LULA QUER MANDAR ATÉ NA FRANÇA?

Em Dacar, Lula encontra possível candidata socialista francesa.
Antes de participar de uma mesa sobre o papel geopolítico da África no Fórum Social Mundial, o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva recebeu Martine Auby, secretária-geral do Partido Socialista da França, para um café da manhã no hotel. Na saída, Auby, apontada como possível candidata na corrida presidencial francesa de 2012, disse ter ouvido de Lula que ele “gostaria de ver uma mulher na Presidência da França”. Lula não falou com a imprensa até o momento.
Além de Auby, que é prefeita de Lille e ex-ministra do trabalho, também disputam a indicação pelo partido Ségolène Roayal (que perdeu para Nicolas Sarkozy) e o diretor-geral do FMI, Dominique Strauss-Kahn. O atual presidente pode concorrer à reeleição, pela União Pelo Movimento Popular.
Auby disse que também falaram sobre as relações África-Brasil, África-América Latina e Sul-Sul. “A África está se desenvolvendo, começa a dar certo, o que a Europa tem dificuldades de entender. China e Brasil já compreenderam isso”, afirmou. Sobre o desenvolvimento econômico, disse que ambos esperam ver um “novo modelo de desenvolvimento, com mais regulação financeira”. Ela elogiou o caminho trilhado pelo Brasil para sair da crise internacional. “[O país] compreendeu que era necessário estimular o consumo para sair da crise. Hoje o Brasil tem 5% de desemprego, antes era bem maior. É essa reflexão que deve haver entre os dirigentes do mundo, ao mesmo tempo escutando o desejo do povo nas ruas, que me parece uma boa forma de avançar e construir um bom caminho.”Segundo Auby, “não há líder hoje no mundo, especialmente na Europa, em condições de levar a uma mudança”. Ela disse que “ninguém se impõe hoje em dia”. Lula também foi recebido pelo presidente senegalês Abdoulaye Wade, para um encontro no palácio presidencial. Ao ser recepcionado, elogiou a aparência de Wade, de 84 anos, que disse que Lula também parecia estar bem. “A vida de ex-presidente é melhor que a de presidente”, brincou Lula. Wade está na Presidência do Senegal desde 2000. Ele vai se candidatar a um novo mandato nas eleições do ano que vem.
Lula também disse a Wade que a presidenta Dilma Rousseff “está bem, vai fazer um governo exitoso”, e que também deve visitar o Senegal.

Dormiu ouvindo, acordou surdo.

Aos 17 anos, Dennis Brandão foi dormir ouvindo. Quando acordou, estava surdo. “Foi desesperador”, lembra o hoje assessor comercial, de 36 anos. Na época, a primeira coisa foi imaginar que o problema pudesse ser consequência de um quadro gripal que teria afetado o ouvido. Com o passar dos dias, sem regressão do problema, ele foi internado e tiveram início as investigações. Foi então que os médicos constataram que se tratava de um quadro grave de surdez bilateral, mas não souberam precisar as causas. No caso de Dennis, a surdez súbita tornou-se definitiva.
Acredita-se que a surdez súbita – que pode ser leve, moderada, profunda ou total – acometa de 5 a 20 indivíduos a cada 100 mil. Estudos alemães recentes relatam incidência de até 300 em cada 100 mil pessoas. “No Brasil não temos dados epidemiológicos oficiais. Mas apesar de parecer uma incidência baixa, a surdez súbita tem grande importância pela alta morbidade causada, pois ela afeta a audição e envolve aspectos emocionais, sociais e profissionais na vida do paciente”, diz médica Ana Cristina Kfouri, otorrinolaringologista e professora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
Causas diversas
Não se trata exatamente de uma doença. “A perda auditiva repentina é um sintoma que pode denunciar a presença das mais diversas patologias. Algumas vezes descobrimos a razão do problema, mas na maioria dos casos ela é considerada idiopática, ou seja, não tem causa aparente”, explica a otorrino Norma Penido, chefe de clínica do Setor Interdisciplinar de Otologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Entre as principais causas conhecidas (cerca de 10 a 15% dos casos, em estágio inicial) tem-se drogas ototóxicas, trauma acústico, trauma mecânico, fístula labiríntica, acometimentos neurológicos (neurinoma do nervo cocleovestibular, acidente vascular cerebral, esclerose múltipla), causas neoplasicas (tumores, carcinomatoses meníngeas, mieloma múltiplo, leucemia) e radioterapia. “O restante supõem-se que sejam casos provocados por problemas virais, vasculares, autoimunes e psicossomáticos”, diz Ana Kfouri.
Quando se conhece a raiz da enfermidade, as chances de recuperação aumentam. “A partir do momento em que encontro a etiologia – um tumor, por exemplo –, irei direcionar o tratamento a ela. Assim estarei tratando também a surdez súbita. Muitas vezes, porém, apesar da medicação e até do uso de aparelhos auditivos, não há o que se fazer para restabelecer a audição”, diz a médica da Unifesp.
Em casos de surdez súbita idiopática, a recuperação pode ser total em 25% dos casos, parcial em 50%, mas 25% dos pacientes não restauram a audição.
Quando existe melhora (espontânea ou seguida de tratamento medicamentoso) ela acontece, geralmente, nas duas primeiras semanas. Mas também pode demorar até cerca de seis meses. “Há fatores prognósticos que dão indícios quanto à maior ou menor chance de recuperação do paciente, tais como intensidade da perda auditiva, tipo da curva audiométrica, exame vestibular alterado e demora para início do tratamento”, argumenta a médica da Santa Casa.

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