CONHECENDO O RASO DA CATARINA E COMEÇANDO POR JEREMOABO, NORTE DA BAHIA

Por uns cinco dias estive visitando mais uma vez o sertão baiano e dessa vez me juntei a um grupo de trilheiros sensacional. O que faz um grupo de pessoas deixar a zona de conforto da cidade grande e mergulhar numa aventura por uma região inóspita, onde o recurso de tecnologia é praticamente impossível?
O Raso da Catarina é uma ecorregião localizada na parte centro-leste do bioma caatinga, no estado da Bahia. Possui trinta e oito mil quilômetros quadrados de área. Esta ecorregião consiste em uma bacia de solos muito arenosos, profundos e pouco férteis, de relevo muito plano. Apresenta cânions na parte oeste.

Antes de adentrar no Raso da Catarina, recebemos instruções do técnico agrícola e apicultor, Zé Coelho ainda no pátio da fazenda Logradouro. Isso era por volta das 6 horas da manhã... Dai em diante vivenciamos uma nova realidade de vida.

O Raso recebe esse nome porque seu relevo é quase toda sua totalidade, plano com vegetação rasteira e Catarina é em homenagem a proprietária da Fazenda Catarina, que existe até hoje na região.  O Raso da Catarina serviu de refúgio para Virgulino Ferreira, o Lampião, personagem da história do Cangaço na década de 30.


Quando chegamos na fazenda Logradouro, fomos apresentados ao gerente da referida fazenda (chapéu de coro), pelo seu Zé Coelho (camisa branca), para que pudéssemos ter acesso ao raso, especialmente, do lado onde se reproduz e mora a arara-azul-de-learespécie criticamente ameaçada de extinção.

O regime pluviométrico do Raso da Catarina é caracterizado por chuvas irregulares que ocorrem em alguns dias do inverno, perfazendo um total em torno de 400 mm ao ano.

Muito embora a região do Raso da Catarina, onde esta inserida uma (Área de Preservação Ambiental-APA), sofra de escassez de água em superfície, que se restringe aos vales do São Francisco e Vaza-Barris, podendo apresentar grande reserva armazenada em seu sub-solo.

Imagine você, plena manhã, distante do agito das grandes cidades, longe de qualquer poluição sonora e tecnológica, vivenciar um momento único e muito sadio, voltar aos velhos tempos do famoso PIQUENIQUE. Foi isso que nos fez aventurar-se pelo maior raso do Nordeste.

Conta a lenda, que a fazendeira Catarina, lutou contra a seca, mas foi derrotada por uma nuvem de gafanhotos que devorou a plantação de milho e feijão, deixando-a em estado de loucura e sozinha até o fim da vida. Dizem que seu espírito vaga a localidade ajudando vaqueiros a encontrar animais perdidos.

Toda a área do Raso da Catarina é coberta por vegetação de caatinga, composta por cactáceas, palmeiras, bromeliáceas e outras plantas xerófitas. Entre as espécies mais comuns, destacam-se: o umbuzeiro, o angico, a aroeira, a faveleira, a catingueira e o pau-de-rato.

O técnico agrícola, Zé Coelho, que ao mesmo tempo é apicultor, passou informações importantes para todos nós sobre o manuseio das abelhas e como se manter no Raso da Catarina evitando que elas ataquem quem passa pelo seu habitat. Dadas as instruções, seguimos rumo a morada das lindas araras-azuis-de-lear.


Um dos nossos desafios foi escalar uma formação rochosa de arenito que no seu cume chegou a marcar 584 metros de altitude, onde o vento mostra sua cara e o zumbido é forte. Em compensação, a vista de cima do Raso da Catarina é inesquecível.
Ah, na próxima reportagem no nosso portal de turismo contaremos mais sobre esse contado com as araras-azuis-de-lear.
Obrigado a todos os nossos patrocinadores!











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