MEU PAI É INSUBSTITUÍVEL (01 ano de seu falecimento) Tem um ditado que diz que ninguém é insubstituível. Estou aqui, no entanto, para desafiar esse ditado sendo a prova pura dessa contradição.
Um filho, um amor, uma mãe, irmãos, avós, tios, família, amigos, um momento, uma conquista, uma lembrança, etc, todos tem suas peculiaridades e são únicos. MEU PAI É INSUBSTITUÍVEL. Santo Agostinho disse que a morte não é nada, que nossos entes queridos apenas estão do outro lado do caminho.
Concordo com o teólogo, mas, na verdade, o que dói não é o sentimento da perda, quando já estamos desprovidos do egoísmo emocional, pois não perdemos, apenas nos afastamos, por um certo tempo.
É certo que o que dói, de verdade, é a ausência. Difícil não chorar em silêncio quando nos recordamos de um Pai amigo, escudeiro, conselheiro, exemplo, referência. Difícil não marejar os olhos quando vemos seus feitos e seu nome reverenciado.
Impossível não estreitar a garganta e sentir esta secar, ao lembrar do colo, do beijo, do abraço, do carinho e da benção que não teremos mais. Difícil não apertar o peito quando vemos sua cadeira vazia à mesa, sua presença escondida e ao mesmo tempo estampada nos lugares, sua voz ecoando em nossas mentes e corações, mas longe e saudosa como o sussurro de uma brisa.
Difícil controlarmos nossas emoções quando vemos os seus gestos representados inconscientemente por seus descendentes. PAI, O SENHOR PARA MIM SEMPRE SERÁ INSUBSTITUÍVEL. Seus defeitos, comuns a qualquer ser humano, eram mínimos diante de suas virtudes. Seus feitos, seu legado e seu nome perdurarão em nós e nos que nos sucederem. Terá de nós, como nos ensinaste, esse compromisso.
Esse tratado com a moral e com a retidão pelas quais também fomos forjados serão mantidos. Foi-se o corpo, mas o Pai e homem será eterno em nossas mentes e em nossos corações. A proximidade de sua data de 1 ano de falecimento nos deixa enclausurados na tristeza. Há tempos não tive condições de escrever e agradecer.
Por ocasião desta mensagem, queria retribuir todas as manifestações de carinho, homenagens e solidariedade que tivemos eu e minha família, no velório, no enterro e até hoje, de familiares, amigos e desconhecidos, que ao pé do caixão ou de longe sofreram conosco essa inestimável perda.
Queria em particular agradecer a Luis Clério Duarte, Alexandre Tenório Vieira e Zé Carlos Cordeiro, Emannuel Leonel, Claudio André Santos e Josenildo Batista pelos textos e publicações dos artigos em deferência ao meu querido velho pai Valfrido Curvelo, pedindo desculpas se cometi o erro do esquecimento de alguém.
É um aniversário triste e que não se comemora, ou até se comemora na fé e na espiritualidade.
Por isso fiz este singelo texto em tua reverência, e como disse o mais pernambucano dos paraibanos, Ariano Suassuna, “Tenho duas armas para lutar contra o desespero, a tristeza e até a morte: o riso a cavalo e o galope do sonho. É com isso que enfrento essa dura e fascinante tarefa de viver”. Te amaremos sempre Pai, pois és insubstituível.
Seu filho Renato Curvelo.