Descaso do governo com a educação coloca em risco o futuro de gerações (por Francisco Alexandre)

Francisco Alexandre – Ex-diretor de Administração da Previ

O Ministério da Educação caminha para o quarto ministro em 18 meses. Desde o início do governo os nomes indicados para o Ministério da Educação tiveram a missão de atuar para desmontar a estrutura de ensino do país. Tidos como ideológicos, termo que me parece equivocado, pois o que mais falta a eles é ideologia, bem melhor seria taxá-los de lunáticos, a começar por Ricardo Velez que demonstrou não conhecer o Brasil, suas peculiaridades e cultura e, muito menos, de gestão.

Abraham Weintraub passou um ano na pasta, mas uma palavra é suficiente para defini-lo: desqualificado para a função. Após vir à público o que pensava do povo, do país e dos poderes da República fugiu para os Estados Unidos, possivelmente com a benção do governo, como ficou demonstrado nas publicações e correções feitas no diário oficial, tudo para tornar a saída do país legal, já que como ministro ele não podia sair do país sem tornar público.

O ministro de curtíssimo tempo, Carlos Decotelli, foi pego por falsear o currículo que dizia ser doutor sem nunca ter sido; era mestre, mas na tese vinda a público não havia os créditos do original, em outras palavras, plágio. Saiu do cargo em uma semana.

Nome da vez era o do secretário educação do Paraná, o desconhecido Renato Feder, de quem logo surgir o currículo, no qual a ênfase é a ideia de privatizar as universidades federais e terceirizar o ensino público. Também não deu certo, neste domingo ele anunciou a desistência.

É triste que passemos por esse tipo de vexame e demonstração de falta de capacidade e lucidez no trato de uma área vital para qualquer país, a qual pede e é preciso ter pessoas com visão de mundo e capacidade de enxergar além do horizonte e de pensar o futuro do país a partir da formação de sua juventude.

Infelizmente, o que permeia no governo é saber se um lunático que vive nos Estados Unidos e seus seguidores no Brasil concordam e se o ministro atende a interesses de segmentos religiosos. Situação que demonstra desvio do que preceitua a constituição, a qual estabelece que o nosso estado é laico, ou seja, o estado não tem religião e mais, qualquer um que seja governo, há de governar para todos, independentemente raça ou cor, bem como respeitar todos os credos.

A falta de gestor no Ministério da Educação coloca em risco o Fundeb, a principal fonte de financiamento da educação, que precisa ser aprovado pelo Congresso Nacional e toda a estrutura de ensino público do país. Tudo isso mostra a falta de estratégia do governo para a educação, situação que coloca em risco o futuro de milhões de estudantes, diante da falta de ação, de estratégia e de compromisso com uma vital para o desenvolvimento do país e a mais importante quando se pensa em diminuir desigualdades, pois a educação é um vetor essencial para isso.

DESILUSÃO AMOROSA FAZ DE ANTÔNIO CONSELHEIRO UM ANDARILHO REVOLUCIONÁRIO POR 25 ANOS NOS SERTÕES DO NORDESTE

Guerra de Canudos - O que é? Resumo, Causas e Consequências
Lendo e pesquisando sobre a Guerra de Canudos, encontrei fatos intrigantes, vejamos:

A revolta de Antonio Conselheiro se deu por causa de uma desilusão amorosa em sua terra natal, Quixeramobim/CE.

Antonio Vicente Mendes Maciel, apelidado de Antônio Conselheiro, foi professor, advogado e comerciante. 

Em todas as profissões ele não acertou e por último, escapou da seca de 1888, quando morreram mais de 100 mil cearenses.

A desilusão amorosa de Conselheiro foi quando sua amada, o trocou por um sargento da Forca Pública da época. Dai, ele se revoltou e começou a perambular pelos sertões nordestinos durante 25 anos.

Antônio Conselheiro, chegou no norte baiano, em Canudos no ano de 1893, tornando-se líder do Arraial, nome inicial do lugar. Quando ele chegou a comunidade, que até então era uma simples fazenda, começou a fazer pregações fortes contra o comportamento da igreja católica. 

