O veneno de aranhas Phoneutria nigriventer está sendo visto com interesse como solução para a disfunção erétil. A espécie, conhecida como armadeira ou aranha-bananeira, é encontrada no Brasil, no Uruguai, no Paraguai e na Argentina, e tem uma mordida perigosa que provoca um efeito colateral peculiar: ereções anormalmente longas.
Os pesquisadores sabem sobre os efeitos do veneno da aranha desde o início dos anos 2000 e muitos estudos têm sido feitos com base nele. A aranha tem até 13-15 centímetros de pernas e a neurotoxina presente no seu veneno causa perda de controle muscular. Pode levar a problemas respiratórios, paralisia e eventual asfixia. A ereção causada pela mordida é dolorosa, dura muitas horas e pode levar à impotência. Mas apenas 2,3% dos casos (principalmente em crianças) requerem o uso de antídotos.
No novo artigo, publicado no Journal of Sexual Medicine, detalham-se os efeitos de uma versão sintética do ingrediente ativo do veneno, conhecido como PnPP-19, em animais que sofrem de diabetes e pressão alta. Em camundongos, o composto foi bem sucedido na criação de ereções sem causar efeitos colaterais adversos. Os pesquisadores determinaram que o veneno induz o relaxamento do tecido esponjoso nos órgãos sexuais, levando ao aumento do fluxo sanguíneo que causa uma ereção.
O estudo mostrou que a droga sintética pode ser administrada com sucesso e segurança mesmo em casos de hipertensão e diabetes em camundongos e ratos. Pode ser ministrada por injeção ou via gel tópico, embora a permeabilidade do gel seja de apenas 10%.
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