Carne vira artigo de luxo (por PIÙTA)


por Alexadre Piúta
           
Quando um bem é cotado acima de um preço que consideramos além do razoável é comum a expressão “está a preço de ouro”. Nesses dias ela cabe bem a carne bovina.

A carne mais consumida no mundo é a de porco com 115 milhões de toneladas ano, seguida de Peixe com 110 milhões, frango 106 milhões e muito distante no quarto lugar, a carne bovina com 62 milhões de toneladas ano. O Brasil é responsável por 20% da produção de carne de boi do mundo ou 12 milhões de toneladas. Somos o segundo em produção de carne de frango com 13% no mundo.  Somos o quarto produtor mundial de suínos com 9%.

O Brasil tem posição privilegiada quando se avalia são as endemias que varrem países produtores como a Peste Suína que atinge países da Ásia, dizimando 35% do rebanho chinês. A Gripe Aviária também comum na Ásia e dizima frangos ou o Mal da Vaca Louca que ataca rebanhos bovinos, principalmente na Europa.

Das doenças que dizimam a produção, o brasil é imune. O que garante à carne produzida aqui uma vantagem competitiva em relação a muitos países, além do crescimento sustentável das cadeias produtivas. 

Então, como entender que tenhamos a condição de produtores mundiais e falte carne para o consumo interno, ao ponto de o preço ir parar nas nuvens? Esta é a questão que se tenta justificar ao país.

Não é suficiente a explicação de que a culpa é da China que está comprando tudo que produzimos. Também não é razoável a explicação de sazonalidade. 

A componente que contribui pesadamente é a desvalorização do real em relação ao dólar, fazendo os preços caírem para os compradores externos, isto porque o preço desses produtos tem suas cotações em dólar com variações em bolsas de mercadorias.

O Preço deve da carne deve continuar lá em cima, fazendo o churrasco de final de ano ficar mais caro e, mais que isso, impedir que muitas pessoas possam comprar o produto, numa cadeia de encarecimento que levará ao frango e também à carne de porco. 

A exemplo do que acontece em cidades como o Recife onde o preço da costela bovina passou de R$ 12 para R$ 20 o quilograma, registrando aumento médio de 11,5% até o mês de novembro.

O reflexo do aumento de preço desses produtos é suficiente para discordar da afirmação do Ministro da Economia de que o dólar pode subir à vontade, pois não é bem assim, em qualquer país do mundo o ideal é a estabilidade da moeda.

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