Praia de Surubabel - Imagem: Cláudio André O Poeta |
Atualmente, a área é reivindicada pela comunidade indígena Tuxá como compensação pelo deslocamento do seu território original em 1988 devido à construção da usina hidrelétrica Luiz Gonzaga, também conhecida como Lago de Itaparica, com uma área inundada de 150 quilômetros e superfície de 83.400 hectares dos estados da Bahia e de Pernambuco.
Os Tuxá ocupavam diversas ilhas e em especial a Ilha da Viúva, no Rio São Francisco, seu território agrícola. A Ilha da Viúva também foi submersa e de acordo com o cacique Anselmo Tuxá até hoje não receberam na totalidade as terras de compensação.
Amanhecer em Surubabel, Rodelas, Bahia |
“É uma luta árdua a que temos travado todos estes anos. Sem direito a esta terra a gente sequer pode cuidar para preservar a vegetação; e vamos acompanhando o avanço das dunas que embora forme uma paisagem belíssima, vai enterrando a vegetação nativa”, lamentou o Cacique.
Na Caatinga, único bioma exclusivamente brasileiro, aproximadamente 126.336 km² já são áreas desertas ou em fase de desertificação. Um levantamento feito pelo Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélite (Lapis), realizado no período de 2013 a 2017, apontou que cerca de 13% do território do Semiárido brasileiro está desertificado.
Amanhecer em Surubabel de cima das dunas. Imagem: Cláudio André O Poeta |
“Os impactos provocados pelo processo de desertificação na Caatinga são enormes. Esse fenômeno aumenta o carreamento de sedimentos para dentro da calha principal do rio, trazendo graves efeitos já bem conhecidos ao Velho Chico”, afirma o professor da Universidade Federal do Vale do São Francisco, Renato Garcia.
De acordo com estudos, as áreas de ocorrência de desertificação no Brasil estão enquadradas, principalmente, no polígono das secas no Nordeste Brasileiro. As regiões de Gilbués (PI), Cabrobó (PE), Irauçuba (CE) e Seridó (RN) foram decretadas como núcleos de desertificação após praticamente atingirem um grau irreversível.
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Em 2007, a Fundação Grupo Esquel Brasil foi designada para exercer a função de agência implementadora do Plano Nacional de Combate à Desertificação (PNCD), prevendo criar o quinto núcleo de combate à desertificação em Rodelas. No entanto até hoje não foi efetivado.
“Assim como outros povos indígenas, cada um com sua luta, aqui os Tuxá continuam na expectativa pelo direito ao acesso às terras para cultivar.
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Negar esse direito aos indígenas é negar suas tradições e, por isso, o Comitê tem se empenhado em garantir aos povos o acesso a água para seus múltiplos usos, assim como foi feita a obra que hoje é realidade na comunidade de Serrote dos Campos, onde os Pankarás já tem seu sistema de abastecimento de água financiado pelo CBHSF, funcionando”, completou o coordenador da Câmara Consultiva Regional do Submédio São Francisco, Julianeli Lima.
Assessoria de Comunicação CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto e fotos: Juciana Cavalcante
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