Mostrando postagens com marcador turismo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador turismo. Mostrar todas as postagens

16 de outubro de 2024

BOM CONSELHO: Buraco do Bulandim ou caverna dos Holandeses? (Parte I)

 


Relatos históricos retirados do livro de Artur Carlos Vilela (1967)

Desde fins do século XVIII, foi descoberto nas faldas (base de uma serra ou monte) do grande tabuleiro que se denominou Bulandim, o grande buraco que tomou o nome do lugar.

(No relato do autor do livro, entende-se que o buraco do Bulandim não tem uma data certa documentada de seu surgimento.)

Logo começou o murmúrio dos habitantes, cada qual dando sua opinião sobre aquele buraco. Uns diziam que tinha sido feito por negros fugidos para se abrigarem, outros que tinham sido os antigos indígenas que habitavam essas plagas, outros ainda afirmavam que fora feito pelos holandeses que ali deixaram um grande cabedal. Os mais ingênuos acreditavam que ali havia um reino encantado.

(Entendem-se que o Bulandim era uma comunidade bastante povoada, mas não registro de quantas famílias residiam por lá)

Em 1855 apareceu no mesmo sítio um estrangeiro, a procura do tal buraco e arranchou-se em casa do Sr. André, conhecido por Andrezinho e o viajante disse que andava procurando o buraco que se achava no lugar que ele chamava “Lagoa Seca”. Andrezinho tendo compreendido que o lugar que ele chamava “Lagoa Seca” era o mesmo Bulandim de hoje, disse-lhe que era ali o lugar que ele procurava.

É bom observar que 37 anos antes de Bom Conselho tornar-se munícipio autônomo, no ano de 1892, o Bulandim ou Lagoa Seca, era um sopé bastante habitado. Um dos moradores da localidade era conhecido por senhor André (vulgo Andrezinho).

Pergunta-se: Quem era o estrangeiro? Como era seu nome? Veio de qual país estrangeiro? Qual era a familiaridade que esse estrangeiro tinha com esse morador da antiga Lagoa Seca/Bulandim, por logo hospedar-se na casa do senhor Andrezinho? Como tinha conseguido o mapa do “possível tesouro”?

No outro dia seguiram para o lugar procurado. O estrangeiro, depois de verificar bem o local disse a Andrezinho que ali tinha um grande tesouro, do qual era o dono, mas sem ordem do proprietário não pegou uma folha deste monte.

No outro dia, muito cedo estavam ambos de viagem para a fazenda Jocira, onde morava o proprietário, capitão Antônio Anselmo. Tinham de passar pela povoação, hoje cidade de Bom Conselho. Ao entrarem na rua do Corredor encontraram o alarma do povo espavorido com a epidemia de cólera que se tinha desenvolvido.


Analisando: O ano era 1855, mas qual dia e mês que o estrangeiro e o senhor Andrezinho partiram para ver o buraco do Bulandim? Subentende-se que somente existia uma cavidade. Entendemos que a fazenda denominada de Jocira de propriedade do capitão Antônio Anselmo, ficava distante do Bulandim, na região norte (região do Cinturão Verde), por que para chegar lá tinha que atravessar Bom Conselho, que na época era um simples povoado e que passou sufoco com a doença cólera, vitimando uma dezena de pessoas.

Naquela noite, numa mesma rua amanheceram, doze mortos fora os acometidos. Então o estrangeiro resolveu voltar, e chegando à casa deu a Andrezinho um roteiro e descrição do Buraco dizendo: Toma esse papel. Se eu daqui a dois anos não voltar é porque morri; tu vais e tiras o tesouro que será teu. E foi-se.

Outra observação: O estrangeiro chegou, saiu, foi embora e nunca mais voltou. O senhor Andrezinho, morador da Lagoa Seca/Bulandim, recebeu de presente o “possível mapa” do tesouro por ter dado hospedagem ao gringo (sem nome e sem País). 

O autor do livro Raízes, Artur Carlos Vilela, não deixa pistas com relação a esse estrangeiro que evaporou misteriosamente. Seria tudo criação da imaginação do escritor?

Passados dois anos Andrezinho procurou o Sr. Manuel Vitorino, que era seu amigo para irem tirar o tesouro, porém escondidos. Quando o capitão Anselmo ia para a fazenda eles iam fazer a escavação, nada conseguindo.

Por fim, morre Manuel Vitorino, ficando o roteiro em poder dos filhos, depois perdendo-se. O seu filho Joaquim Athanásio, ficou com alguma recordação do roteiro e em 1909 e resolveu explorar o buraco, depois de obter licença do novo proprietário.

Entenda: No ano de 1857, o senhor Andrezinho, procurou seu vizinho e amigo, Manuel Vitorino, para retirarem sem nenhum outro morador do Bulandim saber, o “misterioso tesouro”, mas que não deu certo. As terras da Lagoa Seca/Bulandim pertenciam ao capitão Anselmo que morava na região norte, distante aproximados 10 km de onde hoje é o centro da cidade.

