Pediatras alertam para queda na vacinação infantil durante a pandemia


Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Na avaliação de 73% dos pediatras, as crianças estão deixando de ser vacinadas durante a pandemia de coronavírus. O dado faz parte da pesquisa divulgada hoje (19) pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Federação Brasileira de Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). Foram ouvidos por formulário online 1.525 médicos de todos os estados brasileiros.

Segundo a presidente da SBP, Luciana Rodrigues Silva, muitas crianças não tem sido vacinadas por falta de informação das famílias e medo de contaminação pelo vírus da covid-19. Ela alerta que a redução da imunização pode aumentar os riscos de doenças que foram eliminadas ou tem baixa prevalência atualmente. “Nós não queremos que doenças que já estão erradicadas ou diminuíram muito voltem a nos assustar”, enfatizou sobre a importância do cumprimento do calendário vacinal mesmo durante o período de quarentena.

De acordo com a pesquisa, 70% dos médicos dizem que as famílias têm medo de se contaminar ou infectar as crianças com o novo coronavírus em consultas presenciais. Nesse sentido, 82% dos médicos relataram um aumento dos atendimentos por telefone, aplicativos de mensagem e outras formas de comunicação à distância.


Alterações no comportamento

Perceberam alterações comportamentais nas crianças, 88% dos médicos. Em 75% das situações, os profissionais notaram alterações de humor. Para Luciana, o isolamento social traz prejuízos ao desenvolvimento das crianças. “Foi prejudicial não só para a maior irritabilidade, perda de atenção, como maior tempo de tela, em frente aos computadores, celulares, como maior número de obesidade das crianças”, explicou.

Como forma de minimizar esses problemas, a presidente da SBP diz que os pediatras devem orientar às famílias. “Como envolver as crianças nas atividades domésticas, como fazer atividade física, como fazer estímulos comportamentais para que o desenvolvimento das crianças não seja comprometido”.

A maior parte dos pediatras (63%) afirmaram que trabalham sem infraestrutura e equipamentos de segurança adequados. “Nós temos no serviço de saúde alguns lugares que tem todos os equipamentos, estrutura física para atender pacientes da covid-19, com profissionais de saúde adequadamente vestidos e protegidos. Mas isso não ocorre em todas as unidades, como deveria ocorrer, sobretudo nas instituições públicas”,destacou Luciana.

Exames no pré-natal

Em relação aos ginecologistas e obstetras, mais da metade (52%) perceberam um atraso das gestantes em fazer os exames no pré-natal e 46% disse que as mulheres tiveram dificuldade em fazer os exames, além de 8% que simplesmente deixou de fazer os procedimentos.

Para o presidente da Febrasgo, César Fernandes, isso é preocupante e pode atrapalhar tratamentos necessários aos bebês. “A sífilis congênita é um mal que nós praticamente não considerávamos há uma década. Aumentou o número de sífilis congênita no Brasil de forma vergonhosa, mais de 1.000% do início dos anos 2.000 para agora. E você tem que fazer o diagnóstico antes de 14 semanas de gestação para efetuar um tratamento apropriado”, exemplificou sobre a necessidade dos exames no período pré-natal.

Agência Brasil

Bolsonaro planeja prorrogar auxílio emergencial até o fim do ano com parcelas de R$ 250




O presidente Jair Bolsonaro planeja prorrogar o auxílio emergencial até o fim do ano. O valor que será pago deve ser reduzido de R$ 600 para R$ 250 nos meses de setembro, outubro, novembro e dezembro, de acordo com fontes que participam das discussões.

A sinalização feita pelo presidente foi dada a integrantes da equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, segundo essas fontes.

A decisão de prorrogar o auxílio deve ser anunciada por Bolsonaro até o fim desta semana. O valor de R$ 250 é próximo ao que será pago no Renda Brasil, programa social que o governo desenha para substituir o Bolsa Família e que Bolsonaro quer que comece a ser pago em janeiro.

O pagamento do benefício contribuiu para aumentar a popularidade do presidente, mas a um custo mensal de R$ 50 bilhões — equivalente a mais de 17 vezes o gasto com o Bolsa Família — é considerado insustentável para os cofres públicos.

Integrantes da área política do governo queriam que o valor fosse de pelo menos R$ 300, enquanto Guedes defendia R$ 200. Bolsonaro encontrou um meio termo e definiu R$ 250.

Líderes de partidos, porém, querem a extensão até o fim do ano, com uma parcela no patamar de R$ 600 e outras de R$ 300.

Proposto inicialmente com valor de R$ 200 pelo governo, o auxílio deveria durar três meses. Foi prorrogado depois por mais dois meses. Como o governo vai propor um valor menor, fará essa alteraçao por meio de medida provisória a ser encaminhada ao Congresso.

Neste caso, as características do programa, como o valor do benefício, por exemplo, podem ser alteradas por deputados e senadores.

O auxílio de R$ 600 foi criado por lei de iniciativa do Congresso em abril para ajudar trabalhadores informais, autônomos, microempreendedores individuais, desempregados e famílias que recebem o Bolsa Família a atravessarem a crise causada pela pandemia.

Segundo dados do Tesouro Nacional, o gasto previsto até agora soma R$ 254,4 bilhões, sendo que já foram desembolsados R$ 182,87 bilhões.

O Globo

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