28 de junho de 2021

O amanhecer, a neblina, a temperatura e a geomorfologia do Rio Ipanema

Dificilmente você vai encontrar uma amanhecer desse jeito. O Criador do universo se manifesta por incontáveis maneiras, uma delas está nesse amanhecer que consegui registrar na zona rural de Belo Monte, quando trafegávamos pela rodovia AL-125.
 
Chegar ao topo da serra das Porteiras exige-se esforço, preparo físico, determinação e pitadas de aventureiros. Tudo isso junto transforma-se nessa linda vista panorâmica. Foram 484 metros subidos ao meio de uma vegetação puramente de caatinga, onde os cactos, cactáceas, arbustos deixam o habitat ainda mais bonito.

Cedinho da manhã, dias atrás, vivi essa experiência maravilhosa quando seguia com destino a serra das Porteiras, distante 13 km do centro da cidade de Belo Monte, no baixo São Francisco.

O trecho entre as cidades de Belo Monte e Batalha, são apenas 27 km, porém são 66 curvas que dividem os dois municípios da Bacia Leiteira de Alagoas. O nevoeiro toma de conta de cada baixio da AL-215, onde o motorista deve ter atenção redobrada.

Nevoeiro é uma suspensão de minúsculas gotículas de água ou cristais de gelo numa camada de ar próxima à superfície da Terra. Por convenção internacional, usa-se o termo nevoeiro quando a visibilidade horizontal no solo é inferior a 1 km; quando a visibilidade horizontal no solo é superior a 1 km, a suspensão é denominada neblina

O nevoeiro é uma nuvem com base em contato com o solo. O nevoeiro pode formar-se quando o ar torna-se saturado através de resfriamento radiativo, resfriamento advectivo, resfriamento por expansão (adiabático) ou por adição de vapor d’água.

O ar resfriado por radiação tende a escoar para áreas mais baixas. Como resultado, o nevoeiro de radiação é mais espesso em vales, enquanto as elevações em volta estão claras. Normalmente estes nevoeiros se dissipam em 1 a 3 horas após o nascer do sol.  

Frequentemente se diz que o nevoeiro se "levanta". Contudo, ele realmente não se levanta. O Sol aquece a Terra que, por sua vez aquece inicialmente o ar superficial. Consequentemente, o nevoeiro evapora a partir da base, dando a impressão de levantamento. No inverno, quando a radiação solar mais fraca é refletida mais facilmente pelo topo da camada de nevoeiro, ele pode ser mais persistente.

Há poucos metros do povoado de Poço do Marco, zona rural de Belo Monte, a gente se depara com o leito do rio Ipanema, que tem sua nascente em Pernambuco e sua foz em Alagoas.

Por esse trecho do rio Ipanema há uma formação de cânion e logo cedo da manhã fica com característica de um pântano.

As bacias que escoam para o rio São Francisco formam os chamados rios interiores sendo os principais: Pontal, Garças, Brígida, Terra Nova, Pajeú, Moxotó, Ipanema, além de grupos de pequenos rios interiores.

Num estudo sobre o rio Ipanema, descobriu-se compartimentos que foram separados em três grandes áreas denominadas Planaltos, Área de Dissecação e Depressão Sertaneja, em boa parte de seu curso d'água.
Essa parte do rio Ipanema é formada por rochas com porosidade intersticial muito baixa, dificultando a infiltração; e Área de acumulação, em que predominam os processos de acumulação dos sedimentos e seixos originários do topo.

Nessa região do povoado Poço do Marco, o rio Ipanema tem uma camada rochosa granítica bastante erodida devido a ação de toda a correnteza que passa pelo rio.

Oscila muito a largura do rio Ipanema, da sua nascente em Pesqueira/PE até sua foz em Barra do Ipanema em Belo Monte/Alagoas.

Ao lado do ex-secretário de agricultura de Belo Monte, Vado Monteiro, buscamos entender como é o comportamento rio Ipanema, pois existe duas datas no ano que ele tem uma elevação considerável do seu nível, ajudando os pescadores em sua sobrevivência.

Um comentário:

  1. O rio Ipanema tem dois barramentos no Estado de Pernambuco, em Venturosa e Águas Belas. Ficando a jusante apenas o que sobra das vazantes destas barragens, deixando as comunidades ribeirinhas ao Rio Ipanema com um grande prejuízo, pois só nos chega o excedente, quando se tem um ano generoso nas chuvas. Não seria hora de se pensar em um barramento em terras alagoanas e torná-lo perene a montante e viável economicamente a exemplo do Rio Brígida e Moxotó?
    Eraldo Cavalcante- Maceió

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