Capela de São Francisco de Assis - Cacimbinhas
O projeto Poeta Viagens e Aventura chegou a cidade de Cacimbinhas, cravada no baixo sertão do estado de Alagoas e dessa vez foi conhecer a histórica capela de São Francisco de Assis, no cume da serra do Cruzeiro.
A vegetação de caatinga está por todos os lado. Os 2,5 km se percorre até chegar a capela de São Francisco, você encontra muitas rochas sedimentares e cristalizadas. O lado negativo é o lixo que visitantes deixam em todo o trajeto.
No cume da serra do Cruzeiro marca 473 metros de altitude, praticamente 200 metros a mais de onde fica a sede do município de Cacimbinhas.
A trilha do Cruzeiro é de nível moderado. Você gasta 40 minutos de caminhada para chegar a capela de São Francisco. No percusso você encontra pelo menos 15 cruzes feitas de concreto que simbolizam as estações da Via Sacra celebrada no período da Semana Santa.
No dia que fui fazer essa trilha, tomamos um banho de chuva, já que uma nuvem passageira descarregou com força. Em compensação, a vista panorâmica de cima da serra é inesquecível.
A vegetação de caatinga que encobre a serra do Cruzeiro é formada por barrigudas, paus-ferro, cipós, catingueiras, espinheiros e alguns cactos, tipo, mandacaru e chique-chique.
Subir a serra do Cruzeiro não deixa de ser uma peregrinação. Proporciona ao trilheiro uma aventura ecológica moderada, porém de muito contato com a natureza. Como observação, o poder público local deveria sinalizar melhor o percusso da trilha, já que vi apenas duas placas com o título "preserve a natureza", mas ela enfincadas nas árvores, ou seja, ao mesmo tempo estão agredindo a flora.
Segundo relatos, a capela de São Francisco foi construída durante o início da década de 1950 como forma de pagamento de uma promessa feita por uma moradora conhecida por dona Leopoldina Melo Duarte, logo após seu filho partir para a segunda guerra-mundial.
A capela de São Francisco fica no cume da serra do Cruzeiro, distante 2,5 km do centro da cidade de Cacimbinhas. No período da Semana Santa há uma visitação maior de pessoas, que logo de madrugada sobem a serra rezando na Via Sacra. Atualmente a capelinha é visitada por romeiros e visitantes para pagamento de promessas,principalmente no período da Semana Santa com penitências, vias-sacras e missas.
A capela que fica numa propriedade particular, pertencente a família do fazendeiro Alfredo Maya. Logo quando você chega na cidade, o acesso não é difícil e vai encontrar uma cancela (que pode estar fechada no cadeado, como no dia que fui conhecer, mas passa-se por baixo, em seguida você caminha por estrada de terra que se mistura com cascalho e pedregulhos até o cume da serra .
Capela de São Francisco de Assis, ponto turístico religioso no sertão de Alagoas. A construção da igreja deu-se devido a uma promessa feita por dona Leopoldina Melo Duarte. Essa promessa foi feita devido ao desaparecimento de seu filho Leonir Duarte Melo, que fora convocado para as tropas do exército brasileiro na 2ª guerra mundial,o qual temendo os terrores da guerra resolve desertar antes do embarque na cidade do Recife. Eis que a guerra chega ao fim em 08 de maio de 1945, e o presidente da República concedeu anistia aos desertores.
Dona Leopoldina vendo seu filho livre e salvo e tendo a sua graça alcançada, fez campanha junto a comunidade construindo a capelinha no topo da serra,concluída a capelinha foi inaugurada com procissão, conduzindo a imagem de São Francisco de Assis, com missa celebrada pelo padre Américo Henrique dos Santos, acompanhada por zabumbeiros e fogos, fato este ocorrido no início da década de 1950.
A escadaria construída pelo município ficou muito bem estruturada e oferece uma vista sensacional, inclusive, podendo ver ao longe toda a cidade de Cacimbinhas, que foi emancipada no ano de 1958.
São pelo menos, 100 degraus num espaço de 300 metros de comprimento que você pode descer e tirar fotos a vontade no mirando que fica em cima de uma formação rochosa no pé da serra do Cruzeiro. Com meu GPS marcou 443 metros no mirante quando se desce pela escadaria, já no cume, onde está a capela, marca-se 473 metros de altitude acima do nível do mar.
Por esse ângulo você pode visualizar a cidade de Cacimbinhas e no final do horizonte, a cidade de Major Isidoro. Ambas compreendem a bacia leiteira da região.
Relatos históricos apontam que o município de Cacimbinhas teve origem no Sítio Choan, onde caçadores oriundos do estado de Pernambuco acampavam. Perto da li, tem o sítio onde havia uma cacimba (poço) junto a um pé de limoeiro. Com o movimento das pessoas que paravam para descansar no local, outras cacimbas foram abertas, umas maiores, outras menores, eis o motivo do nome Cacimbinhas.
Segundo os historiadores, os primeiros habitantes chegaram por volta de 1830. O alferes sergipano João da Rocha Pires comprou vinte léguas de terras e construiu uma casa e uma capela, que é a mais antiga da região.
Um de seus três filhos, Félix da Rocha, casou e foi morar onde hoje é o centro da cidade. Ele e o sogro, Amaro da Silva, são considerados os verdadeiros fundadores de Cacimbinhas.
A história conta ainda que no 1893 chegou a Cacimbinhas José Gonzaga, que contribuiu decisivamente para o progresso da região. Construiu sua casa e criou a primeira feira, com um grande movimento. Associou-se a Clarindo Amorim para a construção da linha do telégrafo, ligando Palmeira dos Índios a Santana do Ipanema. O negócio não deu certo e José Gonzaga foi à falência.
Fizemos esse registro no último sábado, 08/06, quando tivemos a curiosidade de conhecer um pouco mais a história desse lugar que deve ser mais valorizado e preservado pelos cacimbinhenses, afinal, a história dever ser passada de geração a geração.
Repentinamente, o tempo virou. Estava sol, ficou nublado e choveu, mas valeu o esforço de se chegar até o cume da serra do Cruzeiro e ter uma vista inesquecível da capela de São Francisco que rodeada de vegetação de caatinga e rochas sedimentares. A temperatura nesse dia até que estava amena, em torno de 25 graus.
Enfim, fui conhecer o ponto turístico e religioso da cidade de Cacimbinhas, que teve como primeiro prefeito, o agropecuarista Simão José Januário e seu vice José Braz Amorim.
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