O confronto sangrento foi uma guerra entre os seguidores de Antonio Conselheiro e o exército brasileiro, que durou 01 ano (1896-1897)

Nesse tempo acontecia uma grande crise social, financeira, moral e religiosa, pois vários engenhos foram fechados, muitos escravos perambulavam de um canto para o outro sem algum tipo de subsistência, sem algum tipo de ocupação.

Em 07 anos, Antônio Conselheiro (1890), já tinha 8 mil seguidores, todos que moravam numa fazenda chamada de Belo Monte, que um pouco mais tarde virou o município de CANUDOS. A cidade foi reconstruída por três vezes.

Interessante, que já se passaram 124 anos da Guerra de Canudos, mas a crise daquela época (econômica e social), repete-se em pleno século XXI. Coincidência? Os escritores do século XIX pareciam ter "bolas de cristal" ou terem algum tipo de premonição, pois o Brasil vive na atualidade um momento muito parecido com o de Conselheiro.

Em síntese, a Guerra de Canudos se deu por que o governo da Bahia, com o apoio de latifundiários, não concordava com o fato de os habitantes de Canudos não pagarem impostos e viverem sem seguir as leis estabelecidas. Afirmavam também que Antônio Conselheiro defendia a volta da Monarquia, que havia sido substituída pela República em 1889.

Nascido na vila de Quixeramobim, no interior do Ceará, Antônio Vicente Mendes Maciel cresceu em uma família de padrão de vida mediano. Durante sua infância teve uma educação diversa que lhe ofereceu contato com a geografia, a matemática e as línguas estrangeiras. 

Aos vinte e sete anos, depois da morte de seu pai, assumiu os negócios da família. Não obtendo sucesso, abandonou a atividade. Na mesma época, casou-se com uma prima e exerceu funções jurídicas nas cidades de Campo Grande e Ipu.

Com o abandono da mulher, Antônio começou a vaguear pelo sertão nordestino. Em seguida, envolveu-se com uma escultora chamada Joana Imaginária, com quem acabou tendo um filho. 

Em 1865, Conselheiro abandonou a mulher e o filho e retornou à sua peregrinação sertaneja. Nessas andanças, começou a construir igrejas, cemitérios e teve sua figura marcada pela barba grisalha, a bata azul, sandálias de couro e a mão apoiada em um bordão.

Antônio Conselheiro também acreditava que a República, recém implantada no país, era a materialização do reino do “Anti-Cristo” na Terra, uma vez que o governo laico seria uma profanação da autoridade da Igreja Católica para legitimar os governantes.

Por fim, Antônio Conselheiro, é a figura que se repete na vida de tantos outros Antônios, Franciscos, Josés, Valentins e por ai vai... Isso é história.


ALGUMA OUTRA OBSERVAÇÕES...

1.  O desemprego da época e os baixos rendimentos das famílias deixavam muitos sem ter o que comer. Os séculos passaram e a fome e o desemprego continuam

2. Os governantes e políticos da região não se importavam com as necessidades das populações carentes. Hoje também não é diferente. Continuam olhando pra seus umbigos.

3. Latifundiários empregavam grupos armados para proteger suas propriedades. Eles espalhavam a violência pela região, como estratégia de manutenção do poder dos fazendeiros e forma de repressão a qualquer movimento político ou social, desfavorável aos seus patrões. 

EM GROSSO modo isso continua acontecendo pelos nossos sertões... No interior, os prefeitos usam o poder econômico para escravizar o povo em pleno século XXI.

4. Grande parte da população pobre estava desempregada em função da seca e da falta de oportunidades em outras áreas da economia. 
Hoje, após 124 anos da Guerra de Canudos, vemos os nossos jovens saindo de seus lugarejos, deixando suas famílias para irem se aventurar nos grandes centros, eis o ÊXODO RURAL em pleno século XXI.

5. Por último, era comum na época de Conselheiro, a existência de beatos que arrebanhavam seguidores prometendo uma vida melhor.  Hoje temos uns Valdomiro, Malafaia e Macedo da vida.

Pense nisso!

Texto: Cláudio André O Poeta

Feira Agro Pedagógica de Garanhuns

Nós, Professores de Práticas Agrícolas, juntamente com os Estudantes da Educação de Jovens e Adultos Destinada às Populações do ...