A PASSAGEM DO HOMEM PRIMITIVO ESTÁ REGISTRADA NA ZONA RURAL DE IATI, VÁ CONHECER

A mistura de vegetação com as pedras com suas colorações, da um embelezamento natural que chama a atenção de todos. Prestes a terminar o outono, já que estende até o próximo dia 20/06, as folhagens começam a cair de algumas árvores, formando num tapete natural em cima das pedras, foi o que vi no Sítio Boi Branco em Iati. O pé de mulungu (uma planta também conhecida como canivete, bico-de-papagaio e corticeira), embeleza o Sítio Arqueológico da Pedra Pintada (que falta sair do papel).
Dividindo espaço com as rochas, encontrei um pé de mulungu com sua folhagem com as cores da seleção brasileira (verde e amarela).  Para quem não sabia, o chá de mulungu é muito utilizado para tratar tosses, asma e coqueluche, além de casos de dores reumáticas e nevralgias crônicas. Auxilia no tratamento de estados emocionais como histeria, insônia, neurose, ansiedade, agitação, ataque de pânico, depressão, compulsão, distúrbio de sono; além de doenças como esclerose, pressão alta, epilepsia, bronquite asmática, hepatite e insuficiência urinária.
O conjunto de pedras com pinturas rupestres está espalhado à beira do Rio Garanhunzinho. Debaixo dessa pedra, forma-se uma pequena caverna, que também tem marcas das passagem do homem primitivo.
A história da raça humana abrange todo o espaço de tempo desde que o homem apareceu pela primeira vez na Terra, que se julga grosso modo ser de 1 000 000 de anos. No primeiro período da história humana não existiam povos independentes nem estados, e os homens viviam em pequenos grupos, clãs ou tribos. Este período é conhecido como a época da sociedade primitiva. 

Para tentar decifrar a arte rupestre feita pelo homem primitivo, subentende-se que por ele viver em grupo ou tribo, ao sair de um lugar, deixa as pinturas marcadas nas pedras, por exemplo, como uma forma de mensagem, descrevendo como é aquele lugar. Quem chegasse depois, já saberia o que teria por ali. Para nós é como se deixássemos um bilhete escrito um bilhete para quem viesse nos suceder.
Os homens primitivos viviam em pequenos bandos; caçavam e pescavam e também colhiam frutos. Fabricavam instrumentos de osso ou de pedra lascada e abrigavam-se em cavernas ou choças. Os caçadores, nômades, preferem a beira de rio, onde os animais vêm beber e concentram-se em áreas florestais durante a seca. A divisão rudimentar de tarefas entre os membros da tribo. Como a Pedra Pintada está na beira do Rio Garanhunzinho, completa todo o contexto histórico dos nossos antepassados.
Os arqueólogos sempre assumiram que eram os homens que faziam pinturas rupestres pré-históricas em cavernas. Mas essa ideia está mudando, já que análises mais recentes de desenhos em paredes de cavernas na França e Espanha indicam que a maioria das pinturas foi feita por mulheres. É bom lembrar que as mulheres tem mais jeito para pinturas e bordagens, eis o motivo de confirmar os últimos estudos arqueológicos.
Essas pinturas rupestres estão bem visíveis em todo o entorno da Pedra Pintada na zona rural de Iati. Se não houver interesse público, na proteção e preservação desse santuário arqueológico cravado no agreste meridional de Pernambuco. 

A Pedra Pintada é a marca viva da presença do homem primitivo.
Me senti um deles.
Já estive visitando o Parque Municipal da Pedra Furada em Venturosa, Parque Nacional do Vale do Catimbau em Buíque, além de outros sítios arqueológicos no estado de Pernambuco. O que vemos é a falta de interesse do poder público com esse setor. Enquanto que em outras cidades do País, vivem do turismo, nós que moramos nessa região, estamos na contramão.
Quer um presente melhor que esse? Um por do sol desse compensa qualquer esforço para chegar a Pedra Pintada. Fiz questão de fazer essa imagem num contato direto com a natureza. Ganhei o dia!
A vegetação de caatinga cada vez mais nos impressiona. Mandacarus, xique-xiques, macambiras, palmas selvagens, tudo isso me fascina. Viva nosso sertão!
Essa paisagem a decifro com uma frase de Cora Coralina. "O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher.
Foi com esse entardecer que me despedi do Assentamento Boi Branco, na zona rural de Iati, onde fica a Pedra Pintada.
Valeu apenas as três vezes que me perdi para chegar a esse lugar. Entre catingueiras rasteiras, mandacarus, espinheiros e tantas outras plantas de caatinga, valeu todo o esforço para chegar a esse lugar.

