FOI MANUEL DA CRUZ VILELA QUE COMPROU UMA SESMARIA DE JERÔNIMO DE BURGOS DE SOUZA PARA HOJE SER BOM CONSELHO

Serra do Bulandim tem 780 m de altitude  
Foto: Cláudio André O Poeta

Lendo o livro Raízes...

Os irmãos Villela aqui chegados eram judeus, fugidos da Santa Inquisição, e que no Brasil converteram-se ao Cristianismo).

A família Vilela ao chegar ao Brasil, vinda da cidade do Porto de Portugal, dividiu-se... Uns membros, foram para Minas Gerais em busca de ouro e couro, outros, para os estados da Bahia, Espírito Santo e Pernambuco.

Foi na separação dos irmãos Vilela que começou a história do município de Bom Conselho, vejamos:

O que formou a família pernambucana — Manuel da Cruz Villela — comprou de Jerônimo de Burgos de Souza Eça, uma sesmaria de 30 léguas quadradas, abrangendo parte de Pernambuco e parte do atual estado de Alagoas. 

Ainda existe, na Bahia, a escritura da sesmaria vendida por duzentos mil réis no ano de 1712. 

Essa sesmaria, atingia as terras, ao sul em Alagoas — Palmeira dos Índios, Tanque d’Arca, Campo de Anadia. 

Em Pernambuco, ao norte faziam divisa com o município de Garanhuns, próximo a povoação de Brejão de Santa Cruz, a leste com o Poço do Veado e a oeste com o município de Aguas Belas.

A VINDA DE MANUEL DA CRUZ VILELA PARA O SERTÃO PERNAMBUCANO

Comprada a sesmaria e lavrada a escritura, partiu Manuel da Cruz Villela em demanda do sertão, parando primeiro em Alagoas para comprar escravos e gado, pois seu fito era abrir uma fazenda de criar. 

Permaneceu na cidade do Pilar onde efetuaria a transação, hospedou-se em casa de um português, rico comerciante e mercador de escravos, cujo nome infelizmente perdeu-se. 

Tinha esse português uma filha, de criação, moreninha, a quem deu a melhor educação da época, e criava com todo o carinho — talvez fosse mesmo sua filha, produto de um amor ilícito com uma escrava, o que era tão comum naquele tempo. Enamorou-se Manuel da Cruz Villela da moça, casaram-se e juntos partiram para o sertão.

NOTE BEM: 

Quando Manuel da Cruz Vilela chegou nessa região, já existia um grande povoado, porém sem nome. Eis o que relata o livro RAÍZES de Artur Carlos Vilela, provavelmente, primo de Manuel.

"Ao norte da sesmaria, 46 km. de Garanhuns, que nessa época era um grande povoado, a enorme extensão de agreste terminava ao sopé de uma serra de mata exuberante, em cuja proximidade passava um rio. 

E foi justamente, entre o rio e a serra que Manuel da Cruz Villela encontrou o lugar ideal para abrir sua fazenda — possuía c elemento indispensável — a água; o agreste para o gado e a serra para as plantações.

Pode-se imaginá-lo a comandar a escravaria, a determinar os lugares onde se ergueriam a casa, o curral, a senzala".

Observação: O rio ao qual se refere, é o lava-pés, hoje, seria por trás do Sindicato dos Trabalhadores Rurais. Praticamente, o rio não existe mais. 

A serra que o autor do livro Raízes (publicado no ano de 1967), se refere é a serra do Bulandim, que você ver logo quando chega na cidade, que fica por trás do bairro da Cohab e do loteamento Arabary.

Depois conto mais...

NASCIA EM BOM CONSELHO HÁ 151 ANOS, CARLOS VILELA, O DESBRAVADOR DO BURACO DO BULANDIM

Buraco do Bulandim - Caverna dos Holandeses
Foto: Cláudio André O Poeta

Nasci a 4 de novembro de 1869, sendo criado no sítio onde residia meu pai, que sempre viveu da agricultura. Devia ser portanto a minha carreira a seguir e me julgava feliz em seguir a profissão do meu pai.

Permaneci quase sem instrução a não ser a que minha mãe ministrava até que em 1883, pela influência do Dr. Bento Ramos, do Cel. Constantino — um deputado federal e outro provincial — e do meu tio Cel. Augusto Villela, conseguiu-se criar uma cadeira de ensino primário no sítio “Baixa Grande” onde é o engenho de meu pai. 

Foi nomeado professor o Sr. Manuel Jacinto Cavalcante, que chegando em dias de março de 1884, poucos dias lecionou, dando parte de doente e voltando a Recife.

Dias depois foi nomeado um professor interino, que foi o Sr. Joaquim Pinto de Campos, que exerceu o cargo por diversos meses, sendo depois exonerado e substituído pelo Sr. João Batista Lusitano até que foi nomeado o normalista João José Pereira, que tomou posse em maio de 1885. 

Eu já estava mais ou menos adiantado nas letras e continuei o estudo, onde aprendi alguma coisa devido ao meu empenho e esforço do bom professor.

Pouco aprendi, porque os afazeres eram muitos, conseguindo alguma coisa em português, aritmética e desenho.

Quando em 1888 houve a queda do Gabinete João Alfredo e do partido conservador, foi um dos primeiros cuidados do chefe liberal retirar a cadeira para o povoado “Lagoa da Dominga”, e assim terminaram meus estudos.  

Tratei de continuar a profissão de agricultura com meu pai. Em 1890 consegui casar-me, realizando assim, os meus sonhos da infância tomei a cargo a tarefa que o leitor pode bem avaliar, porém para mim não era nada. 

Sempre fui um gênio empreendedor, porém para mim não era nada, sempre pobre e lutando para viver com honra, o que sempre consegui.

Sempre fui um gênio empreendedor, porém sempre enclausurado nestas plantas obscuras, nada podia achar que auxiliasse a minha intenção, que era imortalizar o nome obscuro que possuía.

Fiz-me médico prático, onde fiz proezas, porém, vendo que a profissão nada rendia, deixei-a. Busquei as artes e fiz alguns progressos, por fim continuei na agricultura.

do livro Memórias

Eros Cauê, aluno da escola técnica estadual de Bom Conselho é premiado em concurso internacional

Meu filho Eros Cauê, aluno do curso de Redes da escola técnica estadual de Bom Conselho, diante de sua dedicação vem se destacan...