18 de julho de 2013

PROCISSÃO DE CARRO DE BOI EM SANTANA DO IPANEMA

Nesta semana este blogueiro foi ao sertão de Alagoas, quando estava passando pela cidade de Santana do Ipanema, Capital do Feijão, como é conhecida, pudemos acompanhar uma procissão de carro de boi. Mais de 50 carros de boi, todos em fila, estavam numa romaria levando a imagem da padroeira da cidade, Senhora Sant'Ana, pois, naquele dia se dava início aos festejos em comemoração a santa, mas, os festejos se prolongam até o próximo dia 25. Esse ritual já está no calendário religioso da cidade, que fica a beira do Rio Ipanema, que é temporário. Vendo aqueles carros de boi em fila, lembrei de quando fui carreiro na minha terra natal, Olho d'Água das Flores - AL.  Procissão dos Carreiros, tinha saído às 11 horas do Parque Isaias Vieira Rêgo, para o Largo Cônego José Bulhões. Às 14 horas, houve a celebração da Santa Missa e quem esteve presidindo foi padre Antônio Melo, mais conhecido por padre Motinha.

COLUNA ENSAIO GERAL POR ALEXANDRE TENÓRIO

O LIQUIDIFICADOR PARTE I
No início da década de 70, chega oriundo de Rainha Isabel, um jovem franzino, tímido, porém muito estudioso. Este jovem foi criado pelo seu avô, pois a sua mãe morreu cinco meses depois que ele nasceu, vítima da febre asiática. Com pouco tempo, ele tornasse o primeiro da classe, pois era muito inteligente. Bom Conselho, para ele, era um mundo novo. Era a mesma coisa do jovem que saia de nossa cidade para o Recife. Recife era a capital para nós de Bom Conselho e Bom Conselho era a capital para o povo Rainha Isabel. Este jovem era Dr. Zenício, que todos vocês conhecem.
Um dia estudando na casa de seu colega Erivaldo Taveira, ouve uma zoada estranha na cozinha, pouco tempo depois a mãe de Erivaldo trás para ele num copo, um liquido grosso, e diz que é vitamina de banana. Zenício nunca tinha tomado VITAMINA DE NADA, pois um liquidificador era um produto caro, somente pessoas muitas ricas é que possuíam tal artefato doméstico. Hoje um liquidificador é comprado por até 50 reais, naquela época um liquidificador a dinheiro de hoje, devia valer mais de 400 reais.
Zenício começa a tomar a vitamina, e como num passe de mágica, se encanta com a bebida. Naquele instante o seu ser, começa a degustar o liquido mais gostoso que ele tinha tomado. A partir daí, toda vez que Erivaldo chamava ele para estudar na sua casa, Zenício aceitava imediatamente a oferta, e seu pensamento ficava voltado para a hora que a mãe de Erivaldo ia para a cozinha e acionava o liquidificador, naquele instante a zoada do liquidificador era para os ouvidos de Zenício, como uma linda sinfonia de Beethoven. As suas papilas degustativas começavam a trabalhar e em pouco tempo sua boca se enchia de água. No intervalo entre a fabricação da VITAMINA e a chegada da mesma para ser degustada, Zenício perdia o foco do estudo – se você perguntasse quem descobriu o Brasil - ele dizia Cristóvão Colombo – ficava azoado. Somente quando chegava a VITAMINA e ele bebia, era que ele voltava a sua cabeça para os estudos.
Possuir um liquidificador passou a ser o seu principal desejo, ele morava na casa de sua tia, na Rua Vidal de Negreiros. Sua tia era casada com o soldado Cicero de Maninho, e com o dinheiro ganho por Cicero, era humanamente impossível ter em casa um LIQUIDIFICADOR. Logo depois da copa do mundo de 1970 foi lançado em todo Brasil as figurinhas OLÉ OLÁ, foi um estouro de vendas, em nossa cidade ela foi trazida pelo senhor Geovane, que tinha uma bodega na Rua Joaquim Nabuco. O álbum continha todas as 16 seleções que tinham disputado a copa do mundo de 1970. Cada seleção quando devidamente preenchida, você ganhava um produto, que ia desde DOMINÓ, até o prêmio máximo que era uma BICICLETA. Se vocês lerem o meu livro “A TENDA DE ZÉ BIAS” vocês vão ter uma ideia melhor do que aconteceu com esta figurinha em nossa cidade.
Um dos prêmios era exatamente um LIQUIDIFICADOR.
NA PRÓXIMA SEMANA TEREMOS O FINAL DESTA INTERESSANTE HISTÓRIA.