Alexandre Piúta |
No Brasil, o ministro que é comparado ao
posto que tem de tudo, está longe de ser o prometido. A comparação mais justa
seria com um posto de meados do século passado, onde se encontrava gasolina,
querosene, óleo e mais nada, tal a falta de ideia do responsável pela economia
do país
A pandemia do corona vírus desafia os
sistemas de saúde (que podem entrar em colapso), a comunidade científica a
encontrar um remédio ou vacina para combatê-lo e governos diante da perspectiva
de crise nas empresas e diminuição da atividade econômica.
Os efeitos da doença nas bolsas de valores
são quedas superiores a 30%, diante das medidas de governos para conter a
doença. Começou na China, com o confinamento de uma região, seguido pelo
governo italiano, aumentando o pânico com a confirmação de que outros países
seguiriam o mesmo caminho, gerando um ciclo recessivo.
O fechamento das cidades gerará efeitos
colaterais, pondo empresas em dificuldades, o que é um desafio para governos.
Os Estados Unidos cortaram juros e liberaram recursos superiores a U$ 50
bilhões para socorrer empresas em dificuldade e outros U$ 8 bi para o sistema
de saúde. Caminhos semelhantes adotados por autoridades e bancos centrais de
outros países.
No Brasil, o ministro que é comparado ao
posto que tem de tudo, está longe de ser o prometido. A comparação mais justa
seria com um posto de meados do século passado, onde se encontrava gasolina,
querosene, óleo e mais nada, tal a falta de ideia do responsável pela economia
do país.
Enquanto o mundo anuncia medidas para
conter a crise financeira, nosso ministro da Economia se revela um deserto de
ideias, monotemático na política ultraliberal responsável pelo pibinho de 1%.
Insiste em combater a crise com mais cortes em investimentos.
O ministro,
diferentemente de autoridades econômicas de outros países, pensa mais no BPC
dos mais pobres do país como objetivo central de suas ações, enquanto o país
reclama medidas para enfrentar a crise que agudiza.
Instituições importantes como o
Banco do Brasil, Caixa Econômica e BNDES ainda não foram acionadas para atuar
no combate à crise. O presidente da CEF disse haver R$ 70 bilhões disponíveis.
O BNDES anunciou ter outros R$ 100 bilhões para investir.
O BB é outro
instrumento importante para atuar no combate à crise. O interessante é que
essas empresas são todas públicas, todas odiadas pelo atual ministro e, talvez
por isso, a resistência atávica para anunciar medidas que possam ser
implementadas por elas – as mesmas que tiveram papel fundamental na crise de
2008.
por Alexandre Piúta
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