Em função do clima semiárido da região onde se encontra, a vegetação da Caatinga costuma ser bastante seca, com espinho e pouquíssimas folhas.
No entanto, quando ocorrem as chuvas, ela se transforma rapidamente, ganhando um aspecto diferenciado, com árvores cobertas de folhas e pequenas plantas forrando o chão.
Já foram registradas cerca de mil espécies vegetais na caatinga. De acordo com especialistas, pode haver o dobro desta quantidade. Uma das principais características da vegetação da caatinga é que grande parte das espécies perdem suas folhas durante a estação seca. É um recurso para diminuir a perda de água durante o período seco.
Em grande parte da caatinga as árvores são de pequeno porte e encontram-se espaçadas. Grande parte dos vegetais possuem raízes profundas (para encontrar água em profundidades mais altas) e espinhos.
Em diversos estados do Brasil, principalmente no nordeste, toda a área plana foi convertida também em pastos ou plantações, e muitas vertentes de montanhas são alcançadas pelas cabras e pelo fogo, de modo que a escassa vegetação original fica quase sempre restrita às paredes rochosas de difícil acesso.
As rochas estão por todo lugar, e hoje são um dos ambientes terrestres mais bem preservados de todo o planeta, sendo assim importantes refúgios para muitas plantas sensíveis ao fogo, ao gado e a várias outras atividades humanas.
As plantas encontradas nos paredões podem ser rupícolas, quando crescem diretamente sobre a rocha, ou saxícolas, quando se localizam em pequenos platôs ou fendas com solo. Nessas situações, a água que chega escoa rapidamente e os nutrientes são escassos.
Por isso, as plantas crescem bem devagar, e muitas têm adaptações especiais para lidar com a escassez de água, como é o caso dos cactos e bromélias formadoras de tanques, que armazenam água, ou das orquídeas e bromélias do gênero Tillandsia, que conseguem captar rapidamente a umidade das nuvens, ou ainda as velózias (canelas-de-ema) e capins-ressurreição, que toleram a dessecação violenta das folhas com posterior re-hidratação das mesmas folhas.
Não é fácil se fixar na rocha. Imaginem quantas sementes se perdem por secura ou enxurrada para que uma se fixe e, finalmente, cresça. É muito difícil para uma semente conseguir viajar de uma montanha para outra e, além disso, chegar a germinar. Talvez por isso haja tantas plantas que são específicas de uma ou de poucas montanhas adjacentes.
Qual a diferença entre montanha e serra? Montanhas são geralmente formadas pelo processo de orogênese (movimentos das placas tectônicas que colidem originando grandes elevações). Geralmente têm formatos pontiagudos. Serras são elevações desgastadas pela erosão, por isso têm formatos arredondados.
As rochas originam-se da solidificação do magma no interior da crosta terrestre ou quando a lava sai do manto, através de uma erupção vulcânica. É provável que as rochas existentes no pé da serra do Jacu, na zona rural de Bom Conselho, tenha surgido com ações vulcânicas há milhares de anos.
Quando o magma se resfria lentamente no interior da crosta transformando-se em rocha ocorre o processo chamado de intrusão. A rocha magmática produzida recebe o nome de intrusiva. Pelo que da para entender, mediante pesquisas, as rochas sedimentares estão espalhados em toda a região serrana de Bom Conselho.
Encontrei esse pé de Açucena na serra do Jacu em Bom Conselho
Essa flor é uma herbácea bulbosa nativa do Brasil. Possui flores cônicas, grandes, de cor vermelha ou rósea, com folhagem bastante ornamental.
Veja aí a mistura de plantas e cactus, tudo num único ambiente e vivendo em harmonia. Como a natureza nos ensina a conviver com as diferenças.
Durante a trilha encontrei essa pedra do caminho, logo, lembrei do poema de Carlos Drummond de Andrade. O poeta mineiro da cidade de Tabira, escreveu:
No Meio do Caminho
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.
Está a belezura que é a formação rochosa da serra do Jacu, localizada no sítio Jardim, zona rural de Bom Conselho, distante da sede, 05 quilômetros. Recomendo. Vá conhecer.
Para finalizar essa postagem e essa viagem a serra do Jacu, escolhi a crônica do jornalista e especialista em filmes científicos, Aldo Novak, que tem como título, AVENTURA.
Sua vida pode ser uma comédia, uma aventura ou uma história de superação, sucesso e amor. Mas pode ser também um drama, uma tragédia ou a monotonia da não-mudança.
Porque todos nós temos tudo isso em nossas vidas. O que muda é como editamos, em quais experiências mantemos o foco e sobre o que falamos.
Fale do drama, e sua vida será um drama. Fale da aventura e a mesma vida será deliciosa.
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