É de se observar também que as primeiras pessoas que tentaram desvendar o “tesouro” escondido do buraco do Bulandim, foram, os amigos Andrezinho e Manoel Vitorino, que após falecer deixou o filho, Joaquim Atanázio com a missão de localizar o ouro escondido na propriedade do capitão Anselmo, que até então não sabia desse esconderijo valioso.

Eles tentaram diversos dias, sem nada conseguir, até que um dos seus companheiros lhe disse que só descobriria alguma coisa se pudesse levar o Sr. Carlos Villela "pois era um homem com ideia suficiente para isso”.

Em 27 de novembro de 1909, eu (Artur Carlos Vilela) me achava a braços com uma colheita e um grande plantio de fumo, quando chegou o Sr. Atanásio e convidou-me para fazer parte na exploração do buraco. Eu lhe respondi — Sr. Quincas (Joaquim Atanázio), só lhe direi alguma coisa depois de examinar o buraco, pois eu nunca vi o buraco, apenas ouço contar as fantasias do reino encantado. Disse ele — então iremos amanhã.

No outro dia, 28 de novembro de 1909, minha mulher, que esperava dar a luz amanheceu acometida dos primeiros sintomas de parto. Finalmente, às onze horas, nasceu uma criança do sexo masculino, e eu segui a fim de cumprir o meu trato. Chegando ao ponto indicado não encontrei mais o companheiro.

Passados uns 10 dias, encontramo-nos no dia 8 de dezembro de 1909 e logo entramos no buraco pela primeira vez até um certo ponto, pois a luz da vela não era suficiente. Eu estava satisfeito com o que tinha visto, e o Sr. Quincas passou a contar o que lembrava do roteiro.

Em síntese, a exploração do buraco do Bulandim só começou mesmo pra valer no dia 14 de dezembro de 1909, ou seja, agora no ano de 2024 vai completar 115 anos dessa exploração.

Uma nova observação: Somente 52 anos depois de descoberto é que o buraco do Bulandim foi explorado. Os exploradores foram, seu Andrezinho, Joaquim Atanázio (seu Quincas) e Artur Carlos Vilela.

Na próxima reportagem, falaremos sobre o roteiro do descobrimento do "tesouro escondido".

A história é cheia de aventuras...

Aguardem!

15 de outubro de 2024

Voltando à Caverna dos Holandeses em Bom Conselho

 


Cada vez que voltamos à caverna dos Holandeses sempre trazemos conosco novos relatos históricos. As cavidades ainda existentes merecem um olhar especial, para resultar num trabalho de preservação.

O vale do Bulandim é um lugar diferente de todos os outros. O clima, o relevo, a vegetação e os atrativos turísticos, servem de estudo e exploração autossustentável. Se você não conhece, a hora é agora.

Ao lado do professor Fábio, fomos compreendendo o tipo de relevo e vegetação que fica no entorno do vale do Bulandim. Região muito próspera e cheia de nascentes perenes, resultado de um rico lençol freático.

Através do projeto Poeta Viagens e Aventuras, estamos documentando um Bom Conselho diferente e rico em potencial cultural e turístico. 

1 de julho de 2024

Massarandupió/Bahia: O paraíso começa que você merece conhecer

 


Viajar é uma terapia e com quem gostamos ao lado, não tenha dúvidas que faz um bem danado. Conhecer Massarandupió é simplesmente fascinante. Quer saber mais? Vai no nosso Instagram, @poetaviagenseaventuras.





1 de abril de 2024

XI Caminhada de frei Damião e a via-sacra da serra do Cruzeiro

Andar por ai, sempre fazemos isso. Desta vez conhecemos a serra do Cruzeiro em Paulo Jacinto, agreste de Alagoas.





A escalada da serra do Cruzeiro entre Paulo Jacinto e Quebrangulo foi desafiante.




O frei Chico da vila são Francisco em Paulo Jacinto, esteve recepcionando e abençoando todos que participaaram da XI caminhada de frei Damião.

Foram 09 km de caminhada entre a cidade de Quebrangulo e Vila São Francisco de Paulo Jacinto.

Ao todo foram 12 km de caminhada, um dia desafiador, onde a fé foi primordial para chegar ao cume da serra do Cruzeiro, zona rural de Paulo Jacinto.

Busto do Fundador da Vila São Francisco

Via-sacra rumo ao cume da serra do Cruzeiro

Escalar a serra do Cruzeiro
por uma trilha sinuosa foi muito desafiante.
Mas valeu tudo apenas!



