O intervalo da dose de reforço da vacina contra a Covid-19 cairá de seis para cinco meses para idosos, imunossuprimidos — pessoas com baixa imunidade, isto é, com câncer, HIV ou transplantadas, por exemplo — e profissionais de saúde. O anúncio será feito pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira e foi antecipado ao GLOBO por um integrante da pasta.
Técnicos que assessoram a pasta disseram ao GLOBO, em caráter reservado, que veem os planos como positivos. O grupo tem analisado estudos que mostram a queda da proteção vacinal ao longo do tempo para subsidiar as recomendações.
Para o professor de Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Julio Croda, a redução no intervalo para idosos é uma forma de reforçar a proteção desse grupo mais vulnerável e que têm menor resposta imune à vacina, devido à imunossenescência programada:
— Tanto AstraZeneca como Pfizer, mas, principalmente, Coronavac, parece que têm diminuição da proteção a partir de 120 dias — afirma o infectologista, que pondera: — Para a população geral, apesar da perda de proteção para doença sintomática, a vacina continua protegendo contra hospitalização e óbito. Não sabemos por quanto tempo (a proteção durará) nessa população.
O encurtamento do intervalo já vigora em Minas Gerais, Natal, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, por decisão das respectivas secretarias de Saúde. No Espírito Santo, a redução já é para quatro meses e, no Guarujá (SP), para dois. Estados e municípios têm autonomia para definir os próprios cronogramas de vacinação.
Fonte: O Globo
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