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29 de outubro de 2021
UM TOUR PELO SERTÃO DO PAJEÚ PERNAMBUCANO
Nos últimos dias vivi grande momentos no sertão do Pajeú. Conheci gente simples e cheias de vida, como por exemplo, dona Geneva (82 anos) e seu Zé Américo e demais amigos do sítio Antonico, zona rural de Carnaíba. Até o fole da sanfona puxei!
Esta propriedade está historicamente muito associada à cidade pernambucana de Afogados da Ingazeira, mas atualmente se localiza na zona rural do município de Carnaíba, a cerca de quatro quilômetros da fronteira com a Paraíba. Neste local nasceu o famoso chefe cangaceiro Antônio Silvino.
Quando estava fazendo a trilha ecológica rumo a serra das Quintas, na zona rural de Carnaíba e em cima de uma formação rochosa encontramos esse pé de viúva-negra, espécie de uma alamanda, comum em solos rochosos e de altitude. A flor ainda não tinha desabrochado.
Quanto mais subíamos mais bonita ia ficando a vista panorâmica da região serrana do município de Carnaíba.
A folhagem seca formando-se num lindo tapete natural. O brejo de altitude é algo fácil de encontrar quando subíamos pelas costas da serra das Quintas.
Já no cume da serra das Quintas a altitude marcou 926 metros. A cordilheira ao alcance de nossos olhos impressionam com tanta beleza natural.
A formação rochosa formam um verdadeiro cenário de filme. Vento chegando a 70 km/h e uma temperatura oscilante na casa dos 28 graus, tudo combinando com a altitude de 926 metros. Foi uma experiência maravilhosa.
Num lugar assim é para se amostrar, mesmo.
Num lugar assim encontramos paz, sossego...
Essa foi a vida que escolhi. Eu e a natureza.
Conhecendo lugares e pessoas.
O sertão, a caatinga, são lugares que sempre tem a história de um povo bravo, guerreiro, destemido e com vasta experiência de vida. Essa cruz marca o local onde morreu o vaqueiro Mané Cabrinha.
Mané Cabrinha foi uma vaqueiro da fazenda Colônia na zona rural de Carnaíba. Segundo informações, o vaqueiro estava andando a cavalo quando ao sentir-se mal, caiu do cavalo e vindo a óbito no local, vítima de um ataque cardíaco, aos 72 anos de idade.
A história deste guerreiro das caatingas, chamado de Antônio Silvino, se inicia quando seu pai, o fazendeiro Pedro Batista Rufino de Almeida, conhecido popularmente como “Batistão”, foi assassinado por Desidério José Ramos e alguns de seus parentes em 3 de janeiro de 1897.
Conta a história:
Meses depois os assassinos de “Batistão” são absolvidos em um júri controlado por famílias poderosas que apoiavam os seus matadores. A família de Antônio Silvino não desiste e impetra uma apelação e os acusados são recambiados à Casa de Detenção, em Recife.
Quando os assassinos do fazendeiro são novamente trazidos escoltados para a região para um novo júri, o policial que comandava o grupo facilitou a fuga de todos.
Revoltado, o jovem Manoel Batista de Moraes, então com 23 anos, e um irmão buscam fazer justiça com as próprias mãos. Para conseguir sua desejada vingança eles se tornam cangaceiros e entram em um bando comandado por um parente conhecido como Silvino Aires.
Acordar cedinho da manhã, tomar um cafezinho com bolo de caco e uma leitura sadia, tem coisa melhor? Isso é o que me fascina na caatinga.
O pôr-do-sol na serra das Quintas é um espetáculo a parte. Veja que maravilha de imagem consegui fazer. Do outro lado está o estado da Paraíba.
Por essas bandas do sertão ainda tem o uso diário do carro de boi, importante meio de transporte desde o início da industrialização nos recantos nordestinos.
Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Flores/PE. A igreja teve sua construção finalizada em 1801. |
Conta ainda a história que:
A histórica Freguesia de Nossa Senhora da Conceição da povoação de Pajeú de Flores, no alto sertão pernambucano, teve seu território desmembrado da Matriz de Cabrobó. Sua instalação ocorreu no final de 1783, oportunidade em que o padre João de Sant’Ana Rocha foi empossado como seu primeiro vigário. A antiga capela de Nossa Senhora do Rosário, por ser a mais bem equipada da localidade, tornou-se sede da novel paróquia, mas continuou sediando a irmandade dos negros.
Por algumas semanas, vivi como um capitão do mato entre os sítios Bentivi, Quintas, Antonico e Ibitiranga, zona limítrofe de Pernambuco e Paraíba.
Foi acompanhado do amigo Ivan Vaqueiro que conhecemos uma região muito rica em história e cultura. Outras reportagens estaremos publicando no nosso portal de Turismo.
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