Alexandre Piúta |
Segunda-feira, 10.02, o país
acordou com o noticiário das águas que caíram na madrugada e manhã na cidade de
São Paulo. O nó na cidade começou cedo, pela madrugada, já estava difícil se
movimentar, pois a dificuldade já era a impossibilidade de transitar em alguns
bairros. O prenúncio era de que o dia seria muito difícil e foi.
São Paulo é a maior cidade do
país e uma das maiores do mundo. Mas padece dos mesmos males de muitas cidades
do país. Os rios Tietê e Pinheiros que cruzam a cidade sofrem com a falta de
tratamento e de cuidados, somam-se a eles outros menores, mas com o mesmo poder
de parar a cidade, como o Tamanduateí.
O dia, para quem tinha negócios e reuniões foi de ficar em casa ou nos
hotéis, pois a cidade parou e, nesses casos o melhor remédio e pensar no
conselho dos ingleses para situações de estresse “Keep calm”, então, a calma
foi o remédio para esperar o tempo melhorar e voltar ao trabalho somente no dia
seguinte.
Este mês os efeitos das chuvas foram sentidos em várias cidades,
primeiro em Belo Horizonte com cenas de enchentes, deslizamento de barreiras,
mortes de 55 pessoas e muitas perdas materiais. No Espírito Santo seguiu o
mesmo roteiro: chuvas torrenciais, desabamentos e mortes.
No Rio de janeiro a situação parece pior, lá, além das chuvas, a cidade
vive há mais de mês com dificuldade no fornecimento d’água para a cidade que é a
segunda maior do país.
Se trouxermos a situação para perto de nós, será fácil perceber que a
nossa capital, Recife, padece do mesmo mal, O Rio Capibaribe agoniza com esgoto
jogado todos os dias no seu leito e, quando chove, ah quando chove! Só mesmo
morando na cidade para sentir a situação.
O estrago vivido por São Paulo, pelo seu tamanho e importância
econômica, repercute na velocidade e impacto similares a sua influência, com
cobranças sobre o que será feito para melhorar e evitar novas situações.
Interessante
nesses momentos são as opiniões e sugestões, que vão das aumentar as calhas dos
rios ao que chamam de espaços para escoamentos e reabertura de rios fechados há
décadas.
Situações sabidas por técnicos e gestores públicos, mas nunca
resolvidas, pois mesmo os piscinões não resolvem os alagamentos. Isto tudo na
maior metrópole do país, imagine em cidades menores, onde a fiscalização, a
imprensa e a opinião pública tendem a ser mais tolerantes.
O país acompanha há décadas o
desmando coletivo de administradores públicos. Em seguidas tragédias, a falta
de compromisso e de responsabilidade daqueles que deveriam cuidar do bem-estar
da população ressalta aos olhos dos mortais comuns, mas os governos insistem em
não ver nem cuidar.