Álcool provocou mais de 30 mortes por 100 mil habitantes

 


O consumo de álcool afeta muitas famílias e o dia a dia das pessoas, seja em casa, no trabalho ou na sociedade. O número de mortes ocasionadas diretamente por esse problema foi o equivalente a 33,6 óbitos para cada 100 mil habitantes em Alagoas, no ano de 2021. Os dados são do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa).

O estudo, que faz análises comparativas entre 2010 e 2021, mostrou que o número de mortes em Alagoas é superior à média nacional, que é de 32,4 mortes. Apesar disso, o Estado está dentre as federações que apresentam estabilidade no quantitativo de mortes por consumo de álcool em mulheres.

Na região Nordeste, Alagoas fica à frente apenas do Ceará (33,3) e Maranhão (28,3). Já a Bahia (35,3), Paraíba (35,5), Pernambuco (35,6), Sergipe (36,2) e Piauí (36,6) apresentam as maiores médias da região. O estado do Espírito Santo apresentou a maior média do país, superando, e muito, a média nacional, com 42,9 mortes por 100 mil habitantes. Com relação ao número de internações ocasionadas pelo excesso de álcool, Alagoas registrou 136,4 por 100 mil habitantes, apresentando, inclusive, tendência de aumento.

“O detalhamento por região mostra aumento do número de internações nas regiões Norte e Nordeste e redução nas regiões Centro-Oeste e Sul no período de 2010 a 2021. Os Estados que apresentaram internações atribuíveis ao álcool por 100 mil habitantes em 2021 menos estatisticamente significativos foram Tocantins, Pará, Alagoas, Bahia, Pernambuco, Piauí e Minas Gerais”, relata o estudo.

O estado do Piauí teve média de 233,8 internações, sendo o maior registrado no Nordeste. Na outra ponta, com menos internações, está Sergipe, com 77,5 por 100 mil habitantes.

RANKING NACIONAL

De acordo com o levantamento do Cisa, os números nacionais apontam para uma queda das mortes (- 4,8%) e das internações (- 8,8%) atribuíveis ao álcool, quando comparadas as taxas por 100 mil habitantes entre 2010 e 2021. Quando se fala de mortes atribuíveis ao álcool, atrás do Espírito Santo aparece o Paraná na segunda posição do ranking nacional, com 40,4 óbitos por 100 mil habitantes.

Além de Alagoas (33,6), outros estados também estão acima da média nacional, segundo o levantamento. São eles: Tocantins (39,6), Piauí (36,6), Sergipe (36,2), Mato Grosso (36,2), Pernambuco (36,1), Goiás (35,6), Mato Grosso do Sul (35,5), Paraíba (35,6), Bahia (35,3), Rio Grande do Sul (35,1), Minas Gerais (33,9) e Ceará (33,3). O estado do Rio Grande do Norte está exatamente na mesma média nacional.

Já no número de internações atribuíveis ao álcool, o Paraná está no topo do ranking com uma taxa de 238,8/100 mil habitantes, seguido de Piauí com 233,8/100 mil habitantes. Outros oito estados também estão acima da média nacional, que é de 157,7 internações para cada grupo de 100 mil habitantes. São eles: Rio Grande do Sul (186,9), Santa Catarina (186,4), Tocantins (186), Mato Grosso do Sul (184,3), Rondônia (179,7), Distrito Federal (178,4), Minas Gerais (173,4), São Paulo (160,1), Goiás (158).

Bom Conselho chega aos 131 anos de pura miserabilidade administrativa

Ermida de Santa Terezinha, Bom Conselho/PE
Imagem: Claudio Andre o Poeta

Três de agosto de 1892, três de agosto de 2023, Bom Conselho chega aos seus 131 anos de emancipação política. O que comemorar? Tem algo para comemorar?

O que foi uma fazenda no passado, tornou-se vila e depois cidade e passado esse tempo todo, realmente Bom Conselho evoluiu? Cresceu? Desenvolveu? 

