O sentimento de solidão tem crescido entre os americanos. É o que revela um levantamento da Cigna, uma empresa global de serviços de saúde: a pesquisa divulgada em 2020 mostrou que três em cada cinco adultos, ou seja, 61% da população americana, relatam que se sentem sozinhos. Com isso, houve um aumento de sete pontos percentuais em relação a 2018.
A pesquisa trouxe ainda outros dados que dizem muito sobre o perfil dessas pessoas que se definem como solitárias. Os homens são mais solitários do que as mulheres e os indivíduos mais jovens (dos 18 aos 22 anos) são mais solitários do que os mais velhos (com mais de 72 anos).
Outro dado importante é que usuários muito ativos das redes sociais são mais propensos a se sentirem sozinhos e isolados.
Solidão x trabalho
De acordo com esse estudo, existe uma relação bastante clara entre a solidão e as dinâmicas de trabalho. As pessoas que afirmam não ter bons relacionamentos dentro do ambiente de trabalho, com seus colegas, estão 10 pontos acima na escala de solidão da Cigna do que aqueles que constroem boas relações.
Além disso, os americanos que sentem que não tem uma vida profissional boa e equilibrada são quase 7 pontos mais solitários do que aqueles que o sentem. Por fim, 12% dos trabalhadores solitários dizem que acreditam que o seu trabalho tem uma qualidade inferior ao que gostariam.
E além do ambiente de trabalho ter esse potencial de agravar a sensação de solidão, ele também é impactado por ela. Os colaboradores solitários são menos engajados com o exercício das suas funções, são menos produtivos e respondem pelas menores taxas de retenção.
Esses trabalhadores são duas vezes mais propensos a faltarem a um dia de trabalho por conta de doenças e cinco vezes mais por motivo de estresse.
Por conta de todo esse contexto, uma das recomendações da Cigna é promover o debate sobre a saúde mental no ambiente de trabalho, além de outras medidas. Uma das orientações é que as empresas implementem a cultura corporativa de incentivar o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal/familiar. Outra orientação é tornar a tecnologia um instrumento para conectar os colaboradores, mas de modo que eles não sintam as interações humanas sendo substituídas por ela. Finalmente, estimular a socialização e a criação de vínculos de afeto entre esses trabalhadores também é importante.
Brasil: o país mais ansioso do mundo
Os problemas de saúde mental também estão presentes por aqui. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é o país com o maior número de pessoas ansiosas no mundo todo: ao total, 18,6 milhões de brasileiros - mais de 9% da população - convivem com o transtorno de ansiedade. O relatório foi publicado em março de 2019, colocando o Brasil no topo desse ranking, algo que já tinha acontecido no ano de 2017.
Luiz Carlos Vantroba, terapeuta e psicanalista, destaca sobre o relatório: "Vejo na prática os resultados dessa pesquisa. A população brasileira vem cada vez mais sofrendo de ansiedade. Nos atendimentos que realizo em consultório, a maior parte das patologias relacionadas ao estresse e depressão tiveram início na ansiedade.
Se, aos primeiros sinais dos sintomas da ansiedade a pessoa tivesse buscado um auxílio profissional e fosse realizado um acompanhamento, certamente ela poderia evitar uma progressão para um problema ainda maior".
Luiz hoje ministra palestras e cursos sobre a ansiedade, auxiliando quem necessita de um acompanhamento através de terapias e técnicas para tratar a ansiedade. Já atendeu mais de 1.500 pacientes, tendo um conhecimento profundo sobre o tema e como tratar a ansiedade.
Segundo a OMS, os transtornos de ansiedade incluem os ataques de pânico, fobias e Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). Existem várias possibilidades de tratamento, e é possível diminuir e até mesmo curar a ansiedade. O mais importante é que as pessoas busquem um especialista para analisar individualmente o caso e, assim, recomendar o melhor acompanhamento.
por Luiz Carlos Vantroba
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