Piúta tem sempre vindo a redação do Blog do Poeta, pois aqui temos dialogado a vontade. |
Piúta diz que quer ser prefeito para mudar a perspectiva de Bom Conselho
A discussão sobre a sucessão de Bom
Conselho caminha a passos curtos. De um
lado o prefeito que demonstra não ter pressa para indicar o seu candidato. De
outro, a oposição que mais parece colcha de retalhos com cinco pré-candidatos.
O resultado é que não se sabe qual deles será o escolhido e até mesmo se haverá
união. As apostas é de que não haverá.
Piúta um dos pré-candidatos, visitou a
redação de nosso blog para conversar com sobre a campanha, durante a conversa
propusemos uma entrevista sobre a sucessão, os nomes da oposição, expectativas
e o que ele pensa para Bom Conselho. O que apuramos, mesmo numa conversa sem
agendamento prévio revela muito do que ele pensa.
O Poeta – Estamos numa conversa sobre
a eleição, você concederia uma entrevista para veiculação no Blog?
Piúta – Sim, sem problemas.
O Poeta – Para começar, como você
será candidato se o PT tem dois nomes, sendo um deles o presidente do partido
na cidade?
Piúta – Este é um tema que temos conversado
internamente e penso que está equacionado. Temos justo que é o partido sairá
unificado com a oposição. Sou da direção estadual onde converso sobre o
processo local.
O Poeta – Você acredita na possibilidade
de unificar a oposição?
Piúta – Este é o caminho. Tenho dito aos
pré-candidatos que é uma necessidade. É ilusório pensar que ganha fácil a
eleição. O candidato da oposição precisa unificar, mais que isso, é preciso passar
à sociedade a segurança de que haverá mudança efetiva na forma administrar a
cidade.
O Poeta – Como assim, que tipo de
mudança?
Piúta – A começar pela campanha. Não sei se
é folclore ou realidade, mas todos dizem que se gastou fortunas na eleição
passada. Neste ano de 2020 a conversa corrente é que o gasto será superior a R$
2 milhões, com gente disposto a subir a aposta.
Custa-me acreditar nisso. Mas de qualquer modo, vamos avaliar a questão.
O primeiro olhar é que quem fizer isso, estará cometendo crime eleitoral, pois
a legislação define limites.
Pelo critério aprovado o limite ficará em torno de
R$ 350 mil para a eleição de uma cidade como Bom Conselho. Em segundo lugar é
de se pensar: será que uma pessoa com disposição de gastar da economia pessoal
valor como esse estará pensando na cidade? Também me custa a acreditar nesse
tipo de boa vontade.
O Poeta – Você pode não concordar,
mas todos sabem da compra de votos nas eleições aqui.
Piúta – Esse é um problema que precisa ser
enfrentado. Primeiro, é uma tarefa da Justiça Eleitoral monitorar e apurar
eventuais as denúncias. Se no passado se fez vista grossa e se há a prática, é
tempo de redobrar as atenções e penalizar os envolvidos, para isso há que se
acompanhar par e passo o processo eleitoral.
Em segundo plano, cabe também
avaliar o papel de quem pratica o ato como vendedor do voto ou prática que fira
as regras eleitorais. Nesse caso, é de se perguntar se quem vende o voto pode questionar
quem foi eleito com essa prática. Quem vende o voto fez negócio ilegal, recebeu
por ele e perde, na minha opinião, autoridade para questionar quem elegeu.
O Poeta – Voltando para a oposição, é
sabido de pesquisas e de discussão para início da definição do nome, como você
encara os números de pesquisas internas que vazam à imprensa?
Piúta – Com naturalidade, dizem apareço
numa rampa de crescimento em todas, o que é bom. Como já disse, para a
definição do nome é preciso avaliar variáveis como rejeição, aceitação,
potencial de crescimento, experiencia e estratégia de disputa.
O Poeta – Você tem presença constante
na mídia com programas em rádios e publicações, tudo produção pessoal. Na
cidade dizem que você fala pouco sobre a gestão atual, é certa a crítica?
Piúta – O ouvinte e o leitor são a
autoridade e se diz isso, tem suas razões. Mas vamos lá, Veja que faço
avaliação da gestão municipal sim. Olhe, já falei da água que não chega na casa
das pessoas. É normal um ciclo de 10 dias sem água? Não.
A culpa não é apenas
da Compesa, a água é uma concessão municipal. E das ruas sujas? Falei mais de
uma vez. Falei das praças, do parque da cidade em abandono.
