Lendo um dos livros do poeta paraibano Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos, formado em letras, faleceu aos trinta anos de idade, escreveu versos que transportam a dor humana ao reino dos fenômenos sobrenaturais. Suas composições são testemunhos de uma primorosa originalidade. Augusto dos Anjos nunca se conteve em transmitir seus sentimentos diante de uma realidade filosófica da época. Dedico a todos aqueles que acreditam no amor da humanidade por algo, por alguém, por se estar bem. Na verdade, toda pessoa deve ter seu próprio idealismo.
Idealismo
Falas de amor, e eu ouço tudo e calo
O amor na Humanidade é uma mentira.
E é por isto que na minha lira
De amores fúteis poucas vezes falo.
O amor! Quando virei por fim a amá-lo?!
Quando, se o amor que a Humanidade inspira
É o amor do sibarita e da hetaíra,
De Messalina e de Sardanapalo?
Pois é mister que, para o amor sagrado,
O mundo fique imaterializado
— Alavanca desviada do seu fulcro —
E haja só amizade verdadeira
Duma caveira para outra caveira,
Do meu sepulcro para o teu sepulcro?
Augusto dos Anjos