O projeto de Lei que proíbe o uso de celulares em agências bancárias de Alagoas ainda não foi sancionado pelo governador Teotonio Vilela Filho (PSDB), mas já é motivo de polêmica. Aprovado na Assembleia Legislativa do Estado (ALE) com a justificativa de coibir assaltos na saída dos bancos - as temidas "saidinhas", ele é bem visto por alguns clientes, mas encontra a resistência da maioria dos correntistas ouvidos pelo Tudo na Hora durante esta semana.
Se por um lado o projeto de Lei pode evitar que assaltantes usem o celular para orientar seus cúmplices, por outro, ele cerceia a comunicação do clientes. Alguns, aliás, defendem que, em prol da segurança, podem passar alguns minutos sem utilizar o celular. Outros, no entanto, afirmam que o telefone móvel é importante para tirar dúvidas e resolver problemas familiares e do emprego, principalmente quando se gasta até horas esperando atendimento em agências bancárias.
O fato é que, segundo a Polícia Militar (PM), grande parte dos assaltos ocorre depois que os clientes deixam o interior das agências. “Nesse momento, um assaltante telefona para o comparsa que está fora do banco. Em seguida, ele aborda a vítima e anuncia o assalto”, justifica o autor do projeto, deputado Joãozinho Pereira (PSDB).
Febraan defende a proposta
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) afirmou ser favorável à Lei que restringe o uso de celulares nas agências bancárias, sob a alegação de que ela irá “contribuir para combater o crime da saidinha de banco”. Entretanto, a Federação diz que “embora considere a medida importante para coibir a criminalidade, avalia que, isoladamente, é insuficiente para prevenir novos casos da chamada saidinha de banco”.
Segundo informou por meio de sua assessoria de imprensa, “é fundamental promover ações conjuntas entre bancos, órgãos do poder público, municipal ou estadual, e a sociedade para combater essa modalidade de crime. Essa questão deve ser tratada sob o foco da segurança pública”. Ainda de acordo com a instituição, “os bancos brasileiros há anos atuam em estreita parceria com governos, polícias e com o Poder Judiciário, para combater os crimes e propor novos padrões de proteção”. A Federação salienta que “as instituições não têm poder legal de polícia para proibir ou para apreender um celular de alguém que esteja dentro de uma agência”.