13 de agosto de 2013

O ADEUS A RUTH

Foram inúmeras pessoas que acompanharam o sepultamento da jovem Ruth Barros. O velório aconteceu na residência em que morava na Rua Capitão Lisimaco e o enterro foi no Cemitério Santa Marta, por volta das 10 horas da manhã desta terça-feira, 13/08.
Amigos, colegas de classe, professores, familiares, conhecidos, vizinhos, foram dar o último adeus a jovem Ruth Barros, 16 anos de idade, aluna do CERU, falecida na noite de domingo, vitima de um edema cerebral, segundo laudo do IML, pelos menos foi a informação repassada por um membro da família.

COLUNA ENSAIO GERAL POR ALEXANDRE TENÓRIO

A BARRACA DA FAVA
Originalmente ela iniciou suas atividades ao lado da igreja matriz. Era montada toda sexta-feira e tinha uma dimensão de aproximadamente 6x8mt, era coberta com uma lona locomotiva e ficava funcionando até o amanhecer do domingo, quando era desmontada para na próxima sexta-feira ser montada de novo.
A sua proprietária era dona Terezinha Macário, senhora de cor morena escura, estatura baixa, cabelos quase brancos envoltos por um lenço de cores vivas, sempre foi bem cheinha e tinha um problema crônico no joelho direito, sempre calma e de fala mansa ia atendendo a todos com satisfação e galhardia, em pouco tempo a BARRACA DA FAVA tornou-se um referencial para os NOTÍVAGOS (PESSOAS QUE CURTEM A NOITE).
A BARRACA DA FAVA servia uma deliciosa FAVA acompanhada com arroz, salada de tomate e cebola que podia ser acompanhada por carne de boi ou porco assada na brasa, galinha de capoeira guisada, bode guisado, ou carne de boi guisada. Só tinha isto mesmo, porém o tempero de dona Terezinha Macário era muito bom, todos que frequentavam a BARRACA, se deliciavam com estas comidas.
A BARRACA DA FAVA era um lugar democrático, ali frequentavam bêbados, vagabundos, malandros, professores, doutores, todos em uma completa harmonia. O mais importante é que dona Terezinha servia a todos, da mesma maneira, não tinha preferência por ter mais dinheiro ou título, para ela, eram todos fregueses.
Devido o grande movimento, a barraca foi impedida de funcionar naquele local, pois estava atrapalhando o funcionamento tanto do fórum, como da igreja. Quando a barraca era desmontada ficava muita sujeira e principalmente o fedor de mijo, pois como na barraca não tinha banheiro, o pessoal mijava na calçada da igreja.
A barraca foi transferida para o lado do mercado de carne, onde hoje existe uma feirinha e no dia de sábado a feira da troca.
Ao se transferir para este local, a proprietária achou por bem ficar permanentemente com a barraca armada. Montou uma estrutura de lona e cimento, um banheiro improvisado, que só homem podia usar, e aumentou o tamanho da barraca, ficando algo em torno de 6x10 metros. A transferência para este local não fez bem a barraca, pois como passou a ser aberta permanentemente 24 horas por dia, 7 dias da semana, 30 dias do mês, passou a atrair tudo quanto era de bêbados e vagabundo, e aquilo que era uma coisa romântica para os notívagos, passou a ser um lugar perigoso, não havia um dia que não houvesse confusão, então as pessoas da sociedade deixaram de frequenta a barraca.
Depois de muita confusão e briga, aconteceu um assassinato na barraca, isto foi a gota d’agua para o seu fechamento, que se deu no governo de Audálio Ferreira. Uma coisa que também influenciou o seu fechamento foi o monstrengo que era esta barraca, formada por uma lona locomotiva velha e sem nenhuma estrutura urbanística.  

A comida servida na barraca da fava, jamais será esquecida por aqueles que um dia provaram.