O Sindicato dos Jornalistas do Estado de Sergipe – SINDIJOR e o
Sindicato dos Radialistas de Sergipe - STERTS vêm a público apresentar sua extrema preocupação com as denúncias veiculadas na terça-feira, 06, de assédio por parte do diretor de Jornalismo da TV Sergipe, afiliada da Rede Globo em nosso Estado, à repórter Sayonara Hygia, e também de acúmulo de função por parte do editor de imagens Irlan Joney.
As denúncias são gravíssimas, principalmente a de assédio sexual. É uma violência psicológica que sempre causa danos à vítima. Os objetos das denúncias são inadmissíveis não só pelo fato de atingir pessoalmente os trabalhadores, mas por se tratar de uma empresa que se utiliza de uma concessão pública.
Na última segunda-feira, 05, a diretoria da TV Sergipe e FM Sergipe publicou nota em todos os jornais de Aracaju ressaltando que os trabalhadores são respeitados e valorizados e que na empresa se estabelecem “relações de trabalho mais saudáveis e mais realizadoras”. Com os fatos apresentados na terça, parece-nos que essas relações não são tão saudáveis assim.
A violência no local de trabalho, incluindo o assédio sexual, moral e o acúmulo de função sem a sua devida remuneração, representam um obstáculo aos trabalhadores. No caso das denúncias de assédio elas geram dificuldades para o exercício de igualdade de oportunidades, acesso e tratamento às mulheres no mercado de trabalho.
Para os dois sindicatos as acusações vão de encontro ao que se configura como trabalho decente, onde homens e mulheres têm condições de liberdade, igualdade, segurança e dignidade humana.Vale ressaltar que a violência de gênero é particularmente desumana, generalizada e degradante e que ela deve ser evitada a qualquer custo.
Pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina mostra que as mulheres representam 64% da força de trabalho no jornalismo.
Apresentamos também toda a solidariedade aos dois trabalhadores em comunicação e esperamos que a TV Sergipe se pronuncie sobre as denúncias, voltando a frisar que a empresa se utiliza de uma concessão pública e precisa esclarecer a sociedade sobre o ocorrido.
FONTE: FITERT