OS CASARÕES DE DONA GENEROSA COITEIRA DE LAMPIÃO E ORGANIZADORA DOS BAILES PERFUMADOS

Na minha passagem pelo povoado Riacho, distante 25 quilômetros de Paulo Afonso, situado à beira da rodovia estadual BA-210, encontrei um pequeno e bonito conjunto de construções antigas, em meio à paisagem rústica do semiárido baiano. 

Nesse local encontram-se as ruínas da casa de dona Generosa, coiteira de Lampião, famosa por promover bailes perfumados que atraíam os cangaceiros pelo sertão na década de 1930.

O conjunto engloba ainda uma capela com um cruzeiro em frente ao cemitério da família Azevedo. Logo adiante, mais três casas deterioradas. Dona Generosa não teve filhos, mas construiu as outras três casas para os adotivos. 

O tempo passou mas dona Generosa Gomes de Sá, que morreu na década de 1950, aos 114 anos de idade, deixou sua história marcada no sertão baiano. No tempo do Cangaço, era dona Generosa que "contratava as mulheres e os músicos e fazia os bailes. O que a gente chama de forró, eles chamavam de baile. Mas tudo era feito no maior respeito", informa o historiador e escritor João de Sousa Lima.

Interessante que nas paredes dos casarões antigos há símbolos esculpidos pela coiteira na capela,  que são as mesmas estrelas que aparecem nos chapéus dos cangaceiros. "Tanto as orações quanto esses símbolos eram para pedir proteção divina", diz a história.

 Você já se imaginou num cenário de filmes de Faroeste? Foi o que senti enquanto andava pelas ruínas dos casarões de dona Generosa. As paredes dos casarões são feitas de tijolos cru e colados ainda pelo barro vermelho. 

As casas e a capela foram construídas por dona Generosa em 1900, que contratou pedreiros de Pernambuco para fazer o adobe, pois na região se erguiam imóveis apenas de taipa. Nesse cemitério que fica há poucos metros da serra do Umbuzeiro, todos os túmulos tem assinatura dos membros da família Azevedo.


As ruínas da casa de dona Generosa é um marco de histórias na passagem de Lampião pela comunidade do Riacho. Segundo relatos históricos, era dona Generosa que organizava o baile para o rei do cangaço e seu bando. 

Muito pouco se sabe de como foi a vida de dona Generosa e por que ela que não tinha filhos resolveu fazer várias casas no entorno da casa que ela morava sozinha. Dentro dessa ruínas há pinturas que representam o período.

Encontrei o agricultor Belmiro de 73 anos de idade que sem muitas delongas, contou muito pouco sobre os casarões de dona Generosa. Quando perguntei sobre os baile perfumados que eram organizado por dona Generosa, ele disse que o forró só terminava na faca e desconversou quando foi pra falar sobre a vida pregressa de dona Generosa.

A igreja de Santa Rita de Cássia está no centro do Povoado do Riacho na zona rural de Paulo Afonso.

CONTA A HISTÓRIA: Em 1830 chega as terras do Povoado Riacho, sete irmãos vindos de Salvador: João Barbosa, Manoel Barbosa, Francisquinho, Sandú, Lobato, João Grande e outro de nome não identificado. 
Um deles, João Barbosa gostou destas terras e acabou ficando. João Barbosa, juntamente com seu irmão Manoel Barbosa, casaram-se com duas irmãs da Cidade de Floresta – Pernambuco. 
João Barbosa, se estabeleceu definitivamente no Riacho. Enquanto seu irmão Manoel Barbosa, fundou o Povoado Arrasta-pé e os demais irmãos fundaram povoados circunvizinhos ao Riacho.

Bom, ainda temos muito a contar depois desse tour pelo sertão baiano.... Aguardem!

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A SERRA DO UMBUZEIRO E OS DESAFIOS PARA CHEGAR AO SEU CUME. UMA TRILHA DE PURA ADRENALINA

A serra do Umbuzeiro pode ser vista do centro de Paulo Afonso e seu formato possui uma imagem semelhante a um vulcão. Desde as visões mais distantes já tem uma particularidade infinitamente bonita que é o seu formato. 

A Serra do Umbuzeiro, localizada no Povoado Riacho, distante 25 quilômetros do cento de Paulo Afonso, você chega pela rodovia BA-210 (sentido Jeremoabo), é cenário para uma boa caminhada até o cruzeiro, em seu ponto mais alto.

A subida foi dolorida e cansativa, mas em compensação a vista panorâmica dos 850 metros de altitude acima do nível do mar compensa qualquer esforço.


Fazer a trilha da serra do Umbuzeiro envolve contato com a vegetação típica do semi-árido, belas formações rochosas de arenito, grutas, cavernas e pinturas rupestres. Do alto dos seus 850 metros tem uma fabulosa visão em 360 graus do município de Paulo Afonso.

Até parece que você está em outro planeta pela beleza que vemos em nossa frente. As rochas sedimentares nos paralisa com seus tamanhos e geoformas.

Quando você vai se aproximando do povoado Riacho que está às margens da rodovia BA-210, a vista para a serra já muda um pouco de formato, se mostrando uma inclinação com um formação triangular. Para chegar lá é necessário que esteja acompanhado de um guia para que ele possa dar informações do local, conduzir o visitante com segurança e orientar sobre a preservação do meio ambiente.

Do povoado Riacho você vai tendo noção do quanto a serra tem sua beleza inigualável. A comunidade onde a serra está localizada tem em torno de 1.500 habitantes. Segundo moradores o parto de dona Déa, mãe de Maria Bonita, foi no no povoado que fica há 15 km da Malhada da Caiçara, onde a cangaceira Maria Bonita morou até os 20 anos de idade, antes de conhecer Lampião. 

