18 de novembro de 2021

JOVEM ESCRITOR DO DISTRITO DE RAINHA ISABEL SE DEDICA A LEITURA E A PRODUÇÃO DE CONTOS

Edson Júnior do distrito de Rainha Isabel - Escritor

Olá me chamo Edson Júnior codinome para escritor ( Edson Malik), sou natural de RAINHA ISABEL, desde o início da pandemia venho escrevendo como algo para distrair meus amigos, e desde então as palavras não saem da minha mente. Leitor nato estou sempre testando novos estilos de leitura com escritores diversos como:

Lygia Bojunga (minha escritora brasileira favorita) , Jorge Amado, Clarice Lispector, JK Rowling, Ariano Suassuna, John Green, Oscar Wilde. Leio desde clássicos a contemporâneos, e é desta imersão literária que tento abordar diversos temas em meus textos tais como: assédio, valorização regional, comunidade LGBTQIA + Feminicídio entre outros temas pertinentes.

Talvez quem sabe um dia eu publique uma coletânea de contos, ou venha viver de literatura, a vida é incerta mas neste momento só quero dissipar meu contos.

 

Edson Malik (escritor)

 

Conto 01: Uma vida pra dois

Era um dia ensolarado no céu, sim no céu, aquele lugar que fica acima das nuvens. Eu amo o céu, porém às vezes ele é bem bipolar, fica trocando de roupa o dia inteiro. Uma hora ele está de azul outra hora ele está todo cinza é uma confusão. 

Mas como eu moro aqui em cima posso ver o caos que é na terra. Me chamo… enfim não importa como me chamo, mas saiba que eu já estive na terra e um dia aconteceu uma coisa horrível comigo, mas… não fique triste aqui nesta nova dimensão tudo é muito justo e adorável.

28/05/2005

São 05 horas da manhã, já estou desperto; na verdade é impossível não acordar com a melodia dos pássaros aqui da aldeia. Todas as pessoas daqui dormem em redes na Oca, é tão mágico, é como dormir sob o aconchego das nuvens. Quando eu saio pra prestigiar os pássaros vejo lá no fundo que o Deus Sol vem subindo, entre as montanhas e árvores centenárias. Sigo em direção a linda melodia e de imediato lembro-me que uma vez eu me encontrei com o senhor da floresta, tive um papo danado com ele. Ele me contou que protege a floresta e se transforma em qualquer animal que ele quiser a qualquer momento. Conversa vai conversa vem e de supetão:

— ROONK

— O QUE FOI ISSO? — De imediato ele já está de arco e flecha posicionados para o ataque.

— Calma, foi só minha barriga. Acho que estou com um pouco de fome! — ele me olhou sorridente, e num estalar de dedos uma jaca mole, tão suculenta apareceu em minhas mãos. Fiquei pasmo mas o cheiro doce me fez abrir a jaca e comer sem medo de nada. 

Comi com tanta vontade que quando olhei para ele percebi que já havia sumido e eu estava sozinho em meio às árvores, junto do Cordinha (meu mico leão dourado) que por sua vez estava em meu ombro. 

Sai disparadamente pra contar tudo para minha mãe, que estava colhendo macaxeira com a vovó. Cheguei meio ofegante junto dela e contei toda a história quase sem ar, ela me respondeu com um olhar cintilante:

— Eu acredito em todas as suas palavras sufocadas, já passei por coisas bem anormais e além do mais eu já te contei muitas vezes que seu pai mora no Rio Dourado, mas ninguém acredita. — minha vó fala rindo.

— Eu contei tanto essa história, que ela acabou achando que é verdade tudo que contei.

Fico com essas palavras em minha cabeça por dias.  Os dias se vão e tudo é esquecido.

Anos depois venho a me casar. A felicidade veio em meu coração como uma brisa de primavera, deixando meus pêlos eriçados. Vendo a minha esposa percebo que eu serei dela e ela será minha para todo sempre, da mesma forma que os rios são dos peixes. Neste momento eu soube que ela seria mãe dos meus filhos, o primeiro já está em seu ventre.

Mais um dia está chegando e no meio da floresta com sua vasta tonalidade de cores, escuto uma voz, quase um sussurro vindo até mim, ela era tão doce e encantadora que fui indo em sua direção sem perceber. 

No entanto lembrei de minha doce mãe  falecida, que me contava muitas histórias sobre vozes, sereias, e espíritos da floresta.  Porém esse eu já sabia quem era.  prévia meu fim. Meus olhos foram marejando, Gotas e mais gotas que desciam meu rosto tingiam a superfície do rio.

sem conseguir evitar fui entrando cada vez mais no rio, quando me dei conta já estava submerso até que algo estranho me tira desse transe. Meus olhos não acreditam no que vejo , algo como um peixe gigante não tenho certeza. Num piscar de olhos se transforma em homem, um homem negro, forte de olhos verdes e cabelo cacheado. 

