27 de março de 2019

Geralmente, somos criticados por quem está fazendo menos do que nós

por Marcel Camargo

O que mais fazem é julgar. Julgar negativamente. Muitas pessoas parecem passar o dia procurando defeitos nos outros. Criticam a roupa, a fala, o trabalho, o modo de vida, criticam a respiração do outro. Convenhamos, mal temos tempo de cuidar da nossa própria vida, que dirá da vida alheia. Tem muita gente desocupada por aí.

É óbvio que, quando nos ocupamos do que realmente interessa e nos importamos com o que verdadeiramente importa, estaremos nos sentindo úteis e completos, ou seja, não perderemos tempo bisbilhotando a vida alheia ou reparando na vida do outro. Quem cuida do que lhe cabe não se incomoda com o que os outros fazem, falam ou vestem.

Gente incapaz de perceber quando a dor do outro ainda está lá, ou quando o outro apenas está vivendo o que bem entende, sem machucar ninguém. Sobram críticas maldosas e vazias de conteúdo, baseadas tão somente no próprio umbigo.

Existem pessoas eternamente insatisfeitas, com tudo, sobretudo com elas mesmas. Assim, acabam não se suportando e, na tentativa de se sentirem menos mal, atacam os demais, como se diminuir o outro fosse lhes tornar maiores, melhores. Não conseguem enfrentar os próprios erros e a isso fogem apontando supostos defeitos de quem estiver ao lado. O único prazer desse tipo de gente é criticar, elencar os defeitos do mundo à sua volta, enquanto esconde suas escuridões sob o tapete da ilusão.

Por isso é que, com exceção das críticas construtivas que recebemos de quem nos ama verdadeiramente, seremos criticados, na maioria das vezes, por quem faz bem menos do que nós.

26 de março de 2019

A CORDILHEIRA VISTA DA SERRA DO GOITI NA ZONA RURAL DE PALMEIRA DOS ÍNDIOS/AL



É por esse ângulo percebe-se a beleza da cordilheira que existe no entorno da cidade de Palmeira. Lá no horizonte está a cidade de Igaci, distante da terra do Amor uns vinte quilômetros. Foi subindo a mata da Cafurna que consegui fazer essa imagem.


A mata da Cafurna fica numa área indígena onde reside os índios Xukuru-kariri. De acordo com a Funai, cinco mil indígenas vivem na região. Na mata da Cafurna, onde fica uma barragem, moram 150 famílias.

A área de Mata Atlântica do estado foi dizimada para a exploração de madeira e a abertura de terras na região, a fim da produção da cana-de-açúcar. 

A estimativa é de que a Mata Atlântica original cobria todo o litoral alagoano e adentrava em larga escala pelo estado, chegando, provavelmente, a municípios do Agreste Alagoano como Igaci e Palmeira dos Índios. 

Estima-se que apenas 6,04% da vegetação original ainda exista no território alagoano. Tais florestas são caracterizadas pelos tipos ombrófila densa, ombrófila aberta e estacional semidecidual. 
Dentre as espécies vegetais destacam-se as plantas epífitas (como aráceas, bromélias e orquídeas), além de árvores de maior porte (como imbiribas, muricis, sapucaias e visgueiros).

A fim de proteger a vegetação do território alagoano, 51 unidades de conversação foram instituídas, especialmente no leste do estado. Entre as áreas de proteção integral estão a Estação Ecológica de Murici, o Parque Municipal de Maceió e a Reserva Biológica da Pedra Talhada. 

No Agreste Alagoano, destacam-se o Monumento Natural do Rio São Francisco, o Parque Municipal da Pedra do Sino e o Refúgio da Vida Silvestre dos Morros Craunã e do Padre. 

Alagoas conta ainda com 33 Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), uma reserva extrativista e oito Áreas de Proteção Ambiental (APA).


Pastos expostos também são encontrados em meio ao Sertão Alagoano, cobertos em algumas partes por espécies nativas de pequeno e médio porte, tais como cajueiros, juazeiros e umbuzeiros. Dos 13.000 km² de áreas originais de caatinga, restam menos de 11.000 km².

A vegetação de Alagoas é marcada pelo clima e solo predominantes em cada região. No litoral, mangues e lagoas se sobressaem na paisagem alagoana – atribuindo nome ao estado, inclusive. 

Na porção mais árida, a oeste, o cenário da caatinga é atenuado com espécies mais resistentes à estiagem. Já no agreste, resquícios de Mata Atlântica podem ser encontrados em meio à transição entre a vegetação litorânea e a caatinga.

Palmeira dos Índios ocupa terras que um dia foram aldeias dos índios Xucurus. Foi criada como freguesia em 1798 e transformada em vila em 1835.


Na década de 1840, uma disputa política brutal entre famílias, causa de dezenas de assassinatos, provocou o êxodo que praticamente esvaziou a vila. Anexada então a Anadia, Palmeira dos Índios só recuperou a autonomia anos mais tarde. Em 1889 foi elevada a cidade.

Entre 1928 e 1930 a prefeitura foi exercida pelo escritor Graciliano Ramos (nascido na cidade de Quebrangulo, em Alagoas), que incluiu fatos do cotidiano da cidade em seu primeiro romance, Caetés (1933).

Em plena reserva ecológica pertencente aos índios Xucuru-Kariri vimos a importância da preservação das matas, das nascentes, do meio-ambiente. Há em algumas partes da região serrana de Palmeira muito desmatamento, seja para a criação de bovinos, seja para colocar roças.

AGUARDE A PRÓXIMA REPORTAGEM!