Do saneamento disse
sobre o esgoto que corre a céu aberto no meio da cidade. Das casas que seriam
entregues em várias datas, falei. Aliás, por falar nas casas, a última notícia
é que se há dificuldade para entregá-las.
Sobre Saúde disse da falta de
especialistas para atendimento, que será preciso aumentar o número de
profissionais se é para valer a instalação da UPA, pois construir o prédio é uma
parte, o que se quer é o funcionamento permanente, esse muito importante e
necessário.
Pedi se adotassem medidas para que as crianças passassem a nascer
aqui. Sobre escolas, falei da falta de condições de estudantes em Rainha Isabel
na unidade avançada do Ceru, lá se verá que não há como o estudante ter
perspectiva, tal é a condição da que eles enfrentam.
Ah, dirão que a responsabilidade
do Estado, é de forma direta, mas indiretamente é da gestão municipal, a quem
cabe cobrar e exigir a melhoria.
Falei da situação de crianças entre 3 e 6 anos
que se deslocam diariamente entre 2 e 3 horas de suas casas para escolas, em
decorrência do fechamento de unidades nos distritos e sítios.
Sobre segurança
já disse que é preciso ter mais policiais para cobrir a cidade e distritos,
temos 50 mil habitantes. O tamanho da corporação precisa ser compatível essa
dimensão.
O Poeta – Para quem quer ser
candidato, um passo importante é pensar num projeto de administração você já pensou nisso.
Piúta – Fui executivo em empresas do tamanho
do Banco do Brasil, da Perdigão S.A., da BRF S.A., da Previ, da BRF
previdência, entre outras. Empresas grandes, com desafio do tamanho delas, o
que exige visão ampla e capacidade de projetar o futuro.
Foi assim quando tivemos
a oportunidade de acompanhar a vinda da Perdigão para Bom Conselho, hoje
Lactalis, empresa que emprega cerca de 300 pessoas e, pelo que se sabe, em
processo de expansão de sua planta aqui na cidade. Se não foi tudo que se
previu, uma coisa é fato, não há outra que empregue esse número de pessoas
aqui.
Administrar
a cidade é uma tarefa que requer pensar nos seus potenciais; na possibilidade
de novos arranjos produtivos; de que é possível desenvolver outras culturas e
meios de produção; como aproveitar o nosso potencial hídrico; como preservar
áreas importantes para o nosso microclima, de como gerar empregos.
Enfim, é
preciso entender que é preciso ir além de ser um prefeito pedinte, é preciso
pensar como trazer meios produtivos para Bom Conselho. Tenho a hábito anotar
pontos que considero importantes quando converso com as pessoas e é
interessante como elas contribuem com ideias, faça anotações e as transformo em
proposições.
Nesse sentido, tenho bastante anotações para elaboração de plano
de governo fruto de minhas reflexões e das conversas que tenho feito.
O Poeta – Observei que falou sobre
muitos temas, mas esqueceu os servidores, por quê?
Piúta – Não, acho que você esqueceu de
perguntar. Como você sabe fui sindicalista e assim, o trato será de respeito aos
servidores e às entidades de classe.
Pelo que sei, os professores estão há quatro
anos sem reajustes, sob o argumento de que os salários estão acima do piso, o
que não é certo, pois ao fazer isso, se impõe redução do poder de compra, logo
é preciso conversar, discutir, saber como estão as finanças da cidade e até onde
se pode ir.
Outro ponto são os concursos, sabemos que há uma enormidade de
comissionados, forma de burlar a lei que exige concurso, e mesmo com seguidas
denúncias de parlamentares e sindicatos à promotoria da cidade, nada foi feito.
O porquê de as providências na andarem não se sabe. Há exemplos em muitos
municípios de Pernambuco em que os prefeitos foram obrigados a realizarem
concursos. Seria importante que o novo promotor olhe essa questão, pois não é
razoável o que acontece.
O Poeta – Para finalizar, você
acredita nas suas chances de ser o candidato?
Piúta – Claro. Se não tivesse essa
convicção não estaria trabalhando e discutindo com as pessoas. Falar de si
mesmo, não é uma boa recomendação, no entanto, me considero com experiência e
preparo para disputar e fazer um governo diferente de todos os que tivemos.
A
nossa ideia é fazer um governo para as pessoas, com técnicos competentes e
capacidade para executar um projeto viável. O nosso governo não será um governo
de familiares.