Esse é o leito do rio Poço Verde na divisa de Sergipe com Alagoas. Esse rio que é temporário é um dos afluentes que joga água no rio São Francisco. É por esse trecho que se faz a trilha dos Vale dos Mestres.
Ao lado de Lampião e Maria bonita está José Ventura Lins, mais conhecido como Zé Leobino. Seu Zé Leobino (vaqueiro) está marcado como uma figura icônica em Canindé de São Francisco, no estado de Sergipe, precursor da Cavalhada no município. É bom lembrar que na época do Cangaço, Canindé, era o reduto mais visitado e usado como esconderijo por Lampião e seus Cabras.
Quem passar por Canindé do São Francisco, logo na entrada você encontra esses monumentos, Lampião, Maria Bonita e o vaqueiro Zé Leobino, figuras populares do sertão nordestino. Lampião, natural de Serra Talhada, Maria Bonita, da Bahia e Zé Leobino, de Sergipe. O que eles tinham em comum?
Canindé de São Francisco, no interior sergipano, era desconhecida do turismo brasileiro até pouco mais de dez anos atrás. Foi nessa época que a recém formada represa da hidrelétrica de Xingó, no rio São Francisco, criou ali o quinto maior cânion navegável do mundo, permitindo com isso que barcos tivessem acesso a fantásticos labirintos de formações rochosas de 60 milhões de anos e com até 50 metros de altura.
Enquanto a prainha de Paulo Afonso/BA, foi tomada pelas baronesas, a prainha de Canindé do São Francisco/SE, continua sendo muito visitada e escolhida pelos turistas ainda mais devido a morte do ator da Globo, Domingos Montagner, no ano de 2016.
Um destaque turístico especial são os relatos sobre Lampião e Maria Bonita. A presença dos cangaceiros em Canindé foi marcante – é na divisa do município com Poço Redondo, por exemplo, que fica a Trilha do Angico, caminho para a grota homônima onde Lampião, Maria Bonita e mais nove cangaceiros foram mortos e decapitados. Suas cabeças foram levadas para Piranhas (AL), ali pertinho, e expostas nas escadarias da prefeitura.
A distância entre a memória e a história é um oceano, e, na boca do povo, Lampião e seu bando tornaram-se justiceiros. “Cansados de tanto levar fubeca dos governantes, eles partiram para a luta para sobreviver”, diz Leobino. Lampião representa hoje o sertanejo, a força e a liberdade.
Se estou em Pernambuco e quero ir para a Bahia, posso optar por passar em Canindé do São Franciso/SE. No meu caso, aqui em Bom Conselho, trafego pela PE-218, AL-115, saio na rodovia BR-316 e depois vou pegar já na cidade de Olho d'Água do Casado, a AL-225 e atravessar a ponte de divisa e já entro no estado de Sergipe pela SE-230.
Uma segunda opção seria pela PE-218, BR-424, BR-423 sentido Águas Belas e quando chegar em Maria Bode, pegar a AL-220, chegar em Olho d'Água do Casado e seguir pela AL-225 e atravessar a fronteira. Essa a ponte que tem seus 400 metros de comprimento que divide os estados de AL/SE.
Em frente ao Centro de Recepções de Xingó, onde há um mirante, você pode visualizar o paredão da barragem da hidrelétrica de Xingó. Quem deseja conhecer a hidrelétrica por dentro, ver onde ficam as turbinas, etc., paga-se o valor de R$ 50 reais por carro, pouco importante a quantidade de ocupantes.
A formação do reservatório da usina trouxe a necessidade de salvar o material arqueológico que ficaria submerso. Descobriu-se então a existência de uma cultura xingoana com pelo menos 9 mil anos, e seus tesouros foram a origem do Museu de Arqueologia de Xingó (MAX). O museu interage com a sociedade local por meio de eventos, publicações, exposições e de uma intensa ação educativa. Nesse centro há uma maquete de construção da barragem.
No moderno prédio, mantido pela Universidade Federal de Sergipe, pode-se passar várias horas conhecendo o primitivo habitante daquela região. São 55 mil peças, das quais as mais representativas estão expostas: cerâmicas, instrumentos de rocha, pinturas rupestres, esqueletos e reconstituições de nossos antepassados.
Por trás do Centro de Recepção de Xingó há uma área verde que serve como praça e por lá há o plantio de várias árvores que foram plantadas por autoridades que participaram da inauguração da hidrelétrica, quando na época o presidente era Fernando Henrique Cardoso.
Imagine você num lugar assim, florido, lendo um bom livro. É uma experiência maravilhosa para o espírito e para a alma. É uma terapia.
São plantas e árvores de várias espécies que no "jardim botânico" que há no Centro de Recepção de Xingó. Lendo sobre a história do lugar, descobri que a distância entre a memória e a história é um oceano, e, na boca do povo, Lampião e seu bando tornaram-se justiceiros.
Por onde Lampião e seus Cabras andaram, há relatos que “cansados de tanto levar fubeca dos governantes, eles partiram para a luta para sobreviver”, diz Leobino, vaqueiro famoso e contador de histórias da região. Lampião representa hoje o sertanejo, a força e a liberdade.
O rio São Francisco, popularmente conhecido por Velho Chico, é um dos mais importantes cursos d'água do Brasil e da América do Sul. O rio passa por cinco estados e 521 municípios, sendo sua nascente geográfica no município de Medeiros e sua nascente histórica na serra da Canastra, no município de São Roque de Minas, centro-oeste de Minas Gerais.
Seu percurso atravessa o estado da Bahia, fazendo sua divisa ao norte com Pernambuco, bem como constituindo a divisa natural dos estados de Sergipe e Alagoas e, por fim, deságua no oceano Atlântico. Mesmo quando penetra na zona sertaneja semiárida, consegue manter-se perene, apesar da intensa evaporação, da baixa pluviosidade e dos afluentes temporários da margem direita.
No trecho do rio São Francisco, pude pisar no solo seco de um dos afluentes que joga água (lógico, no tempo de chuvas), para dentro da bacia do Velho Chico. O rio Poço Verde nasce dentro do município de Canindé do São Francisco e por poucos quilômetros se encontra com o rio da Unidade Nacional.
As partes extremas superior e inferior da bacia do Velho Chico, apresentam bons índices pluviométricos, enquanto os seus cursos médio e submédio atravessam áreas de clima bastante seco. Assim, cerca de 75% do deflúvio do São Francisco é gerado em Minas Gerais, cuja área da bacia, ali inserida, é de apenas 37% da área total. A área compreendida entre a fronteira Minas Gerais–Bahia e a cidade de Juazeiro (na Bahia), representa 45% do vale e contribui com apenas 20% do deflúvio anual.
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