Meu cérebro quase que congela, meu pulmão queima, sinto a mesma sensação de estar junto de urtigas (planta que causa forte alergia). Ele me agarra e me leva à superfície rumo à terra firme. Tudo aos poucos vai ficando denso, meio escuro, entretanto um escuro confortável, aconchegante, sinto alguém me chutando.

...

— NÃÃÃÃÃÃO, MEU FILHO NÃO, MEU ÚNICO FILHO! —  De alguma forma eu posso vê-lo e ouvi-lo, o homem que me trouxe pra terra firme. Seus gritos são de dor e tristeza,  um apelo para os deuses, minha esposa grávida ao norte vem se aproximando, seu rosto já marcado pelo desespero eterno. 

A melodia dos pássaros junto com a da floresta se anula, tudo está em câmera lenta, estou nos braços do meu pai e minha esposa clama misericórdia aos deuses. Sem ninguém perceber uma borboleta pousa em meu braço e em segundos desaparece, logo sinto em meu braço uma ardência nesta outra dimensão.

 

— MÃE DAS ÁGUAS— disse o Boto — EU TE AMALDIÇOU EM NOME DA TERRA , DO CÉU, DO FOGO E DO VENTO. TODOS E QUAISQUER PESSOA VIVA NESTA TERRA QUE TOCAR OU SE BANHAR NESSAS ÁGUAS, VERAM SEU PRIMOGÊNITO DA MESMA FORMA QUE EU VEJO O MEU, MORTO!

IARA EU A AMALDIÇOOU POR TODO O SEMPRE, PARA QUE EM QUALQUER LUGAR QUE VOCÊ RESIDE A VIDA NÃO PROSPERE E TU VENHAS A MORRER NA SOLIDÃO ETERNA! — Ele disse essas palavras como se fossem as suas últimas a serem ditas e chorou. 

Chorou pelo Deus Sol que deixou seu filho morrer, chorou pela chuva que não veio o socorrer, chorou pelas árvores que viram seu filho sem querer ver. Suas lágrimas eram vermelhas e tingiram todo o rio para que todas as gerações futuras nunca pudessem esquecer tamanha dor. 1000 anos depois ninguém nunca mais  viu um boto em nenhuma região da terra.

 

***

Triste né? Eu sei. Agora vamos voltar pro céu, chegando aqui em cima eu me encontrei com minha velha mãe. Ela e seus segredos e mais uma vez ela tinha mais um,  sabia de algo desde quando cheguei com um sinal no formato de borboleta, que não existia em meu braço quando eu estava na terra. Numa noite qualquer quando as estrelas se alinharam ela me beijou na testa e me disse:

 

— ADEUS MEU FILHO, CHEGOU SUA HORA! — Não entendi nada porém ela sempre me contava sobre vida após a morte e neste mesmo horário minha esposa estava em trabalho de parto, o outro lugar escuro que eu estava era seu ventre, de dentro de sua barriga eu vi minha filha nascer e logo após eu.

— SÃO SAUDÁVEIS GÊMEOS UMA MENINA E UM MENINO. — a parteira fala emocionada.

Depois de tanto sofrimento de meu pai e de minha esposa, eu venho a terra junto da minha filha, que veio ao mundo com o mesmo sinal que me foi dado no além.


Conto 02: C. M. S

— Papai conta como o senhor perdeu a perna? - meus filhos adoram quando eu conto essa história, saboreiam cada palavra que sai de minha boca como se fosse a última voz que ouviram no mundo.

— Tá bem crianças, irei contar como se fosse a primeira vez.

...

Logo após o sumiço do boto e da maldição que caiu sobre a calda da Iara mãe das águas, o desequilíbrio se alastrou aos quatro cantos de cada copa das árvores. O rio dourado agora batizado de Rio sangrento, veio a secar e bem ao centro um ser místico de outra época reencarnou. Ela era linda. Seus cabelos negros como a cor do céu tempestuoso, seus olhos por sinal eram vermelhos vestígios das lágrimas do seu antigo morador. 

Seu nome era Flora mãe natureza. Eram tempos de vida simples, onde tudo era fácil, não era não, e sim era sim. Porém meu coração era perverso, obscuro e impiedoso. Eu era bom na lábia, em todas as festas ribeirinhas uma moça era afogada em meus fortes braços. Mas eu queria mais! Não suportaria meu rabo de saia com outro par de calça que não fosse o meu; quando isso acontecia, pessoas sumiam de maneiras inexplicáveis. 

Me apaixonei por ela, por seus olhos de fogo, no entanto essa paixão era diferente e se tornou em algo doentio. Tudo piorou quando ela começou a se encontrar com o tal do Valdemar. 

