O POETA DAS DONZELAS

Considerado o Poeta das Donzelas,  o carioca Casimiro de Abreu, escreveu poemas onde o amor foi expressão sempre impossível, delicado, platônico e idealizado, entrando em atrito com a pureza, a paixão contida e o receio de corresponder e se entregar à mulher amada. O nobre poeta passou um periodo de muita depressão por que não deu prosseguimento ao curso de Humanidades, em Friburgo, pois, preciso se dedicar ao comércio junto ao seu pai que proibira dele estudar. Uma de suas obras, aliás, é quase toda tomada pelo tormentoso conflito entre o desejo e o medo, a realidade perturbadora e a pureza da infância, da natureza e dos sonhos, gerando a tristeza, a melancolia e o depressivo desejo de morte. A saudade também é largamente cantada em seus versos, acentuando desde as dores da distância da pátria e da família, até a distância da infância, onde o poeta lamenta a pureza e os sonhos perdidos. A obra de Casimiro de Abreu, no entanto, carece de uma linguagem mais rica e um estilo mais criativo, aprofundado.

Em trocados e miúdos, todo poeta tem suas alusões, ilusões e variadas fontes de inspiração. Casimiro de Abreu morreu de depressão ao 21 anos de idade. Ele não se identificou com o ramo comercial imposta pelo seu pai, chegando ao ponto de escrever o seguinte: "Foi em setembro, sufocando o grito de lamento; contrariada foi a minha vocação, sentei-me à carteira do escritório e abracei-me à vida comercial, vida vulgar que esgota todas as faculdades".

De todos os poemas de Casimiro, gostei mais o intitulado MORENINHA, ele que agradou tanto as donzelas da época. Na próxima semana estarei publicando alguns de meus poemas, inclusive, um que foi inspirado numa LOIRINHA.

A MORENINHA
Moreninha, Moreninha,

Tu és do campo a rainha,
Tu és senhora de mim;
Tu matas todos d'amores,
Faceira, vendendo as flores
Que colhes no teu jardim.

Quando tu passas n'aldeia
Diz o povo à boca cheia:
- "Mulher mais linda não há
"Ai! vejam como é bonita
"Co'as tranças presas na fita,
"Co'as flores no samburá! -

Tu és meiga, és inocente
Como a rola que contente
Voa e folga no rosal;
Envolta nas simples galas,
Na voz, no riso, nas falas,
Morena - não tens rival!

Tu, ontem, vinhas do monte
E paraste ao pé da fonte
À fresca sombra do til;
Regando as flores, sozinha,
Nem tu sabes, Moreninha,
O quanto achei-te gentil!

Depois segui-te calado
Como o pássaro esfaimado
Vai seguindo a juriti;
Mas tão pura ias brincando,
Pelas pedrinhas saltando,
Que eu tive pena de ti!
E disse então: - Moreninha,

Se um dia tu fores minha,
Que amor, que amor não terás!
Eu dou-te noites de rosas
Cantando canções formosas
Ao som dos meus ternos ais.

Morena, minha sereia,
Tu és a rosa da aldeia,
Mulher mais linda não há;
Ninguém t'iguala ou t'imita
Co'as tranças presas na fita,
Co'as flores no samburá!

Tu és a deusa da praça,
E todo o homem que passa
Apenas viu-te... parou!
Segue depois seu caminho
Mas vai calado e sozinho
Porque sua alma ficou!

Tu és bela, Moreninha,
Sentada em tua banquinha
Cercada de todos nós;
Rufando alegre o pandeiro,
Como a ave no espinheiro
Tu soltas também a voz:
- "Oh quem me compra estas flores?
"São lindas como os amores,
"Tão belas não há assim;
"Foram banhadas de orvalho,
"São flores do meu serralho,
"Colhi-as no meu jardim." -

Morena, minha Morena,
És bela, mas não tens pena
De quem morre de paixão!
- Tu vendes flores singelas
E guardas as flores belas,
As rosas do coração?!...

Moreninha, Moreninha,
Tu és das belas rainha,
Mas nos amores és má
- Como tu ficas bonita
Co'as tranças presas na fita,
Co'as flores no samburá!

Eu disse então: - "Meus amores,
"Deixa mirar tuas flores,
"Deixa perfumes sentir!"
Mas naquele doce enleio,
Em vez das flores, no seio,
No seio te fui bulir!

