3 de fevereiro de 2012

Dois jornais da Paraíba encerram atividades

Dois dos principais jornais da Paraíba deixaram de circular nesta quinta-feira (2). Quem foi às bancas, hoje pela manhã, em busca dos jornais Diário da Borborema e O Norte, ambos do Grupo Diários Associados na Paraíba, voltou com as mãos abanando. Os veículos anunciaram o fechamento de suas portas nesta quarta-feira (1º). O anúncio foi feito aos cerca de 500 funcionários pela manhã. De acordo com o Sindicato dos Jornalistas da Paraíba, os profissionais foram pegos de surpresa com a notícia de que os diários já não circulariam mais a partir de hoje. Em entrevista a uma rádio local, o presidente do Sindicato dos Jornalistas da Paraíba (SJPB), Rafael Freire, afirmou que a empresa vinha há tempos sucateando os veículos, que faltavam equipamentos e os salários estavam atrasados. “Há uma história construída por vários profissionais. O Norte da Paraíba tinha 103 anos de existência, enquanto o Diário da Borborema contava com 55 anos”, comentou Freire.
Quanto à demissão de aproximadamente 500 funcionários, o presidente do SJPB disse que não há perspectiva de empregabilidade para todo mundo. "A Paraíba não está preparada para absorver todos os profissionais que perderam seus empregos", disse. O sindicato se comprometeu a garantir que todos os direitos trabalhistas sejam garantidos. A Diretoria do Sindicato se reuniu com o chefe do Setor de Relações de Trabalho (Seret), José Cursino Raposo, e agendou uma mesa redonda entre a Diretoria do Sindicato, os jornalistas demitidos e a direção dos Diários Associados, com mediação da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego na Paraíba (SRTE-PB).

Tolerância Zero: Senado aprova novas mudanças para a Lei Seca

O Senado aprovou um projeto de lei que prevê tolerância zero para o álcool. Se for aprovado pela Câmara dos Deputados e sancionado pela presidente Dilma Rousseff, será crime dirigir após consumir bebidas alcoólicas no Brasil. A medida estabelece ainda punições mais rigorosas, como o aumento no valor da multa e novos meios para comprovar a embriaguez. A mudança na lei é enorme. A atual legislação indica penas de dois ou quatro anos para quem cometer homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Se for aprovado, quem provocar morte no trânsito sob o efeito de álcool ou drogas psicoativas corre o risco de ser condenado de dez a 16 anos de prisão.
Aprovada nesta terça-feira (31) na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, a medida altera o Código de Trânsito Brasileiro. Aquele que provocar lesões graves poderá cumprir pena de três a oito anos, e o que causar lesões leves, de um a quatro. De acordo com o núcleo de comunicação da Polícia Rodoviária Federal (PRF), se aprovada, a medida além de facilitar o trabalho das equipes, pune com mais rigor os infratores.
“As pessoas dirigem alcoolizadas porque a lei não rígida. Porque quando são presas pagam apenas uma multa no valor de R$ 957 e ficam livres. Com essa medida, além de facilitar nosso trabalho, de não apenas utilizar o bafômetro, poderemos utilizar outros meios, como um vídeo”, explicou Mariana Silveira. A agente explicou ainda, que muitos casos ficavam impunes porque o motorista se recusava a fazer o teste do bafômetro, com a medida, mesmo que ele se recuse, testemunhas, fotos ou vídeos poderão ajudar a punir o infrator.
“Estamos conseguindo frear o número de acidentes. Nos grandes feriados, já percebemos uma diminuição no número de acidentes. Os acidentes com a mistura álcool e direção são mais graves, e aos poucos, foram diminuindo. Não podemos dizer com precisão os números, mas a Lei Seca aos poucos, está conscientizando os motoristas”, afirmou a agente da PRF Mariana Silveira. Na lei em vigor, o valor da multa para que for pego dirigindo embriagado, é de R$ 957,65, na nova lei, o valor passaria para R$1.915,30. Caso o motorista seja reincidente, o valor poderá chegar a quase R$4 mil.
Para alguns motoristas, a lei seca ajuda a não cometer excessos. Como é o caso do radialista Rodrigo Rocha, que até o surgimento da Lei Seca, cometia abusos, mas depois começou a se policiar. “Já tenho um acordo com minha noiva, quando eu bebo, ela fica no refrigerante e vice e versa. Ou quando queremos beber juntos, ou pegamos um táxi, ou ficamos no local para dormir. Mas agora com essa nova media, é preciso me policiar para não tomar nenhuma gota de álcool quando estiver sozinho”, comentou. Para os especialistas, há receio na forma de como será caracterizada a pessoa sob o efeito de álcool sem bafômetro, porque alguns processos infecciosos e febris podem deixar a pessoa com a aparência de embriagada.