Meu sangue fervia ao ver suas mãos coladas nas dele, meus olhos ardiam ao ouvir sua respiração próxima da dela, meu coração parava ao ver seus lábios nos dela até que eu perdi a cabeça, não podia deixar isso acontecer em minha frente e então o ataquei.

Foi tudo muito rápido, primeiro queimei suas costas com uma tocha flamejante, sua pele borbulhava como a lava de um vulcão em erupção com o magma emergindo em forma de sangue. 

Cortei seu cabelo, seu objeto de honra entre o véu da vida e a morte. Quebro seus pés deixando-os ao contrário como marca de seu destino para todo sempre.

Flora vendo seu amado em apuros, sucumbiu a magia da mais antiga existente entre seu povo. Ela agora com seus olhos totalmente esbranquiçados divide seu amado em bem e mal, mas o ser que saiu de dentro dele era algo além de seus poderes, era a morte na terra, o fogo queimando a água, o Cain para o Abel. 

Com seus cabelos prateados e pele negra como a magia usada nele, sua alma foi descartada e qualquer senso de piedade foi ceifada. Com seus próprios dedos ele perfurou o olho, do seu oponente, queimou com fios de seus cabelos a palma das mãos para que nunca mais ele conseguisse pegar nada que não fosse seu e por último mutilou a perna de seu oponente cortando a em três partes. 

Não satisfeito ele vai em direção do fraco coração, seu objetivo é claro, matar o mal pela raiz. No entanto segundos antes do ato final, segundos antes da execução do poço de inveja, uma voz ecoa vindo de toda a terra, uma voz dentro e fora da mente folclórica:

- Vamos minha estrela do sul, ele já teve o que mereceu. Por gerações contaram músicas sobre nós, dirão o quão piedosa foi a Mãe Natureza, o quão vingativo foi o Curupira e o quão sem honra foi o Saci.


Conto 03: 03 ÉS

 Hoje faço 70 anos, já não consigo andar, muito menos me alimentar por conta própria, minha visão está se esvaindo, no entanto me lembro que aos 08 anos fui batizado de Bebê

Pela janela do meu quarto imagino as palavras sendo formadas em minha mente, é algo fantástico já que os lapsos de memória desde então são meus companheiros de viagem. Saber que você está esquecendo quem você é, é tão brutal, olhar para trás e não ver pegadas é algo assustador.

Não lembro nomes, lugares, ou sabores. A única coisa que eu nunca esqueci foram as sensações. 

— O nervosismo de um trabalho feito minutos antes do prazo.

— O medo de não encontrar um destino, mesmo depois de tantos caminhos percorridos.

— Do pavor de ser pego colando numa prova (Quem disse que quem cola não sai da escola ?).

— Da alegria de receber um abraço, depois de horas chorando sob o travesseiro, ou talvez quem sabe do brilho no olhar logo quando se entende que, menos (-) com menos (-) é mais (+).

De fato eu não sei o que possa ser isso, e se sei será a última coisa que saberei. Lembro de um Pavão, não sei se de um pijama, mas olha lá; tem uma chave dentro de uma flor, será que tudo isso é verdade?

Que estranho, bem ao fundo existe uma porta com a singela mensagem:

 

NADA TERMINA AQUI

TEMOS MUITAS VIDAS

PELA FRENTE.

 

Percebo que posso andar sem a cadeira de rodas, será que isso é um sonho? Sigo até a porta, tento abrir mas ela está trancada. Percebo que não peguei a chave, mas não existe fechadura, será que eu sou a chave? Ao me calar a porta se abre com um breve rangido. 

Todos estão lá… é tudo tão bonito, tão puro, me deixo levar por essa sensação. Eu sei, eu sei que a estrada continua pois foram os 03 És ESTRADA, ESPERANÇA E ENSINAMENTOS que me guiaram até aqui.


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Direto da redação do Blog do Poeta

Prezado jovem Edson, primeiro, quero agradecer pela confiabilidade no nosso trabalho, segundo, o parabenizo pela dedicação a leitura e terceiro, conte com meu apoio na divulgação dos seus CONTOS. Abro espaço nesse blog, para que a cada 15 dias você envie um conto para me publicar. 
Muito sucesso para você!

por Claudio André O Poeta

BURAQUEIRA E LIXO ACUMULADO É O QUE MAIS SE VER NA CIDADE DE BOM CONSELHO

 

É isso o que ouvimos em Bom Conselho quando se faz críticas das ruas esburacadas e cheias de lixo. Se estiverem esperando elogios, vendo a bagaceira que existe na cidade, podem deitar numa rede por que vai demorar e muito.
O IPTU chegou para pagar. Pagar, vendo a cidade esburacada, cheia de lixo, mal iluminada, mal administrada? Não paga-se mesmo! Pagar imposto para não ver melhorias? A população deve se conscientizar e cobrar seus direitos. Não devemos ficar calados.
As desculpas esfarrapadas são as mais variadas que escutamos nos meios pagos, acredita quem quiser.