A sua paciência é a mesma?

Certa vez trabalhei numa pesquisa sobre Machado de Assis, era minha tarefa (um bocado prazerosa) ler as crônicas produzidas por ele. Num destes textos encontrei a seguinte frase: “a paciência é um biscoito dado pelos deuses.” Não contesto essa frase. Dizem os budistas que a paciência é cultivável. Não contesto também.

A palavra paciência vem do latim “patientĭa, ae” com o significado de “capacidade de suportar, constância; submissão, servilismo; faculdade de resistir, derivado do verbo patĭor, ĕris, passus sum, pati “sofrer” – informações essas retiradas do Houaiss.

Bem, a paciência é uma virtude. Inerente ou adquirida. Aliada à sabedoria, torna-nos seres melhores. O questionamento é: o que é ser melhor? Considero uma boa resposta: saber posicionar-se entre bem e o mal, entre as virtudes e as incapacidades, entre o não e o sim. Equilíbrio é um bom sentido para “ser melhor”. A caridade e a justiça nem sempre precisam estar conjugadas a um trabalho social. A caridade pode ser também a gentileza e a solidariedade. A justiça pede que prestemos atenção a tudo que nos cerca e então poderemos fazer uso dela.

É fato que a paciência nos exige o exercício cotidiano de aprender. Então você se pergunta: aprender o quê? E eu respondo: aprender a observar, a “sacar” o mundo e as pessoas.

Então eu me lembro de algumas das personagens criadas por Salinger que são tomadas pela mais sublime paciência, como Seymour, ou ainda Holden Caulfield. São personagens que observam o mundo, tranqüilas, e decidem a longo prazo o que vão fazer. Isso sempre me fascinou em Holden, protagonista de O apanhador no campo de centeio (do original The catcher in the rye). 

Chamado de “o livro que criou uma geração”, a narrativa é sobre um garoto que depois de rodar em quase todas as disciplinas na escola está voltando pra casa. E então é que entra a minha questão sobre paciência: Holden pensa sobre sua vida, sobre as coisas que quer e que não consegue fazer, sobre a sua relação com o mundo e com as coisas. Não um símbolo de rebeldia, mas de observação, de método, de paciência.

Lembro que conseguir esse livro foi para mim um exercício de paciência. Eu o queria há bastante tempo, um dia descobri que minha irmã o tinha na sua estante. Eu que não havia percebido. Mas não me bastava ler aquele ali, ele tinha de ser meu. E eu não podia apenas pegá-lo para mim, tinha que ser um negócio limpo. 

Achei na minha estante um livro que ela queria: O senhor embaixador de Erico Veríssimo. Foi um bom negócio. Depois do Apanhador, eu comprei todos os outros do Salinger. Nunca mais deixei de ler suas histórias, nunca mais consegui não pensar durante horas antes de resolver um assunto. 

A paciência é, sim, cultivável.

por Gabriela Silva

Desemprego fica em 8,5% e atinge 9,1 milhões de brasileiros, diz IBGE


A taxa média de desemprego no Brasil ficou em 8,5% no trimestre móvel encerrado em abril deste ano, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgados nesta quarta-feira (31/5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Trata-se da menor taxa para um trimestre encerrado em abril desde 2015, quando o índice ficou em 8,1%.

O índice do período entre fevereiro e abril ficou estável em relação ao trimestre móvel de novembro de 2022 a janeiro de 2023 (8,4%) e recuou 2 pontos percentuais na comparação com o mesmo período do ano anterior (10,5%).

O índice de desemprego de abril veio abaixo do esperado pelo mercado. O consenso Refinitiv, que reúne as principais projeções do mercado, projetava taxa de desocupação pouco maior, de 8,7%.

“O padrão sazonal do trimestre móvel entre fevereiro e abril é o de aumento da taxa de desocupação, por meio de uma maior população desocupada, o que não ocorreu desta vez”, pontua Alessandra Brito, analista da pesquisa do IBGE.

Rendimento real

De acordo com os dados do IBGE, o rendimento real habitual do trabalhador brasileiro foi de R$ 2.891 em abril, o que indica estabilidade em relação ao trimestre encerrado em janeiro. Na comparação com o mesmo período do ano passado, houve aumento de 7,5%.

do Metrópole

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