Alexandre Tenório - Escritor |
ERA TEMPO DE
ELEIÇÕES (PARTE I)
Como todos nós sabemos, todas as
eleições têm suas características, jamais uma eleição foi igual à outra,
primeiro porque os candidatos não são iguais as eleições anteriores e mesmo se
fossem, o discurso muda de uma eleição para a outra eleição. Os eleitores não
são os mesmo, pois de quatro em quatro anos a entrada de novos eleitores é
grande, os mais velhos vão morrendo e os mais novos vão iniciando a renovação
eleitoral.
Porém em
qualquer época de nossa história, o ano de eleição é motivo de muita
especulação e agitação na cidade. Em Bom conselho não é diferente. Desde as
primeiras eleições, nossa cidade viveu intensamente esta data, primeiro com os Vilelas,
depois com Lívio machado, depois com o coronel José Abílio, depois com Gervásio
Pires e assim por diante.
No tempo
passado quando nosso município tinha 1040km2, e compreendia as cidades de
Terezinha e Saloá, e era um dos maiores município do estado de Pernambuco, as
eleições eram muito desgastante para os políticos, primeiro pela precariedade
de locomoção, pois além das estradas serem poucas e ruins, o meio de transporte
era também ruim, os carros era o que podemos dizer uma lata velha.
A quantidade
de pessoas habilitada para votar, também era baixo, basta dizer que meu tio
Gervásio Pires foi eleito em 1958 deputado estadual com pouco mais de três mil
votos.
Porém mesmo
com uma densidade eleitoral pequena, não era fácil fazer política naquela
época.
As eleições
da década de 30 e 40 e 50 eram marcadas pelo um forte assistencialismo, para os
senhores terem uma idéia, os políticos tinham de dar refeição aos eleitores no
dia da votação, se matava vários bois, porcos, galinha, carneiro. O eleitor
tinha de votar de barriga cheia, muitos deles só comiam carne de boi em tempo
de eleição.
Quem era
mais forte coagia os mais fracos com ameaça de pisa e desmoralização, fazer
política contra o poder era praticamente uma loucura. Porém nossa cidade nunca
deixou de ter uma oposição forte, tinha homens de determinação que sofriam a
força do poder, porém não desistiam do seu ideal, que era libertar nossa cidade
do totalitarismo que os mais fortes queriam exercer sobre os mais fracos.
Devemos
destacar alguns nomes de homens que não sucumbiram ao poder e lutaram
bravamente pela democratização do nosso município:
DR JOSÉ
MARIA PEREIRA DE MELO
DEP GERVÁSIO
PIRES
JOSÉ
CORRENTÃO
FLORISVAL
VANDERLEY
PROF
VALDEMAR SANTANA
DR JOAQUIM
CIRILO
VALDEMAR
GUEDES
OLAVO CRÊSPO
LUIZ CRÊSPO
GENÉSIO CORDEIRO
CABO MOISES
ADINÍSIO
PADILHA
E tantos outros que não me lembro.