31 de março de 2024

Vem ai! Maria Dantas - A lendária do século XIX

 

Através do projeto Poeta Viagens e Aventuras, que tem como bjetivo desvendar o lado histórico e cultural de Bom Conselho, estaremos com um novo documentário sobre a lendária Maria Dantas, desmistificando os relatos iniciais que afirmaram que ela era uma cangaceira ou justiceira do século XIX. Numa entrevista exclusiva, com uma parenta de Maria Góes Dantas, você terá informações que não encontrará em nenhum livro da terra de Papacaça.

Mais uma vez de volta a serra do Encantado no sudeste de Bom Conselho, a procura de vestígios históricos, estivemos na gruta de Maria Dantas, moradora ilustre da região do distrito de Lagoa de São José. Um duplo homicidio, uma mulher violentada e uma sessão de justiça, fará parte do mais novo documentário sobre a vida pregressa dessa personagem.
Aguardem!

25 de março de 2024

Serra da Baêta - Da produção de café para os atrativos turísticos de Bom Conselho

Através do projeto Poeta Viagens e Aventuras, o pesquisador e documentarista, Claudio André O Poeta, chegou ao número de 32 serras escaladas e mapeadas complementando as rotas turísticas ecológicas de Bom Conselho.

Do cume da serra da Baêta, podemos ter uma vista privilegiada do vale do Traipu. As últimas chuvas que caíram no muniípio de Bom Conselho, não atenderam as expectativas dos produtores rurais dessa região, que no passado foi rica em produção de café.

Por esse ângulo você tem a vista das costas da serra Grande, uma das mais altas de Bom Conselho. Na imagem acima, lá no horizonte está o final da serra das Pias, zona rural de Palmeira dos Índios, agreste de Alagoas.

As formações rochosas graníticas no cume da serra da Baêta se misturam com a pastagem rasteira juntamente com a vegetação de transição que ainda resiste nessa parte oeste de Bom Conselho.


A cada passo que damos andando pelo cume da serra da Baêta, mais nos ecantamos com suas belezas naturais. A elevação de 795 metros de altitude da serra da Baêta, é ideal para mostrar toda uma cordilheira que faz a divisão de Bom Conselho-Iati-Minador do Negrão.

A serra da Baêta diante da sua elevação em altitude, é uma região produtiva para rosas e orquídeas.

Com um trabalho de formiguinha, o documentarista Claudio Andre O Poeta, tem realizado trilhas ecológicas por todas as regiões do município de Bom Conselho. Já são 25 rotas catalogadas, inclusive, com levantamento geográfico, geológico, cultural e histórico.

Com minha mulher, Luciana Ferreira, estamos a cada dia explorando as belezas naturais de Bom Conselho. Juntos estamos construindo as rotas de trilhas de aventura na terra de Papacaça. Outros casais podem juntar-se a nós.


Neste ponto estávamos num vale que da início na Baêta e finaliza na serra dos Leões. Entre a serra Grande e Baêta, há várias nascentes, inclusive, na formação de oásis com rica produção de frutas.


Você quer se aventurar por essa região? Queres viver a experiência de tomar um café ao ar livre? Esta região da Baêta tem rico poentecial turístico que vai de trilhas a pé a práticas de esportes de aventura.

Formação rochosa localizada no topo da serra da Baêta. 
Vamos continuar a luta, vamos juntos propagar o potencial turístico de Bom Conselho. Independentemente, estamos mesmo com pouquíssimo apoio logístico, divulgando o lado B de Bom Conselho, que se depender da gente não vai cair no ostracismo. Bom Conselho é maior que tudo isso.

Quer saber mais?
Siga nosso instagram.


21 de fevereiro de 2024

As fases do rio Papacacinha

 

O trecho final do rio Papacacinha, próximo a sua foz, há pontos de reservas de mata atlântica, evitando que o assoreamento tome conta do leito do rio.

Faltando poucos quilômetros para se encontrar com o rio Paraiba do Meio, o Papacacinha tem passado por transformações através de sua resiliência.

No período de estiagem, o rio Papacacinha não deixa de ter correnteza, porém no trecho acima o leito d'água tem menor índice de poluição devido a ação das decantações.

O zig-zag que permeia todo o trecho do meandro do rio Papacacinha, deixa cenários naturais muito bonito. Na imagem acima, região do sítio Papacacinha, há uma cordilheira que serpenteia todo o seguimento do rio.

Quando fiz o registro desta imagem em 2023, foi quando o rio Papacinha botou uma cheia significativa, fazendo-se uma auto-limpeza devido a sobrecarga de poluição que o rio recebe quando passa pela cidade.

O rio Papacacinha tem aproximados 30 km de percusso, da nascente (nos Britos e Marcelina) a foz (em Barra do Brejo). Quem percorre o meandro do rio como estamos fazendo, vemos de perto quanto o rio é resistente, ideal para no mínimo ser usado em benefício da agricultura.

Nossos agradecimentos aos apoiadores, Marcone Auto Peças e Ronaldo Luna do bairro Novo Jardim, para que sigamos pesquisando sobre esse importante rio da terra de Papacaça.