30 de outubro de 2022

Lula vence o segundo turno e volta para o terceiro mandato de presidente

 

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito o 39º presidente da República neste domingo (30), na votação do segundo turno. Lula derrotou o presidente Jair Bolsonaro (PL), que buscava a reeleição.

O resultado foi confirmado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) às 19h57, quando 98,81% das urnas já tinham sido apuradas.

Àquela altura, Lula tinha 50,83% dos votos válidos e não poderia mais ser alcançado por Bolsonaro, que contabilizava os outros 49,17% de votos válidos.

Para vencer em segundo turno, o candidato à Presidência precisa superar os 50% de votos válidos – mesmo que seja por apenas um voto.

A diferença percentual a favor de Lula é a menor de um presidente eleito desde 1989.

Com o resultado, o Partido dos Trabalhadores volta à presidência após um intervalo de seis anos. O PT comandou o país por oito anos com Lula (de 2003 a 2010) e por seis anos com Dilma Rousseff (2011 até o impeachment em 2016).


Torneiro mecânico, líder sindical e membro fundador do PT, Lula foi eleito para seu terceiro mandato e deverá tomar posse no cargo em 1º de janeiro de 2023. Desta vez, o petista terá quatro dias a mais para governar o país – uma reforma eleitoral aprovada em 2021 definiu que, em 2027, a posse presidencial será em 5 de janeiro. 

Ao votar mais cedo, em São Paulo, Lula disse que a eleição definiria o "modelo de Brasil" para os próximos anos. Ele falou também que era o dia mais importante da vida dele.

do G1

Raquel Lyra é eleita em Pernambuco e encerra ciclo de 16 anos do PSB; veja quem é a nova governadora

 

A candidata do PSDB, Raquel Lyra, foi eleita governadora de Pernambuco neste domingo, superando Marília Arraes (Solidariedade). Com a vitória, a tucana decreta o fim de um ciclo de 16 anos do PSB à frente do estado. O resultado foi simbólico também porque foi a primeira disputa entre duas mulheres e episódios da vida pessoal delas tiveram impacto na campanha.

Raquel Lyra perdeu o marido, o empresário Fernando Lucena, que morreu no dia da eleição do primeiro turno, o que a levou a adiar o começo da campanha do segundo. Seu filho mais velho, de 12 anos, teve que passar por uma cirurgia de emergência para retirada do apêndice já durante a segunda etapa da campanha eleitoral. Sua rival também teve de suspender algumas atividades de campanha, mas devido aos enjoos dos cinco meses de gravidez.

A eleição de Raquel também marcou uma virada sobre Marília Arraes, que já foi do PT e ficou com o apoio do ex-presidente Lula e da militância petista no estado. A deputada liderou as pesquisas durante a campanha do primeiro turno e saiu das urnas em primeiro lugar no dia 2. No primeiro turno, o PT apoiou Danilo Cabral (PSB), candidato do atual governador, Paulo Câmara (PSB), que não conseguiu avançar na disputa.

Atrás nas pesquisas durante todo o primeiro turno, que indicavam larga vantagem para Marília, Raquel marcou, na primeira votação, 20,5% dos votos válidos, contra 24% da deputada. A virada, porém, veio já no início da campanha do segundo turno, com ela liderando as intenções de voto desde o primeiro levantamento feito pelo Ipec.

Com a vitória, a tucana oficializa o fim do domínio do PSB no estado, que começou com a eleição de Eduardo Campos, em 2006. Ele se reelegeu quatro anos depois, e elegeu Câmara como sucessor em 2014, quando morreu num acidente aéreo enquanto concorria ao Planalto. O afilhado político conquistou novo mandato em 2018.

Historicamente, o partido já exercia grande influência no estado, tendo como principal figura o ex-governador Miguel Arraes, avô de Eduardo e Marília e bisavô do atual prefeito do Recife, João Campos (PSB). O segundo turno marcou uma reaproximação entre Marília e João Campos, que protagonizaram uma disputa política em família em 2020 pela prefeitura da capital pernambucana.

A eleição de uma governadora do PSDB no Nordeste é também uma conquista relevante para o PSDB, que perdeu o comando de São Paulo após quase três décadas e vive um de seus piores momentos políticos. A sigla, no primeiro turno, não elegeu nenhum governador.

Via O Globo