Como nuvem desmaiada
Se tinge de madrugada
Ao doce albor da manhã
Assim ficaste, querida,
A face em pejo acendida,
Vermelha como a romã!

Tu fugiste, feiticeira,
E decerto mais ligeira
Qualquer gazela não é;
Tu ias de saia curta...
Saltando a moita de murta
Mostraste, mostraste o pé!

Ai! Morena, ai! meus amores,
Eu quero comprar-te as flores,
Mas dá-me um beijo também;
Que importam rosas do prado
Sem o sorriso engraçado
Que a tua boquinha tem?...
Apenas vi-te, sereia,
Chamei-te - rosa da aldeia -
Como mais linda não há.
- Jesus! Como eras bonita
Co'as tranças presas na fita,
Co'as flores no samburá!

CASIMIRO DE ABREU
Poema escrito rem Indaiassú - 1857

Para começar bem este feriado de São Sebastião em Bom Conselho, dedico este poema aos amantes da poesia e da literatura brasileira.

COLUNA ENSAIO GERAL POR ALEXANDRE TENÓRIO

ERA TEMPO DE FIM DE ANO (PARTE II)

A disputa para andar na roda gigante era grande, uma fila quilométrica, pois todo mundo queria ter o prazer de dizer que andou na roda gigante. Tomei uma decisão, iria andar na roda gigante, embora eu não gostasse de altura, mas tinha de andar para sentir o prazer de dizer que andei na roda gigante.
Entro na fila e aos poucos ela vai andando, e quanto mais chega perto da dita cuja, mais nervoso eu fico, quando chega minha vez de embarcar na danada, eu tento voltar atrás mais não tem mais jeito, quando me dou conta já estou sentado na cadeira, e ela começa a subir, eu me seguro no ferro que tranca a cadeira, e começo a rezar, e ela vai subindo devagar, a cada passageiro que vai subir ela para, e assim vai até eu ficar no cume, a cadeira começa a balançar, eu não vejo a hora de descer e sair daquilo, quando ela começa a descer da um frio na barriga, e a sensação que você vai cair, então ela chega à parte de baixo, e começa a subir de novo, e começa todo sacrificou outra vez, depois de umas 5 ou 6 rodadas ela começa a parar, quando chega minha vez de descer eu estou mais branco que cera, uma vontade de vomitar, eu saio meio tonto, sento no branco da praça até voltar ao normal, e fiz naquele instante uma jura de nunca mais na minha vida andar de roda gigante, e até hoje não quero nem ouvir falar de roda gigante.
Era um parque completo com, chapéu mexicano, carrossel com cavalo e com pata, uma grande barraca de tiro ao alvo, etc. No dia 1º de dezembro Bosco Presideu colocava no ar o seu serviço de som, ele ficava localizado no lado direito da escadaria da igreja matriz, o locutor era Wilson Carteiro, com um bom gosto que herdou do pai João Presideu, o serviço de som de Bosco era uma beleza, e durante todo dia e noite ele tocava o que havia de melhor na nossa música, e também tocava os lançamentos que iam saindo, as casas comerciais faziam o seu comercial e os namorados mandavam músicas para as suas namoradas e vice-versa. Alguém que tivesse uma paquera mandava uma música para aquela paquera, e não era raro ter algum anúncio da seguinte maneira: “para a menina que esta de vestido branco ouça esta linda gravação de um alguém que muito lhe ama” pronto, estava feito a bagaceira, pois todas as meninas que estavam de branco achavam-se a dona da música. Outras vezes eles diziam “DE UM ALGUÉM PARA OUTRO ALGUÉM”, outras vezes o anúncio saia assim “ MARIA OUÇA ESTA LINDA GRAVAÇÃO QUE JOSÉ LHE MANDA” imaginem a bagaceira que era, pois quase todo mundo tinha Maria no nome e quase todo mundo tinha José no nome.
A igreja matriz tinha uma belíssima lapinha feita por Zé Basílio, ela ficava no vão do lado direito da nave, junto da porta que dava entrada para o relógio, eu tinha obrigação de toda véspera de natal ir olhar, e todo ano encontrava algo diferente, era um novo personagem, era um novo lago, era um novo adereço.
O ano de 1968 foi um natal muito triste.
CONTINUA NA PROXIMA SEMANA...
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