9 de abril de 2019

SERRA NEGRA/PE: VOCÊ JÁ OUVIU FALAR EM BREJO DE ALTITUDE

O que dizer de um lugar assim? Essa é a vista de quem está no cume da Caverna do Deda, há 3,5 km do povoado de Serra Negra, zona rural de Bezerros, agreste de Pernambuco.

Ar puro, temperatura beirando os 30 graus, ouvir o canto dos pássaros e o som do vento tem experiência melhor e mais saudável do que essa?

O Gravatá é uma planta que comumente está no Cerrado, porém, nos lugares de altitudes elevadas ele se adapta facilmente. Diante dos 900 metros de altitude, pudemos visualizar as cidades de Bezerros, Caruaru, Gravatá e outras.

Desse ponto de cima da caverna do Deda sempre acontece aventureiros para praticar rapel. Mas, para isso é importante toda uma estrutura de segurança para os praticantes. Não tem como não se encantar por esse lugar.

Sim, parei, contemplei a obra do Criador do Universo. Ouvir o som da natureza é uma terapia maravilhosa. Não importa se esse lugar passou por acidentes geológicos, o que vale na verdade é a experiência de vivenciar esse lugar.

Para chegar a esse cume da caverna e visualizar esse vale, deve-se primeiro atravessar a caverna do Deda. Do lado direito dessa imagem está uma reserva ecológica que pertence ao poder público.

A continuação da trilha até o mirante com 960 metros de altitude , tem que subir por um rapel e quando se chega no cume você curte uma bela vista da cordilheira. 

Se não segurar o chapéu, ele voa diante da força do vento. Mas o melhor é sentar nas rochas graníticas e admirar a paisagem da herança que o senhor Deda Laurentino deixou para os filhos e para todos os que por lá chegarem.

As imagens podem até se parecer, mas não são iguais. A mistura do amarelo do Gravatá com o verde da vegetação do vale da caverna e uma vista do horizonte, faz toda diferença.

As poucas chuvas que caíram na região foram suficientes para mudar a paisagem. Há várias nascente no entorno da caverna. O brejo de altitude está bem visível ao nosso olhar.

Imagine você por esse ângulo descer os 960 metros de rapel... Deve ser uma experiência diferenciada. Nesse área de reserva ecológica todas as rochas são graníticas, não há rochas sedimentares em toda região de Serra Negra.

A planta verde que aparece atrás de mim é arbusto conhecido principalmente pelos nomes de gravatá e caraguatá. Mas também é chamado de gravatá-do-banhado, aspargo-gaúcho e gravatá-comum. 


Embora seja considerada uma planta daninha e infestante nos campos, os escapos das inflorescências (flores) jovens (normalmente verde-arroxeados) são comestíveis. Mesmo em altitude beirando os mil metros o gravatá está presente nas rochas e em troncos de outras árvores.

Por esse ângulo podemos ver a cidade de Gravatá ao longe. Observem que há resquício de mata atlântica em todo esse trecho da caverna do Deda e no povoado de Serra Negra.

São vários os tipos de cactos que são encontrados em cima da caverna, inclusive, há espaços reservados para camping, basta os interessados procurarem o proprietário das terras, o senhor João Laurentino.

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O CAMINHO QUE NOS LEVA AO SECADOR DE CAFÉ E A CAVERNA DO DEDA EM SERRA NEGRA/PE

A região de Serra Negra é um lugar diferente. O clima típico do agreste pernambucano, dias quentes e noites frias, dão à região distintas atrações. O parque ecológico encontra-se um pouco afastado do distrito, mas, em todo o seu percusso a vegetação é intocável.

Antes de percorrer os 300 metros para chegar na Caverna do Deda, fizemos aquela pausa depois de uma caminhada de 3,5 km. Um trecho moderado que se faz em até 50 minutos.

Para saber mais sobre a história da Caverna do Deda, conversei com o senhor João Laurentino, filho do (falecido) Deda Laurentino e neto do major Manuel Laurentino que deu início a história do lugar.

Para ter acesso a Caverna do Deda você paga um valor de R$ 5,00 por pessoa. Como a caverna fica numa área privada, há sempre pessoas recebendo os visitantes. Do povoado de Serra Negra até esse local você percorre por uma estrada de muito cascalho e tem pelo menos três ladeiras muito íngremes. Mesmo assim, a trilha tem nível moderado. Se você optar ir de carro, não tem problema, a estrada oferece condições de trafegabilidade, o tempo que você leva para chegar a caverna é em torno de 20 minutos.


Construído há mais de 100 anos o "secador de café" construído pelo major Manuel Laurentino está intacto. O piso de tijolo cru está do mesmo jeito de quando foi construído, fruto da preservação histórica do local. Dos 25 filhos, 14 estão vivos, mas, 02 comandam a área de reserva ecológica.

O major Manuel Laurentino que era um produtor de café e banana, construiu um secador de café que ao passar dos anos se tornou num bar para receber amigos e familiares. Passados 100 anos da construção do secador de café, no ano de 1957 o ambiente passou por uma reforma.

A fazenda que fica abaixo da caverna fica numa área de vegetação para a criação de gado leiteiro de corte. Há uma área reservada para o plantio de Pau-Brasil e demais árvores frondosas que se adaptam ao clima de brejo de altitude.

Com fraca sinalização e um centro de atendimento ao turista, esse é um dos pontos negativos em Serra Negra, seja para quem quer realizar trilhas no parque ecológico ou para as cavernas locais.

Quem deseja fazer a trilha à pé (recomendável), o visitante poderá encontrar, além das rochas, uma apreciação espontânea da flora da região que é bem característica. 

Chegando na Caverna do Deda há uma área de reflorestamento de Pau-Brasil construída pelo senhor João Laurentino, neto do major Manuel Laurentino falecido no século XIX.

Quando se sai da estrada principal que da acesso a fazenda da Caverna do Deda, você entra num cercado e sobe uma ladeira de 350 metros de comprimento e uma altitude de 450 metros, mas, quando se passa por dentro da caverna e chega no mirante a altitude dobra.

Quando se chega na caverna você não quer sair logo, aliás, tem mais que curtir as belezas do bioma. Para relaxar, tem um balanço que todos usam e pode sentir o ar puro entrar entrando pelo nariz.

Quando vamos subindo rumo ao cume da Caverna do Deda vamos visualizando essa cordilheira... Lá no fundo esta a cidade de Gravatá.

A folhagem que cai das árvores formam um tapete que se mistura com as rochas graníticas que ficam em frente a entrada da Caverna do Deda.

Se há fato negativo num lugar assim, podemos ver que não se dá atenção devida pelas autoridades locais, ao que faz deduzir que também não há investimento em estudos. No entanto, o lugar é realmente muito lindo. As rochas, marcantes na paisagem, criam um relevo a nível micro e macro.
Mas vale apena conhecer essa região...

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