Ao lado do meu filho, Pablo Gabriel, pude fazer uma trekking muito saudável. Percorrer por mais de uma hora dentro da vegetação de caatinga em busca de lugares incríveis que o sertão pode nos oferecer, não tem preço.

AS PINTURAS RUPESTRES DA PEDRA PINTADA NO MUNICÍPIO DE IATI / PERNAMBUCO

A Pintura Rupestre ou Arte Rupestre é o termo que denomina as representações artísticas pré-históricas realizadas em paredes, tetos e outras superfícies de cavernas e abrigos rochosos, ou mesmo sobre superfícies rochosas ao ar livre. As pinturas acima estão todas em várias pedras no Sítio Boi Branco em Iati.
Esse granito está no leito do Rio Garanhunzinho. Você percebe na foto acima, a formação de caldeirões, pequenas poças arredondadas feitas pela força da água e do vento. Imagine no período de cheias do rio, como é a rotação da água que escorre pelas pedras. Isso acontecendo, a pedra fica bem lisinha, num acabamento que nem a mão humana vai conseguir deixar assim.

Nas pedras que ficam no entorno da Pedra Pintada, as pinturas rupestres aparecem de várias formas e tamanhos como essa que mais parece um pirulito. 

A palavra IATI é de origem indígena e significa Casa Nova. Devido a influência ( língua, hábitos, costumes ) da fusão dos índios Carijós e Tupiniquins, na época situados na Serra dos Cavalos. Estudiosos da região, afirmam que essas pinturas devem ter em torno de 16 mil anos atrás.
A arte rupestre é a mais antiga manifestação artística que se tem conhecimento. Para se ter uma ideia, esta forma de arte surgiu ainda no período Paleolítico (40.000 a.C.). De fato, as artes sempre foram um retrato do mundo que cerca o homem.
A dúvida maior é saber se essas artes rupestres foram feitas pelo homem primitivo ou pelos índios que descobriram essa região. É bom lembrar que as pinturas eram feitas de restos de carvão, pigmentos de planta e da terra, que eram misturados ao sangue de animal. Como pincel os homens das cavernas utilizavam ossos e pelos de animais ou mesmo as próprias mãos.
No local onde tem a Pedra Pintada, já que na lateral do leito do rio, pude ver o quanto a última enchente deixou de resto de vegetação em cima das pedras. Na parte superior das pedras tem muita cabeça-de-frade, macambira, palma selvagem, Xique-Xique, mandacarus e muita vida animal.
Esse lago é temporário. Logo, toda a água acumulada sairá por evaporação, devido as altas temperaturas no solo. Se o poder público local tiver interesse, não tenha dúvida que muito aumentará o fluxo de visitante no Assentamento Boi Branco.
Somente a preservação ambiental poderá por muito anos pela frente, da a oportunidade para as próximas gerações conhecerem esse lugar muito rico para a geologia do estado. Não custa nada o poder municipal, sinalizar todo o trajeto até a Pedra Pintada. Repito, hoje, para chegar ao local, somente quem realmente gosta de natureza.
Me aventurei pelos lajeiros (afloramento de rochas à superfície do solo, de extensão variada; lajeado, lajedo.) cheios de urtigas e macambiras e demais plantas da caatinga, para conhecer a Pedra Pintada.
Por aí passa o caminho rumo a Pedra Pintada. Uma vegetação que merece respeito e atenção quando for passar. Muito pedregulho, espinho e pequenos lagartos que vivem nas pedras.

Esse é o leito do Rio Garanhunzinho que joga água no principal. Esse rio nasce na região do agreste pernambucano, passando pela cidade de Garanhuns, em Pernambuco e desemboca na Lagoa Mundaú, em Alagoas.

O município de Iati está distante 282 km da capital do Estado com acessos pelas BRs 423 e 232, via Garanhuns. Está situado na região do Agreste de Pernambuco e localizado na Microrregião de Garanhuns com uma área territorial de 565 km ². 
PARA CHEGAR NA PEDRA PINTADA
Da cidade de Iati, você passa pela Bela Vista, que está às margens da BR-423, anda 100 metros, entra a direita numa estrada de terra e percorre pelo menos 10km, depois pega-se a direita e anda mais 800 metros e chega na comunidade Assentamento Boi Branco.
Daí, somente pedindo informações aos moradores locais.

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