28 de agosto de 2022

Igreja de Santa Cruz: Um patrimônio histórico religioso de 251 anos

A igreja da Santa Cruz, localizada na comunidade que tem o mesmo nome, no oeste do município de Estrela de Alagoas, é uma relíquia de história religiosa. Pelos menos, dois séculos e meio já se passaram e continua de pé uma estrutura com características coloniais do século XVIII.

Anexado a igreja, há um cemitério construído em duas partes, a primeira, não tem data de precisão, mas a outra que você visualiza do lado esquerdo da imagem, foi um trabalho de ampliação do primeiro prefeito do município de Estrela de Alagoas, Adalberon Duarte, nos idos de 1992, ou seja, há 30 anos, quando houve o desmembramento de Palmeira dos Índios.


Toda a fachada da igreja de Santa Cruz ainda permanece sendo original. Esse tempo religioso foi construído de barro de louça e possível por mão escrava da época. Existe apenas uma parede construída de tijolos e cimento com data de 1920 e todo o restante é de barro, com paredes dobradas. O telhado foi modificado ao longo do tempo por antepassados. O telhado, por exemplo, é novo, uma modificação feita pelos atuais moradores do povoado de Santa Cruz, que tem aproximadamente 30 famílias. 

No meu canal no Youtube, terá uma entrevista que fiz com a moradora da comunidade de santa Cruz, dona Cícera, que contou-nos um pouco do surgimento da referida igreja. Na verdade, demos o primeiro passo para uma longa busca de informações sobre a construção deste templo que já perdura por 251 anos.

As portas da igreja de Santa Cruz, como as construções de antigamente, são reforçadas de madeiras de lei existentes na época. Sabe-que esta igreja foi construída devido a uma promessa de um português que adquiriu uma parte da sesmaria que começava em Penedo. Essa parte da sesmaria que englobava a comunidade de Santa Cruz ficou com pelo menos 06 léguas de terras, resultado de uma doação para um dos padres que viveu em Palmeira dos Índios.

Dona Cícera, contou-nos também que ainda há muitos mistérios entorno da história da construção da igreja de Santa Cruz, comunidade carente do município de Estrela. Por exemplo, sabe-se que o sino da igreja está na catedral diocesana, levado pelo padre Macedo (in memorian) e a imagem original de Nossa Senhora das Brotas que foi trazida de Portugal, está no museu Xucurus da cidade de Palmeira dos Índios.

A igreja de Santa Cruz está desativada, há rachaduras em sua parte interna que se não cuidar, logo perderá com o tempo parte de sua origem. Até então, não havia relatos históricos sobre esse templo, mas partir dessa nossa pesquisa inicial, estaremos imortalizando sua história. Já temos alguns caminhos a seguir para afunilar ainda mais nossa pesquisa e contar como de fato surgiu essa igreja de 2,5 séculos de história.

Na frente da igreja da Santa Cruz há um cruzeiro feito de concreto, idealizado por uma senhora de nome Daci da cidade de Cacimbinhas. Os primeiros cruzeiros eram de madeira, como já passaram 02 séculos e meio de resistência, acreditamos que no mínimo esse cruzeiro esteja acima da décima geração.

Vejam os tamanhos das janelas. O símbolo do período colonial na parte alta da fachada da igreja. Essa igreja merece ser melhor olhada pelo poder público local e o tombamento como patrimônio histórico deve ser o caminho para que ela passe por uma restauração. Lembramos também que o piso interno da igreja de Santa Cruz, foi mexido indevidamente, onde tinha tabas que cobriam os túmulos existentes.

Sabe-se também que até o século XIV era comum na Europa que as pessoas fossem sepultadas em igrejas e no Brasil esse também foi um hábito comum até a década de 20, quando os primeiros cemitérios foram construídos. Antes dos cemitérios, os cidadãos eram sepultados nas igrejas e os escravos e indigentes eram enterrados em covas.

Sim, mas quem a construiu? De quem foi a ideia? A quem pertencia as terras? Que promessa foi essa que fez um português doar léguas de terras para construir a referida igreja? As respostas vocês terão em 03 vídeos no meu canal no Youtube.

Igreja de Santa Cruz está desativada, sem nenhuma atividade religiosa

Conta-se também que um português (nome ainda não revelado) que doou léguas de terras para que essa igreja fosse construída. Ele teria vindo de Portugal para o Brasil, pois estava fugindo de um crime cometido em sua terra natal, ou seja, teria matado um padre, arrependido, quando chegou ao Brasil, mais precisamente em Porto da Folha/SE, onde morou por muito tempo, teria comprado uma sesmaria e doado as terras que compreendia de Penedo a Santana do Ipanema. Neste contexto estava a região que hoje é a comunidade de Santa Cruz.

Aguardem as próximas reportagens

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