Cerca de um mês e meio após seu retorno à Santa Casa de Misericórdia
de Maceió, o ex-prefeito de Marechal Deodoro, Danilo Dâmaso, faleceu na
manhã desta segunda-feira (30), devido um tumor cerebral. O local do
velório e sepultamento ainda não foi divulgado pela família
Danilo Dâmaso foi internado no dia 1º de fevereiro com problemas
cardíacos, num quadro de angina precordial, que ocorre quando a demanda
de oxigênio pelo miocárdio supera a oferta. Ele ficou internado durante
12 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital.
Em 14 de março, o ex-prefeito chegou a ser preso pela Polícia Federal,
em cumprimento à decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que
julgou improcedente o habeas corpus (HC) que o mantinha o em liberdade.
Dâmaso teve a prisão decretada pelo Tribunal Regional Federal da 1ª
Região (TRF-1). Ele ficou custodiado por agentes federais na unidade
médica.
Em 15 de março, após receber alta médica, Dâmaso foi encaminhado por
agentes da Polícia Federal para o Sistema Prisional. Quatro dias depois,
ele voltou a ser levado ao hospital, após apresentar um quadro de
desidratação.
Fraude em licitações no Pará
Em agosto do ano passado, durante a Operação Pandilha, deflagrada pela
Polícia Federal, o ex-prefeito foi detido sob acusação de fraudes em
licitações públicas, na região de Altamira, no Estado do Pará. Na época,
a prisão preventiva foi expedida pelo TRF-1 após um pedido da Delegacia
de Altamira. Ele foi detido em sua residência localizada no município
de Marechal Deodoro.
O filho de Danilo Dâmaso, Liberalino Ribeiro de Almeida Neto, prefeito
da cidade de Vitória do Xingu, no Pará, também foi detido durante a
operação. A recém-criada cidade surgiu em terras da família Dâmaso, a
partir de um povoado de moradores e é conhecida como o recinto da
família Dâmaso, local onde possuem fazendas, lojas de automóveis, e
outros pontos comerciais.
Dias após a operação, Danilo Dâmaso foi transferido, num vôo comercial,
acompanhado de um delegado federal, para o Pará. Em outubro, conseguiu
liberdade após o ministro do STJ, Sebastião Reis Junior, deferir o
habeas corpus em favor do político.
Histórico de prisões
O ex-prefeito de Marechal Deodoro Danilo Dâmaso tem um histórico de
prisões e problemas com a Justiça, que teve início no dia 17 de março de
2005 quando foi pela Operação Gabiru, que denunciava gestores
municipais por desvio público.
No ano seguinte Danilo foi denunciado por trabalho escravo em uma de
suas fazendas no Centro-oeste do Brasil, durante as eleições de 2008 foi
preso por desacato à autoridade e por ter provocado tumulto em uma
seção eleitoral.
Ele chamou um juiz de batedor de carteiras e acabou indiciado pela
própria PF este ano, antes disto sua candidatura foi impugnada pelo
Tribunal Regional Eleitoral este ano por uma “extenso histórico de
irregularidades” de acordo com o juiz federal Raimundo Alves.
Entre as acusações ao ex-prefeito uma suposta apropriação indevida de
R$ 1.300 milhão, dinheiro pago pelo Banco do Brasil depois que a
prefeitura de Marechal Deodoro repassou a folha de pagamento para a
instituição.
Dâmaso teria deixado de repassar mais de R$ 2.200 milhões ao Fundo de
Amparo Previdenciário (Fapen) recolhidos dos funcionários.