23 de março de 2019

BARBÁRIE, PRECONCEITO E XENOFOBIA por Alexandre Piúta




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Barbárie, preconceito e xenofobia
    O mundo acompanhou nesses dias duas barbáries para as quais se procura explicação capaz de situar a sociedade sobre o que leva uma pessoa a matar dezenas de pessoas, sem nenhum nível de relacionamento capaz de gerar divergências que possam justificar tais atos. No Brasil foram 10 mortes e 11 feridos, na cidade Suzano no dia 13. No dia 15 foi na Nova Zelândia, na cidade de Christchurch, com 50 mortes e mais de 40 feridos.
    Os ataques no Brasil e na Nova Zelândia são partes de uma série de atentados, cada vez mais frequentes, a exemplo de Columbine, nos EUA em 1999, com 13 mortes, Boate Bataclan, em Paris, que ceifou a vida de mais de 120 pessoas, em 2015 e o ataque com caminhão em Nice, França, com 80 mortes, em 2016, entre outros.
    Na busca de explicações sociólogos, psicólogos, estrategistas, especialistas em segurança e administradores públicos se revezam nas explicações de pistas possíveis. Um emaranhado de caminhos surge em cada fala, revelando as dificuldades para se chegar a um ponto comum das razões que levam os envolvidos a esse tipo de ação.
Nos ataques mundo afora sobressaem o preconceito e a xenofobia como gatilhos detonadores de pessoas que se convertem ao extremismo e passam considerar ser impossível a convivência de pensamentos diferentes, quer sejam políticos, religiosos ou costumes.

As justificativas dos agressores, quando vem a público, para explicar tamanha crueldade e barbárie são, via de regra, recheadas de preconceitos, xenofobia e intolerância. Revelam também antagonismo político, a cor e a credo. Ou seja, irracionalidade, insensatez e desequilíbrio.
No brasil, as razões que levaram ao ataque na Escola Raul Brasil ainda é uma incógnita para investigadores e autoridades públicas. O que se tem são pistas que indicam problemas como discriminação sofrida pelos agressores (bullying) e ainda a possibilidade de ser ato de intolerância, tema que tem vindo à tona a partir de avaliação de perfil de redes sociais dos envolvidos.
Esses ataques podem também ser resultado da conturbação e desavença que o mundo vive, onde extremistas dispostos a ações de grandes repercussões têm levado pessoas e acreditarem que a violência é o caminho para mudar o status quo de desigualdade que priva e exclui a maioria da população do planeta de condições mínimas de sobrevivência.
    Os dias atuais trazem à memória o historiador Eric Hobsbawm no livro a Era dos Extremos, clássico do fim do século passado, numa de suas reflexões: “Nosso mundo corre o risco de explosão e implosão. Tem de mudar. Não sabemos para onde estamos indo. Só sabemos que a história nos trouxe até este ponto e por quê. Contudo, uma coisa é clara. Se a sociedade quer ter um futuro reconhecível, não pode ser o prolongamento do passado ou do presente.”

A reflexão que fica é a necessidade de a humanidade pensar como tem agido e, depois avaliar caminhos e alternativas que possam diminuir os abismos que temos presenciado. O desafio que temos pela frente será encontrar saída capaz de alterar o contexto atual, que possa comprometer a todos no esforço de compreensão e tolerância para se ter convivência pacífica e civilizada.
   
Francisco Alexandre – Engenheiro civil, Advogado, AMP – Harvard Business School

PREFEITO VIAJA PARA OS ESTADOS UNIDOS ENQUANTO FUNCIONÁRIOS FICAM SEM SALÁRIOS

Médicos, enfermeiros, dentistas e técnicos de enfermagem do Programa de Saúde da Família (PSF), contratados pela Prefeitura de Camaragibe, reclamam que estão com salários atrasados há quase dois meses. 

Além da irregularidade no pagamento das equipes do PSF, os profissionais e pacientes vêm enfrentando um outro problema: a precária higienização nas unidades de saúde do município. Segundo denúncia dos servidores, a limpeza está sendo feita por meio de um “rodízio”, após a decisão do Poder Executivo de “enxugar” o número de auxiliares de serviços gerais. Enquanto isso, o prefeito Demóstenes Meira (PTB) está nos Estados Unidos com a sua noiva e secretária de Assistência Social, Taty Dantas, e o secretário de saúde e irmão do gestor, Davi Meira.

A assessoria de comunicação da Prefeitura de Camaragibe confirmou a viagem do prefeito ao exterior, mas disse não saber a data de seu retorno. Também não foi informado o motivo da viagem. Sobre o atraso de salários dos contratados, a assessoria explicou que somente fevereiro não foi quitado. 

Segundo os servidores, no entanto, a falta de regularidade no pagamento vem ocorrendo desde dezembro do ano passado. “Antes, recebíamos no final do mês, depois passou para o dia 10 e agora a prefeitura não informa qual a data do pagamento. Não recebemos fevereiro e março já está terminando sem nenhum aceno da gestão”, denunciou uma servidora do PSF, que não quis revelar o nome por medo de represálias.

O prefeito Demóstenes Meira e seus dois secretários viajaram dia 14 sem comunicar oficialmente à Câmara municipal. O regimento interno da Casa diz que o gestor deve pedir autorização se ficar ausente do município por mais de 15 dias ou se viajar para fora do país por mais de oito dias. 

Segundo o presidente da Câmara, Toninho Oliveira (PTB), o prefeito teria que retornar ao Brasil nesta sexta-feira para não ser acusado de crime de responsabilidade. “O prefeito viajou sem comunicar ou repassar o cargo para sua vice (Nadegi Queiroz, em rota de colisão com Meira). Ele pode ser punido com mais um pedido de impeachment”, diz Oliveira.

Em relação à limpeza das unidades de saúde do município, a higienização vem sendo feita de dois em dois dias, segundo os servidores. Em outras, o período é ainda maior, com a limpeza realizada de três em três dias. Para complicar ainda mais a situação, a Lei Orçamentária Anual (LOA), para o exercício de 2019, e o Plano Plurianual (PPA) de 2018 não foram aprovados pela Câmara de Vereadores até o momento. O orçamento do município deste ano é de cerca de R$ 334 milhões. Sem essa votação, o município está travado financeiramente.

De acordo com o secretário-geral do Conselho de Saúde de Camaragibe, Eduardo Santos, a cidade está em uma situação caótica. “A prefeitura alega que não paga porque os vereadores não votaram o PPA e nem o Orçamento. 

Em 37 anos de emancipação da cidade, isso nunca aconteceu. A situação está horrível, com obras paralisadas, salários atrasados, sem medicamentos e realização de exames nas unidades de saúde. Alguns médicos pediram demissão”, denunciou.

Por Diário de Pernambuco