de viagem cerca de uma semana antes de adoecerem já em
Alagoas.
A forma de tratamento para a doença também é a mesma.
“Repouso e hidratação. É dessa forma que acontece a recuperação do
paciente”, acrescentou Cleide Moreira.
De acordo com a Sesau, o
subtipo 4 da dengue atua de forma igual aos demais em circulação (1,2 e
3) e também apresenta sintomas semelhantes, a exemplo de dores de
cabeça, no corpo e articulações, febre, diarreia e vômito. Todavia,
apesar disso, essa forma da doença preocupa as autoridades porque boa
parte da população, em especial jovens e crianças, ainda não possue
imunidade contra a patologia.
“O risco de epidemia é grande e
nos preocupa muito neste momento porque as pessoas estão suscetíveis ao
vírus. Exatamente por ser novo e nunca ter circulado em Alagoas, não
estamos imunes a ele”, alertou Cleide Moreira, coordenadora da
Vigilância Epidemiológica da Sesau.
“Temos que trabalhar no
combate ao vetor e contar com a mobilizaçao da população. É necessário
evitar a proliferação de criadouros, o acúmulo de lixo e os municípios
têm a obrigação de investir na estruturação das equipes da Estratégia de
Saúde da Família. A rede de assistência precisa estar pronta para
receber os pacientes com eficiência, fornecendo diagnóstico, os insumos
como soro, dipiroma e as cadeiras de hidratação e leitos hospitalar e de
UTI”, alertou ela.
O que é a dengue
A dengue é
uma doença febril aguda causada por um vírus de evolução benigna e seu
principal vetor é o mosquito Aedes aegypti. Ele se desenvolve em áreas
tropicais e subtropicais e a patologia não é transmitida de pessoa para
pessoa. Ainda assim, ela representa um dos principais problemas de saúde
pública no mundo.
A forma mais simples de prevenir a dengue é
evitar o nascimento do mosquito. É preciso eliminar os lugares que eles
escolhem para a reprodução e, por isso, há a necessidade de não deixar
água limpa parada em qualquer tipo de recipiente.
Os principais
sintomas da doença são: febre alta com duração de até sete dias, dor na
cabeça, nos olhos, nos músculos e nas juntas e prostração e vermelhidão
no corpo. Caso apresente essas características, o paciente não deverá se
automedicar e procurar, imediatamente, ajuda médica.
Dados da
Organização Mundial da Saúde (OMS) estimam que entre 50 a 100 milhões de
pessoas se infectem, anualmente, em mais de 100 países, de todos os
continentes, exceto a Europa. Mais 500 mil doentes necessitam de
hospitalização e 20 mil morrem em consequência da dengue.