VEREADOR ANUNCIA FIM DE CARREIRA

O vereador Gêra Ornelas (PSB), que teria despachado de cuecas em seu gabinete na Câmara de Vereadores de Belo Horizonte, afirmou a imprensa, nesta quinta-feira, que encerrou a sua carreira política. Ornelas pediu a desfiliação da legenda ontem.
“Não estava aguentando mais aquela pressão. Isso me machucou muito. Eu tenho um trabalho social fantástico com igrejas, creches e pessoas carentes e deficientes. Mas ninguém lembrou disso. Aí, surge um episódio onde estava de bermuda, mas falaram que eu estava de cuecas. A coisa pegou de tal maneira que eu fiquei muito chateado”, disse o parlamentar, que afirmou ter sido vítima de uma “orquestração’.
“Não estava querendo me candidatar mesmo [à reeleição em 2012] e esse episódio foi o que faltava para eu tomar essa decisão. Eu resolvi e não vou mais mexer com política”, complementou Ornelas, que está no 4º mandato. O vereador afirmou que não vai se filiar a outro partido e que se dedicará a projetos sociais.
De acordo com ele, seu astral melhorou após a decisão. “Eu melhorei o meu astral bastante, talvez uns 60%. Não quero mais mexer com política. Já cumpri o que tinha de fazer.” Mesmo com a decisão, o político ainda corre o risco de ter o atual mandato cassado pelos seus colegas. O corregedor da Casa Legislativa deverá se posicionar na semana que vem sobre a criação de uma Comissão Parlamentar Processante, que decidirá sobre o caso. “Eu apresentei a minha defesa. Eu vou esperar o resultado, e a decisão que eles tomarem, eu vou acatar”, afirmou Ornelas.
ENTENDENDO O CASO

A gravação que tornou o vereador conhecido nacionalmente faz parte de processo movido pelo Ministério Público contra ele. O político é alvo de duas ações nas esferas cível e criminal, com acusações de improbidade administrativa, concussão e lavagem de dinheiro. Segundo o órgão, pesa contra Ornelas a acusação de que reteve parte de salário de funcionário em troca da manutenção do emprego do servidor. Um suposto crime de pedofilia praticado por ele também está sendo investigado.
De acordo com o promotor de Justiça Eduardo Nepomuceno, da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público, ainda foram encontrados depósitos sem origem informada na conta do parlamentar da ordem de R$ 690 mil. O vereador nega tudo. No âmbito criminal, Ornelas foi absolvido pela Justiça em setembro deste ano, mas o promotor afirmou recorreu da decisão. Na cível, o processo está em fase de sentença.
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E VOCÊ É TAMBÉM UM JOSÉ?

Começo o expediente de hoje com o poema JOSÉ, do poeta mineiro, Carlos Drummond de Andrade. Uma auto-reflexão para aqueles que ignoram a tudo e a todos, para aqueles que acham que a ganância é tudo, para aqueles que acham que são os donos da verdade, para aqueles que confundem inteligência com utopia.

JOSÉ

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, Você?


Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
Você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?


Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?


E agora, José?
sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio, - e agora?


Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?


Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse,
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja do galope,
você marcha, José!
José, para onde?
A LEITURA ENGRANDECE A ALMA. QUEM NÃO LER PERDE O CORRIMÃO DO SABER MAIS.
Cláudio André O Poeta

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