24 de abril de 2019

ESCOLA SEM LUZ. LIVROS NO LIXO por Alexandre Piúta


Escola sem luz. Livros no lixo


Dois fatos vieram a público na cidade nos últimos dias, ambos da área de educação, mostrados pelos meios de comunicação e por denúncias de parlamentares da cidade. O primeiro foi o corte de energia da Escola Mestre Laurindo. O outro foi o aparecimento de um caminhão de livros, destinados aos anos letivos de 2017 e 2018, num depósito de recicláveis que, segundo o proprietário, havia sido comprado de outro armazém na cidade de Palmeira dos Índios.

As explicações dadas para o corte de luz do Mestre Laurindo pelas autoridades do município, foi que houve erro da concessionária Celpe, erro que passou um mês até ser resolvida a situação. No caso dos livros vendidos como papel reciclável, as autoridades informaram ter sido ato de um funcionário e que foi realizado o recolhimento do material de onde se encontrava.

As explicações, com todo o respeito, são insuficientes para os dois casos. No primeiro é preciso explicar como uma escola fica um mês sem energia, prejudicando os alunos que lá estudam e as razões da não ligação pela concessionária. O segundo é mais grave, pois trata-se de livros doados pelo Governo Federal ao município que, com a confirmação da denúncia, de que houve a venda para terceiros, caractera desvio de conduta.

Houve denúncias. As provas são materiais. O que pede ação do ministério público para apurar quem cometeu os desvios e as medidas judiciais cabíveis para cobrar as reparações necessárias por eventuais danos contra o bem público e o prejuízo aos alunos que receberiam os livros, pois pelo que se sabe não foram utilizados nos anos a que se destinavam.

O anúncio de que foi um funcionário, é insuficiente. Falta saber se foram adotadas medidas para cobrar os danos causados pelo desvio dos livros. Falta esclarecer as razões e por quê ausência tão grande de material não ser percebida pelos gestores responsáveis. Enfim... Respostas para uma situação vexatória sobre qualquer aspecto.

Escola um mês sem energia e livros encontrados no lixo é ruim para a cidade. Situações que pedem ação das autoridades públicas para avaliar como os livros foram parar em depósitos de recicláveis e esclarecer à sociedade o que aconteceu, pois é de patrimônio público que trata essa a questão.

EM 04 ANOS, NO MARANHÃO FORAM ASSASSINADOS 08 VEREADORES E 01 PREFEITO


O assassinato nesta terça-feira (23) do vereador de Maranhãozinho, João Pereira Serra (PSD), foi a oitava execução de um vereador em menos de quatro anos no Maranhão. O G1 MA realizou um levantamento retirando casos suspeitos de suicídio ou que não foram assassinato. Além dos oito vereadores, um prefeito foi morto em oito municípios diferentes.

Veja a lista dos políticos mortos por ordem cronológica no MA

• Vereador de Santa Luzia, Cícero Ferreira, no dia 3 de maio de 2015

• Vereador de Governador Nunes Freire, Esmilton Pereira, no dia 23 de agosto de 2016

• Vereador de Cidelândia, Paulo Baiano, no dia 21 de setembro de 2016

• Vereador de Godofredo Viana, César da Farmácia, no dia 7 de dezembro de 2016

• Vereador de Anajatuba, Miguel do Gogó, no dia 15 de abril de 2017

• Vereador de Governador Nunes Freire, Kedson Rodrigues, no dia 25 de agosto de 2017

•  Vereador de Apicum Açu, Jorge Cunha, no dia 2 de janeiro de 2018

• Prefeito de Davinópolis, Ivanildo Paiva, no dia 11 de novembro de 2018

• Vereador de Maranhãozinho, João Pereira Serra, no dia 23 de abril de 2019

O vereador João Pereira era conhecido como Jango e chegou a ser presidente da Câmara de Vereadores de Maranhãozinho. Ele foi executado no município de Santa Luzia do Paruá por vários tiros de revolver calibre 38.

Motivações políticas

Antes do vereador João Pereira, o caso do prefeito de Davinopólis, Ivanildo Paiva (PRB), é o mais recente. Ele tinha 57 anos e foi encontrado morto na manhã do dia 11 de novembro do ano passado. Durante o inquérito, oito pessoas foram presas, incluindo o vice-prefeito, José Rubem Firmino, apontado como mandante do crime.

A motivação da morte teria sido promessas não cumpridas a José Rubem, como o pagamento de R$ 300 mil após a reeleição da chapa, além de Ivanildo não ter entregue ao vice o controle político da Secretaria de Educação do município. Esses acordos teriam sido feitos a época da campanha quando ambos buscavam a reeleição.

Outro caso no qual houve motivação política foi a morte do vereador de Godofredo Viana, César da Fármacia, em dezembro de 2016. Segundo a polícia, o presidente da Câmara de Vereadores, Francisco do Nascimento, teria tentado negociar sua permanência na presidência, mas como não conseguiu influenciar César, optou por matar Cesar Augusto.

O crime ainda contou com a participação do vereador José Gomes da Silva. Na época, a polícia declarou que ele tinha ficado na suplência durante as eleições e pretendia assumir o cargo de vereador com a morte do César, e posteriormente votar pela permanência de Francisco Nascimento na presidência da Câmara.

por Maranhão em Pauta