Depois de 11 anos, a Hidrelétrica de Furnas pode voltar a operar com 100% do seu volume útil. É o que dizem especialistas, que acreditam que o reservatório deva alcançar a capacidade de 768 metros no fim do período chuvoso, em fevereiro do ano que vem.
Furnas chegou a operar com menos de 10% da capacidade em 2011. Nos últimos 10 anos, foram muitas vezes em que o sinal de alerta foi ligado. A água foi ficando longe. Mas agora é diferente.
Estudiosos projetam que o lago pode chegar a 768 metros, ou seja, 100% de sua capacidade, depois de mais de uma década.
"De forma que em 2023 nós estivéssemos em uma situação mais confortável, e é o que está acontecendo agora. Se as chuvas continuarem na intensidade que estão acontecendo, provavelmente nós teremos esses reservatórios em capacidade máxima no final do período de chuvas", disse o professor de planejamento energético e de engenharia hídrica da Unifei, Carlos Barreira Martinez.
Mais água no lago significa mais clientes para comerciantes e mais emprego para a região. Com a alta do reservatório, o administrador Rogério Oliveira vai precisar contratar mais funcionários para atuar na marina.
"Já estamos com esse projeto para ampliação porque está existindo a demanda, a mesma coisa em relação aos píers também, já está com o projeto e em andamento a ampliação dos píers, com isso aumentando a quantidade de embarcações, o movimento nosso, a tendência, praticamente certeza, a geração de empregos não só na marina, na loja de conveniências", disse o administrador Rogério Oliveira.
No ano passado, o Lago de Furnas foi poupado pelo sistema de energia elétrica do país, o que possibilitou que o nível permanecesse estável ou até mesmo subindo, o que favorece o preço da energia elétrica.
"Nós podemos entender esse reservatório como uma conta bancária. Imagina que você tem uma conta no banco e você consegue fazer uma reserva razoável, a sua vida fica melhor. Você pode em um período de necessidade sacar aquele dinheiro sem ter que emprestar.
O empréstimo no caso do setor elétrico é usar a central termelétrica, que queima petróleo e a conta fica salgada, então à medida que se recuperam esses reservatórios, a nossas tarifas tendem a ficar mais contidas, vamos dizer assim, o preço para o consumidor lá na ponta tem que abaixar", explicou o professor da Unifei.
A previsão é que em fevereiro, o nível mais alto seja alcançado, mas manter ele cheio depende de muitos fatores.
"Depende de duas coisas, do quanto você tira de água, e de quanta água entra dentro do reservatório, é como a relação da bateria do celular, se eu conectar a bateria do celular na rede e tentar carregar e ficar mexendo na internet, eu nunca consigo encher essa bateria, a mesma coisa vai acontecer com a usina, depende do quanto de água eu coloco no reservatório, do quanto chove na bacia, o regime de chuvas é extremamente importante e depende do quanto essas usinas serão despachadas, como elas vão operar suas turbinas e injetar energia no sistema elétrico", concluiu o professor da Unifei.
Atualmente Furnas opera em 762,6 metros ou quase 60%.
g1
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