Bom Conselho que tem potencial turístico e cultural e um povo acolhedor, conseguiu com o passar dos anos, das décadas, ser bem cuidada administrativamente? Se analisar o atual momento, responderá que não.

Neste aniversário de emancipação, os jovens desempregados e desiludidos e que não tem "boquinha na prefeitura", tem o que comemorar?

Os pais de família que precisam ir para bem longe para conseguir o pão de cada dia, tem o que comemorar nesse dia 03 de agosto? As pessoas que são usadas como "moeda eleitoreira", podem comemorar algum tipo de liberdade?

Uma reflexão é importante, sim. Não custa você se perguntar e ter um olhar autocrítico sobre o momento que vive a terra de Papacaça. Qual o tipo de presente que Bom Conselho merece neste dia tão importante para os bonconselhenses?

Ruas e praças as escuras? Previdência falida? Obras inacabadas? Lixo e buraco por todos os cantos do município? Postos de saúde sem médicos e remédios? Mercado da farinha sem energia? Trânsito desorganizado? Geração de emprego e renda, zero? Dois prefeitos que "nada" fazem? Discursos vazios?

Afinal, qual seria o melhor presente para Bom Conselho? Um povo livre das "amarras eleitoreiras" ou uns minguados "manipulados" ou simplesmente um a farra musical com o brilho apenas da lua (se nao tiver chovendo)?

Lendo o livro RAÍZES de Artur Carlos Vilela escrito no ano de 1967, logo no início encontrei o seguinte relato:

... E agora, depois de tão longa ausência — em 1935 fui rapidamente a Bom Conselho ver pela última vez minha adorada avó Mãe Chiquinha — íamos passar uma temporada em nossa terra, para revermos os lugares da nossa infância e mocidade.

Após três dias de excelente viagem, desembarcamos na capital pernambucana. De lá para Bom Conselho levaríamos mais seis horas de ônibus.

Não é possível descrever a emoção e ansiedade que me tomavam, enquanto o ônibus devorava os quilômetros aproximando-se da nossa terra. Ao chegar os sentimentos mais diversos me assaltavam: alegria e ao mesmo tempo tristeza; surprêsa e decepção. Sim, aii estava a minha cidade — o colégio de Nossa Senhora do Bem Conselho, o Quadro, a Matriz. Havia crescido, com o número de casas muito aumentado. Mas não tinha aquele aspecto brilhante do meu tempo. Estaria a cidade diferente ou seria eu quem havia mudado?

Depois de alguns dias de permanência, vi com pesar a pobreza, a sociedade decaída, o comércio enfraquecido. E pus-me a pensar: que dirão meus filhos e meus netos se um dia chegarem até aqui? Eu sempre lhes conto tantas coisas passadas em minha terra e êles verão esta cidade tão sem atrativos! Não, o lugar da minha mocidade não era êsse. 

Era alegre, sacudido por campanhas políticas, onde se realizavam grandes feiras, procissões, cavalhadas, reisados, bailes tradicionais promovidos pelos ricos fazendeiros e onde havia até sociedades Artísticas e Literárias. Famílias tradicionais, entre as quais sobressaía-se a família Villela, que fundou a cidade...

Será que se o Carlos Artur Vilela tivesse a oportunidade de voltar a Bom Conselho hoje, não faria o mesmo tipo de desabafo feito a 88 anos passdos?

Em síntese, Bom Conselho chegou aos 131 anos sem ter o que comemorar e descendo uma ladeira de maneira desgovernada administrativamente...

Como morador desta cidade há 15 anos, gostaria muito de estar relatando aqui dias melhores nos atuais vividos.

Feliz aniversário Bom Conselho!

por Cláudio André O Poeta

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Meu filho Eros Cauê, aluno do curso de Redes da escola técnica estadual de Bom Conselho, diante de sua dedicação vem se destacan...