Enquanto a maioria dos brasileiros teve quatro dias para aproveitar o Carnaval, o tempo que deputados e senadores passarão na folia longe de Brasília poderá chegar a quase o triplo disso. Parlamentares que deixaram a capital na última quinta-feira (3) e voltam ao batente apenas no dia 15 (terça-feira da semana seguinte a do Carnaval), terão 11 dias de festa.
Na quinta e na sexta após a Quarta-feira de Cinzas, tanto a Câmara quanto o Senado terão apenas sessões de debates, nas quais não ocorrem votações. Nas sessões desse tipo, além de nenhum projeto ser votado - fazendo com que a produtividade do Congresso seja próxima de zero -, não há controle de presença dos parlamentares, permitindo que a imensa maioria deles não compareça e não tenha que dar nenhuma justificação da ausência.
No Senado, há congressistas que se excederam e resolveram estender ainda mais a folga. Na quarta e na quinta, ambos os dias com sessões de votação, a presença foi baixa, embora a assessoria de Comunicação Social da Casa não saiba informar quantos senadores compareceram. Já na Câmara, a presença foi alta na quarta, com 463 presentes na sessão extraordinária da tarde. Na quinta, não houve sessão de votação de projetos.
Declarações de congressistas influentes na Casa demonstram que os deputados e senadores não estão preocupados com a repercussão que o feriado inchado pode causar. Nas palavras do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o Carnaval é um feriado irresistível, o que justificaria a ausência prolongada dos parlamentares.
Já o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse não ver qualquer problema com o fato de a votação de duas medidas provisórias ter sido jogada para depois do Carnaval.
- Não conheço nenhum parlamento no mundo que tem uma festa dessa [o Carnaval] e que funcione.
Sem explicar por que, além de não funcionar no feriado propriamente dito, o Congresso também ficará às moscas na quinta e na sexta, o líder governista foi além, e elogiou a atuação dos deputados no mês de fevereiro.
- Se fizermos uma retrospectiva do que foi aprovado, comparando com outros meses, veremos se houve a aprovação de tantos projetos quanto em fevereiro, em termos de qualidade e de quantidade.
ESSA TURMA DO SENADO E DA CÂMARA FEDERAL TEM QUE SER JULGADA PELO O VOTO POPULAR. O ELEITOR TEM QUE TER VERGONHA NA CARA E VOTAR EM GENTE SÉRIA. CHEGA DE VOTO VENDIDO! CHEGA DE COLOCAR GENTE PERNICIOSA.