O CANGAÇO E SUAS HISTÓRIAS. O SERTÃO E SUAS PARTICULARIDADES

Na Paraíba tem uma cidade que conheci há anos passados, chamada de Princesa Isabel. Em junho de 1930 houve a uma revolução, onde o coronel Zé Pereira emancipou o município deixando-o livre do estado da Paraíba e do Brasil, inclusive com leis, bandeiras e hinos próprios. O governador da época, João Pessoa, ficou revoltado e mandou retirar todos os funcionários do estado da cidade e dai começou a revolução... Pelos menos 600 pessoas morreram no confronto...


Estudando a história do cangaço... Lampião, o Virgulino, natural de Serra Talhada, quando viu Maria Bonita pela primeira vez se encantou... Sem álibi para chegar junto, descobriu que ela era bordadeira, foi em piranhas, comprou 3 metros de tecido e mandou fazer lenços... Com 30 dias voltou... Maria Bonita já estava separada de Zé de Neném, entendeu as olhadas de Virgulino e se apaixonaram... Tempos depois, ela entrou no cangaço e levou a prima Mariquinha... Quem for a Paulo Afonso, conheça a Malhada da Caiçara e la você conhecerá a casa onde Maria Gomes de Oliveira ou Maria Bonita, nasceu, cresceu e viveu por um bom tempo... Essa comunidade fica a 40 km do centro de Paulo Afonso.


Descobri que Lampião esteve no Juazeiro visitando Padim Ciço, e nas ruas da cidade encontrou um cego que atendia pelo nome de Cego Aderaldo. 
Lampião pediu uma cantoria e o cego todo corajoso, puxou a rabeca e engrossou a voz. Fez o seguinte repente
"Existem três coisas que se admira no sertão, 
o cantar do cego Aderaldo 
e a coragem de Lampião,
Como também as cousas prodigiosas 
do Padre Cicero Romão".
Lampião dava uma de cantador também e respondeu pro cego no mesmo tom da viola
"Aderaldo, seu pedido pra mim foi muito belo,
Se você num fosse cego, lhe dava um papo amarelo, 
Mas tome essa pistola velha que mantou Antônio Castelo".
Se retirou e foi embora com seus amigos de cangaço...

SAIBA MAIS

Sabia dessa? Virgulino Ferreira da Silva, mais conhecido como “Lampião”, além de ter sido um líder cangaceiro temido no sertão brasileiro, foi um grande estilista da época.

Segundo historiadores, quando não estava praticando crimes, o cangaceiro se atracava com agulhas e linhas para costurar e bordar, lindamente, roupas, revestimentos para cantil, cinturões, bornais (espécie de bolsa) e os lenços que usava. 

OS UNIFORMES
Seu sanguinolento bando exibia uniformes bordados com flores, estrelas e símbolos místicos. Embora cause estranheza, este apuro estético tinha uma finalidade: servia para despertar admiração entre a população e, também, como patente hierárquica do bando. Lampião acreditava ainda que alguns símbolos blindavam seus homens contra maus espíritos.

COMO LAMPIÃO QUERIA
O lado excêntrico e marqueteiro do famoso bandoleiro emerge pelas mãos de uma das maiores autoridades brasileiras em cangaceiros, o historiador Frederico Pernambucano de Mello. Ele lançou até o livro “Estrelas de Couro – A Estética do Cangaço”, no qual mostra que, ao impor um estilo próprio de vestuário, Lampião incutia os valores do cangaço aos homens do seu bando e estabelecia a diferença entre a sua tropa e os “outros.” 

SUA ORIGINALIDADE
Lampião, aliás, odiava ser confundido com cangaceiros comuns. A força da roupagem luxuosa que ele criara – e incluía metais e até ouro, além de moedas e espelhinhos -, chegou a influenciar as vestimentas dos policiais. 

O DESENHISTA
Antes de costurar, ele pegava um papel pardo e desenhava, depois levava o papel para a máquina Singer e cobria o tecido. “Ele não era apenas o executor do bordado. Era também o estilista”, afirma Mello.

AS CRIAÇÕES
As criações de Lampião tinha um estilo de moda que remonta à época do Renascimento (século XVI), quando os homens bordavam as joias na própria roupa. “Era tudo grandão, pesado. Não tinha nada de delicadinho”. 
Para o historiador Luiz Bernardo Pericás, autor de “Os Cangaceiros: Ensaio de Interpretação Histórica”, os uniformes dos cangaceiros ficaram tão enfeitados que pareciam fantasias. “Era um dos aspectos da extrema vaidade daqueles bandoleiros”, diz Pericás. 

AINDA QUANDO CRIANÇA
Lampião aprendeu a manejar a linha e a agulha muito antes de tomar gosto pelo rifle. Quando menino, quase adolescente, Virgulino fazia tecidos de couro muito bem ornamentados, resistentes e esteticamente valiosos para vender nas feiras. “Era famoso como alfaiate de couro”, afirma o historiador Mello. 

O PORQUE DO CANGAÇO
Ele foi parar no crime porque sua família se envolveu numa guerra com fazendeiros vizinhos. Dizem que era tão hábil com a espingarda que conseguia dar tiros consecutivos que clareavam a noite. Daí a alcunha de Lampião.

MORTE PREMATURA?

O Rei do Cangaço morreu aos 40 anos, em 1938, junto com a fiel companheira, Maria Bonita – que, igualmente, andava coberta de roupas, chapéus, cintos e bolsas bordadíssimas. O casal e nove homens do bando foram decapitados e as cabeças expostas como troféus pela polícia nas escadarias da igreja de Piranhas, em Alagoas. 
Ali, foram fotografadas ao lado de objetos preciosos do grupo, como espingardas e cartucheiras, além de outras armas de Lampião: duas máquinas de costura Singer, o sonho de todas a donas de casa da época. Se tivesse escolhido a profissão de costureiro, Lampião certamente teria tido uma carreira brilhante.

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