22 de outubro de 2021

CARNAÍBA: A FAZENDA COLONHA E SUAS HISTÓRIAS MISTERIOSAS

No século XVIII, colonos já habitavam a serra da Colônia. Nessa casa morou o cangaceiro Antônio Silvino que morreu aos 68 anos de idade em Campina Grande/PB.

Na localidade, primeiro, instalaram um engenho de cana-de-açúcar que funcionava com mão de obra escrava; - segundo dizem os antigos da região - também existia um cemitério na dependência de tal Fazenda e em 1801, concluíram a construção de uma capela, dedicada a Santo Antônio.

Recorda o Sr. Antônio Querubim, que em tempos passados, quando na ocasião faziam uma reforma na igreja, encontraram escritos na parede da mesma nos quais estava cravado a referida data como se fosse a de sua construção.

A organização da fazenda seguia o modelo das demais fazendas da época colonial do Brasil. As construções erguidas deixam transparecer uma perspectiva de progresso. Porém, a escravidão que submetia os trabalhadores a condições subumanas, deixava transparecer a forma desumana pela qual o progresso era alcançado.

Já em 1836, colônia era fazenda importante, havendo lá um “distrito” e um Juiz de paz, era o seu proprietário o Cap. Antônio Pereira de Morais, de 45 anos, casado, chefe de numerosa família, capitão de ordenanças, “conduta exemplaríssima,” pacífico e que já servia na vila como juiz ordinário, vereador, juiz-de-paz no seu distrito, homem, enfim, altamente considerado.


A história da Colônia é realmente muito primitiva e segundo o escritor Belarmino de Souza Neto a Colônia já foi Distrito de Flores e por lá residiu até Coronel da Guarda Nacional.

No período da escravatura esse engenho era usado pelos escravos que habitaram na fazenda Colônia, zona rural de Carnaíba,  terra do poeta Zé Dantas.
Vocês lembram do arado manual. Um boi ou um burro ou um jegue era utilizado para puxar essa grade para arar a terra. Esse tipo de processo para deixar a terra pronta para o cultivo, ainda tem o mesmo tipo de utilização.

Por muitos anos, a fazenda Colônia continuou sendo propriedade da família pereira de Morais. Em 1866, Flores tinha sua delegacia policial na sede e três subdelegacias: uma em Baixa Verde, uma em Cupeti e outra em Colônia.”

Essa casa localizada dentro da fazenda Colônia, serviu de senzala. No momento, a fazenda tem mil hectares e muita histórias misteriosas no entorno dela, inclusive foi encontrada uma botija.
O carro de boi que foi importante para o desenvolvimento da agricultura e do transporte de cargas, faz parte do contexto histórico e cultural da fazenda Colônia.

A Fazenda Colônia, durante o século XIX, foi marcada por fortes conflitos. Em 08 de agosto de 1839, no Distrito de Colônia, na dependência da Vila de Flores, o Capitão Francisco Pereira de Morais, fora vitima de uma emboscada, da qual sai baleado e foi se tratar na casa de um padre que residia naquela localidade, sendo a residência também atacada por criminosos.

Por fim, estar nessa fazenda é pisar em solo histórico e cultural que vai do período da escravatura ao cangaço

Outros relatos históricos vamos postar no nosso canal no Youtube e portal de Turismo.

Aguardem. 


19 de outubro de 2021

Nossos sonhos não cabem no capitalismo (por Fernando Meirelles)

 

Essa imagem acima está virando rotina no nosso País...
Fazia tempo que não víamos tantos brasileiros a chegarem a esse ponto. Nos grandes centros é muito mais real a situação.


Avançou de modo notável, nos últimos anos, a sensação de que o peso do poder econômico está desfigurando a democracia, a ponto de levá-la ao colapso. 

Um número crescente de pensadores, ativistas, cidadãos comuns dá-se conta de fenômenos como a mercantilização das eleições e a institucionalização do tráfico de influência. 

Envolvidos em disputas eleitorais cada vez mais caras, partidos e governantes comprometem-se profundamente com os interesses de grupos empresariais que nutrem suas campanhas políticas.

O dinheiro oferecido pelos financiadores é visto como um investimento e cobrado ao longo de cada dia de mandato. Com tal intensidade que muitos já não creem que seja possível adotar políticas contrárias aos interesses do poder econômico associado à política; e que mesmo decisões simples e de bom senso elementar – como a reconstrução de uma malha ferroviária no Brasil, ou a instalação de redes de ciclovias eficazes nas cidades – não saem do papel. 

Mas, se o diagnóstico é conhecido, as alternativas rareiam. Como excluir da política o Poder Corruptor?