A capela de Santa Cruz, construída em 1771, foi cenário do filme Vidas Secas, baseado na obra literária de Graciliano Ramos em meados do século XIX. |
O SURGIMENTO DA COMUNIDADE DE SANTA CRUZ
A sesmaria comprada por João Rocha Pires a João Pereira Vilela de Bom Conselho/PE, garantiu o início da povoação do local que antes era tido como Ribeira do Traipu. As primeiras casas eram dos filhos do segundo tenente do Exército (alferes), Rocha Pires, que juntamente com a família desbravou o início do sertão, pois havia mata fechada com pura vegetação de caatinga.
É bom lembrar que esta sesmaria estava situada entre as Vilas de Palmeira e Santana do Ipanema. Sem demorar muito tempo, com o advento das amizades do filhos de João Rocha Pires, logo outras famílias chegaram para construírem suas casas e morar e passados menos de uma década a comunidade recebeu o nome de Santa Cruz, justamente a pedido do casal João e Thomasia que eram muito devotos da Santíssima Trindade.
O DISTRITO DE SANTA CRUZ
O sítio Santa Cruz estava contido nas terras de Palmeira dos Índios, que após ser emancipado, em 1889, dividiu-se em distritos - o povoado de Santa Cruz tornou-se sede do 3º Distrito Oficial de Palmeira.
Neste período, Alagoas ainda fazia parte da Capitania Hereditária de Pernambuco e era uma das quatro Vilas, Penedo, Lagoa do Sul (Hoje Marechal Deodoro), Porto Calvo e Atalaia. Mas a sesmaria de João Rocha Pires estava dentro do perímetro da jurisdição de Penedo.
A DOAÇÃO/CONSTRUÇÃO
Quando já estava com 79 anos de idade, o alferes João Rocha Pires, resolveu fazer doação de meia-légua de terra para a Igreja Católica, mas que fosse para ser construída a capela de Nossa Senhora das Brotas.
OUTROS RELATOS...
Consta em documentos e livros de outros pesquisadores, que o alferes João da Rocha Pires, faleceu no ano de 1776, cinco anos após o início da construção da capela, que tudo indica que a construção demorou pelo menos 04 anos, onde um ano depois, Rocha Pires foi o primeiro enterrado dentro da capela de Nossa Senhora das Brotas.
Debaixo do altar também estão enterrados outros descendentes, mas não há registros documentais de quantos e quem são.
Quando ele morreu aos 84 anos de idade, deixou 04 filhos, 10 netos, 15 bisnetos e 13 trinetos.
Pouca gente não foi, provavelmente, filhos e netos, pois não havendo mais espaços no interior da capela, ao seu lado direito (parte externa da capela), começaram a ser enterrados os que iriam morrendo posteriormente, no sentido de que a família até na morte estariam unidos e continuarem sendo reverenciados.
Para finalizar, sabemos que no passado, a partir do início da povoação de Santa Cruz, houve um próspero centro comercial, feiras aos domingos, reunindo moradores de toda a região do agreste e sertão de Alagoas. A comunidade pertenceu ao município de Cacimbinhas por 157 anos. Quando em 1992, Estrela de Alagoas tornou-se município, herdou essa relíquia de história, porém não é explorado.
Já era para a capela de Nossa Senhora das Brotas ser tombada como patrimônio histórico cultural e religioso do Estrela...
Na próxima postagem, apresentaremos os descendentes do alferes português, João Rocha Pires...
Aguardem!
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