Além da serra do Umbuzeiro, existe umas ruínas de casarões que são verdadeiros cenários de alguns ataques do bando de lampião por essas bandas da Bahia.

Quando se chega ao platô da serra do Umbuzeiro, ninguém se contenta em apenas ficar olhando o cenário geológico que o lugar proporciona. De fora você visualiza apenas uma serra, mas, quando você faz a trilha que demora praticamente 1 hora de caminhada por um varedo serra acima, há uma abertura com rochas de vários tamanhos e formatos.

A caverna do Buraco está no complexo da serra do Umbuzeiro
A trilha da serra do Umbuzeiro tem uma complexidade média, apesar da subida não ser tão íngreme, alguns lugares tem pedras soltas, subidas bruscas e existe possibilidade de escorregar. Então é necessário ficar atento e seguir todas as orientações dos guias da região. 

Toda a serra é formada de paredões de arenito que, de acordo com a criatividade de quem visita, é possível verificar vários formatos: cachorro, tartaruga, soldado, sapo, a torre do tabuleiro de xadrez entre outros. Uma das primeiras formações “oficiais” é a Cadeira do Rei. Tudo depende do ângulo que você enxerga.

A cada metro que você percorre subindo a serra do Umbuzeiro, se vai encontrando rochas e vegetação que se confundem e enriquecem o cenário. Ao chegar nas pinturas, é possível avistar um belo paredão com a arte rupestre que foi esculpida há mais de 9 mil anos e que merece uma atenção especial.

Depois de 1 hora e 30 minutos de subida encontrei um pequena caverna que cabe uma pessoa tranquilamente. Aproveitei aquele espaço limpo, ventilado e fui descansar por mais de 40 minutos, saboreando o lanche que tinha levado além daquela água bem fria, por que com o calor que enfrentei não tem como ter água gelada.

Depois de 1 hora de subida não imaginava que iria encontrar um Planalto (ou platô) — classificação dada a uma forma de relevo constituída por uma superfície elevada, com cume mais ou menos nivelado, geralmente devido à erosão eólica ou pelas águas.

A presença do bombeiros Civis Edvaldo e Jéssica foi muito importante, eles que já são acostumados a subirem a serra do Umbuzeiro, mostrando muita responsabilidade e conhecedores da região que até então era desconhecida para esse blogueiro e outros aventureiros.

No primeiro ponto de parada na subida da serra do Umbuzeiro, depois de tomarmos bastante água e respirar forte, fomos conferir como estava nossa pressão arterial. O bombeiro Civil ficou admirado com nossa vitalidade depois depois dos primeiros 40 minutos de subida. A pressão estava 13/8 (normal) e os batimentos cardíacos 117 por minuto (dentro do estimado). 

Depois daquela pausa, voltamos a subir os outros metros que faltavam para chegar ao cume da serra. Desse ponto em diante começou a ventar mais, o oxigênio foi se renovando e chegamos firmes nos 850 metros de altitude acima do nível do mar. Qual experiência estou levando? Respeitar os limites do seu corpo.

O cansaço era físico, mas, a mente renovada, vivíssima, feliz por conseguir superar os limites da fadiga que o corpo apresentou. Ainda voltarei a serra do Umbuzeiro. Um dia é pouco para conhecer tudo o que há em sua geoforma.

No início da caminhada é por uma trilha fechada e com algumas subidas cansativas até chegar no primeiro ponto de parada que é um belíssimo mirante que permite fotografar o povoado Riacho. 

O casal de bombeiros Civis, Jéssica e Edvaldo, alcançaram o topo da serra do Umbuzeiro. De cima quem não tem costume estar há 850 metros de altura é um desafio sensacional. Eles foram personagens importantes para me guiar até o cume da serra. Muito obrigado pelo apoio!

Há uma particularidade no chão que se pisa pois, com a ação do vento e chuva, esculpiu as pedras de arenito formando um desenho fantástico que merece ser fotografado também. Além de um registro do visitante tendo o tomo da serra como o cenário ao fundo.

Chegar ao cume da serra do Umbuzeiro é o máximo da aventura. Me senti um pássaro, ar de liberdade, onde você supera seus limites, suas imaginações. De cima da serra do Umbuzeiro você tem uma vista privilegiada, pelo menos duas cidades se visualiza no horizonte, Santa Brígida e Paulo Afonso.

O buraco da Águia é um espaço aberto pela rotação do vento e intempéries do tempo há milhões de anos. Uma ação vulcânica milenar abriu essa fenda transformando numa média caverna que cabe mais duas pessoas deitadas.

Tentei passar no "Buraco da Agulha", mas não consegui, valeu a experiência. Agradeço ao nobre bombeiro Civil, Edvaldo, pelo apoio durante a trilha.
E para chegar ao topo da serra por esse caminho é necessário passar pelo “Buraco da Agulha”. Um lugar que “só passa quem não tem pecados”, diz uma lenda. 
O buraco da Agulha é uma fenda que possibilita às pessoas o acesso a uma das mais belas paisagens existentes na cidade. Quem passa por essa "brecha" chega-se ao Labirinto de Pedras bem mais rápido, caso contrário se faz um arrodeio, que foi meu caso. 
Um lugar cheio de formações belíssimas que as pessoas podem, com cuidado, subir e desfrutar daquela paisagem particular. 
Alguns também acampam na serra ou fazem a trilha no período noturno. O topo da serra está a 850 metros acima do nível do mar.

Na próxima postagem haverá novas imagens desse lugar maravilhoso e desafiador...

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